Capítulo 4 - PARTE II

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Postando pra testar se ainda tem alguém aqui, já que não tivemos comentários nem sinais de fumaça no último capítulo postado HAHAHAHAHAHA


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MARCO MONTELEONE


Eu distribuía uma sequência de socos em um saco de pancadas. Meus olhos fixos na peça que recebia os golpes sucessivos enquanto eu tentava expulsar a energia violenta que ainda circulava em meu corpo, e que era responsável por eu estar na sala de treinamento às cinco da manhã, em outra madrugada insone.

Can't Stop Me Now, da banda The Score, irrompia dos alto-falantes ao passo que os pensamentos digladiando em minha mente me forçavam a analisar minuciosamente cada um dos últimos acontecimentos. Cada palavra dita por papai antes e depois do ataque. As medidas cautelosas que estávamos tomando sobre as investidas da Bratva. Até que, por fim, eu retornava à morte de papai — e nesse momento a força concentrada em meus socos aumentava.

A morte dele e o reencontro com Virgínia pareciam ter elevado todas as características que me aproximavam de um animal irracional e sedento por sangue.

E era um tipo bem específico de sangue.

Russo. Soco. Dos meus inimigos.

Soco. Soco. Soco.

E isso estava me fazendo tomar atitudes insensatas, como Romeo fez questão de deixar claro na noite anterior. Nunca tive dificuldades de conter impulsos e qualquer emoção, por isso estava odiando a luta que travava contra eles desde o enterro de papai e minha ascensão à posição de capo. Desde que eu havia encontrado Virgínia.

Odiava perder o controle sobre mim mesmo, sobre minhas atitudes, e entrar numa missão obsessiva para encontrá-la... — chutei o saco de pancadas daquela vez — tinha sido a gota d'água. Aquilo precisava parar. Eu assumiria o controle sobre mim mesmo e sobre aquela situação.

Apenas assim poderia jogar com Virgínia e descobrir o que precisava. Apenas assim a Outfit teria um futuro em minhas mãos.

Reforcei a última decisão dando um chute ainda mais forte no saco, empurrando-o para longe.

A música que preenchia toda a sala foi desligada, me fazendo direcionar o olhar para a entrada. Giovanna me encarava com uma sobrancelha ruiva arqueada enquanto vestia suas próprias luvas de boxe.

Ainda ofegante pelo esforço físico, eu a observei se aproximar exalando a confiança que a assisti adquirir com o passar dos anos.

Giovanna era uma cópia da nossa falecida mãe. Tinha o rosto delicado emoldurado por longos cabelos quimicamente ruivos, os mesmos olhos verdes realçados por cílios negros, a estatura baixa e frágil. Era a figura de um anjo com as habilidades de um demônio.

Ela estava na mansão desde o enterro de papai. Voltara após meses na Itália, onde cursava psicologia. Era o pequeno gênio dos Monteleones. A menina dos olhos de papai, dos meus e até dos de Romeo.

Ao ver as olheiras sob os seus olhos, lembrei que a morte de papai não fora um golpe apenas para mim. Na manhã do enterro, estávamos lado a lado, apoiando um ao outro, compartilhando silenciosamente a dor de enterrar outro familiar. Mas após aquele dia, não tivemos muito tempo juntos. As reuniões com os capitães e soldados na última semana foram recorrentes, assim como os encontros com Alessandro, o novo consigliere. E então eu viajei para a costa leste para sequestrar Virgínia.

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⏰ Última atualização: Apr 01 ⏰

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Nos Braços da Escuridão: Entre a vingança e a obsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora