Start! (The Jam)

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[⛸]

— Vamos, Hyuck, se apresse, sua aula já vai começar e eu preciso ir pro trabalho também, filho. — seu pai gritava da sala, calçando os sapatos e com um cigarro entre os lábios.

— Já vou! — o garoto gritou em resposta, tentava enfiar seus patins de gelo na bolsa. — Merda! Entra logo! — bufou, empurrando aquilo lá dentro e forçando a fechar o zíper.

Nem se tocava da dificuldade que seria para tirar seus livros lá de dentro quando estivesse na escola.

O pai chegou na porta de seu quarto, se encostou na lateral e ficou olhando a luta do filho.

— Por acaso tem um lago congelado do lado da sua escola ou uma quadra de patinação? — perguntou, com aquela voz rouca e o sotaque do interior.

Hyuck se virou para ele, com um sorriso.

— Eu não faço a menor ideia, mas eu tenho certeza que aqui em Seul tem um ringue de patinação em algum lugar. — finalmente conseguiu fechar o zíper e suspirou aliviado. — E, eu vou descobrir onde fica, depois da escola vou procurar.

— E se você se perder, hein, tampinha? A cidade é grande. — o olhou, os olhos semicerrados.

— Quem tem boca vai à Roma. Não é isso que você sempre diz, papai? — colocou a mochila nas costas.

O pai soltou um riso, e fez um aceno de cabeça para ele.

Touché.

Os dois acabaram rindo.

— Bem, você sabe nosso endereço, só te peço que esteja em casa antes das oito, senão eu vou acionar a polícia.

— Pai!

Senhor Lee Jihoon bagunçou os cabelos castanhos do filho, o deu um beijo na testa e piscou para ele.

— Vem, você tem que estar no colégio em vinte minutos.

Donghyuck correu pela casa, o pai foi atrás, pegou dois saquinhos com seus almoços e sua bolsa preta. Eles saíram de casa, entraram na picape azul, e seguiram caminho pela cidade.

— Ah, tem algo que quero te mostrar. — o pai falou, com um sorriso. — Eu comprei algo que você adora.

— Pai, sabe que não podemos estar gastando demais com coisas fúteis. — Hyuck o olhou em repreensão.

— Desde quando você fala palavras tão chiques como "fúteis"? — senhor Lee riu, e o filho lhe deu um soquinho no ombro. — De qualquer forma, não foi tão caro, e como você gosta, papai moveu uns pauzinhos.

— Hum, e o que é?

O pai tirou o cigarro dos lábios, apontou pro porta luvas.

Hyuck logo abriu o compartimento, e quase não pôde crer no que seus olhos viram.

— Não brinca! — arregalou os olhos. — É sério? — o olhou com descrença.

— Sim. — o homem sorriu.

Hyuck tinha em mãos uma fita da banda The Cure, ele amava aquela banda, tanto que colecionava CDs e fitas cassetes e sempre pedia como presente de aniversário. Se tinha uma coisa que Donghyuck amava na vida, era The Cure.

E definitivamente aquela era a cura para todos os seus problemas.

"Kiss Me, Kiss Me, Kiss Me", a fita daquele álbum que até hoje nunca tinha escutado. Um álbum de 87, este que iria pra sua coleção.

— Pai, onde você...? — ainda permanecia perplexo.

— Eu conheço uns caras. — deu de ombros. — O que acha? É um bom modelo, não é?

𝟗𝟎'𝐬 𝐋𝐎𝐕𝐄 | markhyuckWhere stories live. Discover now