Time After Time (Cyndi Lauper)

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    ~ demorei por puro esquecimento :")

Não se esqueça de votar, comentar e compartilhar!!! Quero chuva de estrelinhas, hein?! 🩵

[⛸]

    O começo de um novo dia, um novo mês, quem dera fosse uma nova vida.

    Para Mark, acordar todos os dias era mais uma tortura que um costume. Levantar e pensar que a vida poderia ser melhor naquele dia não passava de um esforço inútil. Nunca seria melhor naquele lugar, não daquele jeito.

    Ele dormia o dia todo, e provavelmente já passava das cinco da tarde, ele não sabia. Infelizmente, em Vancouver as noites costumavam ser brancas, pelo menos até umas nove horas.

    Tomou um banho e comeu um resto de pizza que encontrou na geladeira. Passou pela sala e viu a mãe assistir uma novela, ela levou os olhos para ele e forçou seu melhor sorriso. Mark nem tentou, só seguiu de volta para o quarto. Já não era mais o mesmo.

    A relação com a mãe era mais fria agora. Talvez pelas drogas, pelas saídas noturnas, pelos barulhos dele chegando em casa quase ao amanhecer, pelo pouco diálogo... Talvez tudo isso. Mark mal falava cem palavras por dia, não tinha com quem conversar. Estava envergonhado demais para bater um papo longo com a mãe. Ele sabia que o que fazia era errado e a preocupava, mas não tinha como parar, já estava naquilo até o pescoço.

    Drogas, má alimentação, sono desregulado, festas... Era inútil tentar parar naquele momento.

    Sentou aos pés da cama, suspirou fundo e deitou a cabeça ali, já se sentindo exausto como se tivesse corrido uma maratona. Ele tirou uma pílula do bolso da calça e engoliu a seco, fechando os olhos.

    — Qual será o delírio de hoje? — murmurou consigo mesmo, rindo em seguida. Agora, além dos efeitos, ele tinha sonhos lúcidos. Não sabia se era bom ou ruim, mas sempre Donghyuck estava no meio.

    Ele ligou o toca fitas numa de The Smiths. How Soon Is Now era a música que tocava quando Mark ouviu sua voz.

    — I am human and I need to be loved — aquela linda voz que por tanto murmurou coisas em seu ouvido. Ele até podia ouvir a música carregada de sotaque. Donghyuck nunca foi muito bom em inglês aos olhos de Mark.

    — Eu também preciso. — Mark respondeu, abrindo os olhos e vendo Donghyuck sentado no canto da parede de seu quarto. — Acho que eu preciso ser amado por você. Talvez assim eu seja feliz. — ele esboçou um sorriso triste.

    — Sério? — Donghyuck sorriu. Ele usava a roupa do time, só que sem as luvas e patins. — Sabe, eu também precisava ser amado por você. Só que... Ah, é verdade, tudo foi mentira.

    Aquela farpa doeu. Como sempre, Mark se culpou.

    — É, como sempre você está aqui para me martirizar pelos meus erros.

    — Eu? Não, claro que não. Estou aqui para te fazer companhia, você parece tão só.

    — Eu estou.

    Donghyuck caminhou para perto dele e sentou-se ao seu lado, deitando a cabeça na cama e virando a mesma para olhar em seus olhos.

    — Você já deveria ter feito novos amigos, não?

    Mark só pôde sorrir encarando seu rosto.

    — Talvez. Mas não há motivo. No fim eu estarei sozinho uma hora ou outra.

𝟗𝟎'𝐬 𝐋𝐎𝐕𝐄 | markhyuckWhere stories live. Discover now