Capítulo Sessenta e Seis

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— Tá esperando o que? Vai atrás dela meu filho, aproveita que não tem que ir no campo treinar.

Indago e ele abre um sorriso, sem eu esperar ele desfere um beijo sobre minha bochecha e rapidamente corre até a área vip.

Me viro e começo a andar até o setor que ficava o time da casa, a porta estava fechada e eu cheguei mais perto dela. Pude escutar meu pai, Rafinha, Diego e o Lucas falarem algumas coisas, um deles em específico falou sobre a trajetória até aqui.

"A vida é movida de altos e baixos, quantas vezes batemos na trave ? Quantas vezes achamos que íamos ganhar algo e perdemos?

Se chegamos hoje aqui é porque acima de tudo, era a nossa vez de chegar. É a nossa vez de ganhar..."

Escutar o Lucas dizer aquilo me fez refletir sobre a minha vida, em como as coisas mudaram radicalmente e eu estava tão cega em só vê o lado ruim disso tudo que acabei deixando o lado bom passar despercebido.

Eu havia tido os melhores ensinamentos, eu conheci pessoas novas e eu não tinha do que reclamar.

Eu já havia ganhado.

— Gabi? - Nestor pergunta após abrir a porta e eu abro um sorriso.

— Acharam mesmo que iriam entrar em campo antes de falarem comigo?

Pergunto e logo atrás dele vejo o Calleri, sem pedi passagem eu abracei os dois fortes, senti eles beijar cada lado da minha bochecha.

— Eu amo vocês.

Digo baixinho e olhos para os dois com os olhos marejados.

— Amamos você, amuleto. - sussurra o Nestor e eu abro um sorriso envergonhada.

Cumprimento os meninos ainda da porta e olho para o James que estava no canto do vestiário, me retirei dali e voltei para a área vip.

Ao adentrar vi a Giovana de braços cruzados olhando para o campo, seu semblante não era o mesmo de quando ela chegou.

— O que foi? - pergunto e ela engole seco enquanto me encarava.

— Tive uma conversa com o Erick, quando foi aquele menino amadureceu? Ou esse tempo inteiro era eu que precisava desse amadurecimento?

Giovana pergunta e eu dou de ombros sem saber o que responder, procuro algum lugar com uma boa visão e me sento em seguida.

Pego o meu celular e vejo que já tinha saído nas páginas de fofoca que hoje seria meu último dia no Brasil, será que na Espanha eu teria finalmente paz?

(...)

Os jogadores começaram a entrar dentro de campo, a torcida não parava nenhum minuto de cantar e até quem não queria se emocionar, acabava derramando uma lágrima.

Os meninos fizeram uma fila reta e colocaram a mão direita sobre o peito, o hino nacional começou a ser tocado. Tinha uma enorme TV na área vip e ia mostrando o rosto de cada jogador.

Após o hino acabar, os jogadores começaram a se cumprimenta e depois os capitães se reuniram. O primeiro tempo a bola começaria com o Flamengo, senti meu coração acelerar ao escutar o juiz apita o início da partida.

Conexão Rival. - Richard RíosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora