𝟗𝟎'𝐬 𝐋𝐎𝐕𝐄 | markhyuck

Pity Poor Alfie (The Jam)

   ~ Demorei muito, eu sei... Estou passando por uns probleminhas pessoais, mas resolvi tentar voltar
Esse capítulo aborda uns assuntos um pouco pesados, então não sei se vocês gostarão, mas espero que gostem mesmo assim... Bjs e boa leitura💙

TW: drogas ilícitas, abuso sexual
Se esse tema te serve de gatilho, eu peço que não leia.

[⛸]

    O Sol surgia reluzente no céu daquela manhã de segunda, entrando pelas janelas no quarto de alguém que preferia nunca mais acordar. Aquele lugar era grande demais para uma pessoa só, as paredes carregavam um tom amarelo tão morto quanto o dono do quarto.

    Mark acordou sem motivação alguma, ficou apenas deitado olhando para o teto. Já devia fazer três ou quatro dias que tinha chegado em Toronto, no Canadá. Aquele lugar nunca foi tão triste para ele. Voltar trazia a certeza de que ele não poderia mais ser feliz, havia deixado toda e qualquer alegria para trás.

    Pensou em Hyuck de novo, principalmente no seu sorriso. Aqueles dentinhos que Mark sempre achou uma fofura, os lábios bonitos e mais gostosos que ele já provou. Gostava de quando Hyuck sorria envergonhado quando ele sussurrava algo pervertido, ou quando Hyuck mascarava o riso com um simples sorrir bonito. A risada era engraçada, fofa e contagiante. Era provável que Mark tenha sido conquistado primeiro pelo sorriso.

    Lembrar dele fez Mark suspirar e fechar os olhos, vislumbrando a imagem daquele garoto tão bonito que roubou seu coração. Ele não sorriu. Estava triste.

    Por fim, levantou. Colocou o chinelo nos pés e foi para a cozinha daquela casa. Ainda não entendia por que seu pai sempre escolhia casas tão grandes, eram três, não precisava ser assim. Aquele lugar provavelmente era duas vezes o tamanho da casa na Coreia.

    Encontrou a mãe lavando as louças, chegou por trás dela e apoiou o queixo em seu ombro, ela sorriu.

    — Bom dia, meu amor. — deitou a cabeça sobre a dele. — Dormiu bem?

    — É.

    — Sonhou com algo legal?

    — Nada. Você sabe, eu nunca sonho.

    Ela sorriu fraco, deixou as últimas louças na prateira e virou-se para ele.

    — Eu tenho uma surpresa para você. — ela demonstrou animação. — Mas antes tome seu café. Vou estar te esperando no quarto com a surpresa.

    Mark nada respondeu, deixou que ela fosse após abandonar um beijo em seus cabelos. Ele sentou na mesa, tomou seu café, diferente daquele que costumava comer na Coreia. Perguntou-se o que seria a surpresa, mas, sinceramente, não estava nem um pouco ansioso por isso. Ele voltou ao quarto ao terminar, agradecendo por não ter visto o pai naquela manhã. A única alegria de tudo aquilo foi que Senhor Lee quase nunca parava em casa, o que dificultava que Mark tivesse o desprazer de olhar para a cara dele e sentir todo o estômago embrulhar.

    Chegou ao quarto e viu a mãe deixando alguns papéis sobre a cama dele. Ela sorriu e o puxou pelo pulso.

    — Veja só, meu amor. Esse quarto é bem sem graça. Vamos deixar ele mais com a sua cara. — apontou para um balde de tinta no canto da parede com rolos de pintor jogados no chão. — Eu comprei tinta azul. Também procurei ontem no centro e encontrei alguns desses... Pôster? É assim que diz? — riu consigo mesma. — Não sei bem as bandas que você gosta, só The Jam, mas talvez você goste de algumas das que eu trouxe.

    Aquela foi a primeira coisa que fez Mark soltar um sorriso genuíno. Uau, sua mãe era incrível demais para aquele mundo. Ele foi até as tintas e se abaixou para pegar o primeiro rolo.