➵ 35: Calina Sartori judgment day

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— Amor, se você continuar me tocando dessa forma eu vou acabar dando um tiro na cabeça do Heitor e estragando toda a sua diversão. — O ar comprimido em meus pulmões se soltaram com uma risada bufada.

A diferença entre mim e essas pessoas, é que eu o tenho. Ele é capaz de me jogar em um precipício, mas também é o único a me tirar de lá. Posso citar dezenas de vezes em que eu o odiei, mas ainda sou capaz de dizer que o amor sempre foi superior. Trevor me assustava com todas essas coisas, com a liberdade que ele me trouxe, mas eu não escolheria nada no mundo além dele.

— Não seria uma proposta ruim se isso fizesse a gente ir para casa mais cedo. — Murmurei enquanto seu rosto virava em minha direção.

O sorriso brincando em seus lábios e os olhos semicerrados como se pudesse ler todos os meus pensamentos. Porra, como eu amo essa nossa dinâmica.

— Está na hora. — Ele disse passando os braços ao redor da minha cintura. — Estou bem logo atrás de você.

— Na hora certa, venha para o meu lado e segure minha mão. Estarei esperando por você, Trevor. — Mesmo sem saber sobre o plano, ele apenas balançou a cabeça concordando.

Deixei um beijo carinhoso em seus lábios antes de começar a me afastar do seu toque. Era como se algo ficasse para trás, quase como uma parte minha. Eu queria voltar e agarrá-lo mesmo que fôssemos ficar apenas alguns minutos separados, mas eu ainda não queria soltá-lo.

Virei minhas costas indo em direção a escada de emergência onde Bugsy arrombou a porta para que pudéssemos entrar. Apenas porque queríamos uma visão da quantidade de pessoas que estariam na igreja. E eu posso dizer com certeza que esse seria o grande evento de Heitor, não tão famoso quanto a festa do beneficente do meu aniversário, que inclusive, aconteceria normalmente após o casamento.

É, hoje é o meu maldito aniversário. Algo que eu nunca considerei de imensa felicidade. Hoje faria 7 anos desde o dia que a tríade pesadelo adentrou minha vida com os dois pés na porta. E também faz 7 anos que minha mãe morreu, não por minha culpa.

Porra. Isso é a verdadeira liberdade.

Mas o melhor de tudo é que hoje não é apenas o evento que eu completo 25 anos, mas é o dia que o legado de Heitor Sartori vai desabar. Como se fosse um jogo de lego, eu irei desmontar peça por peça e farei com que ele grite, implorando por piedade ou simplesmente alegando inocência. Hoje eu mostrarei com todas as minhas forças porque eu sou sua filha e porque eu sou o seu karma, mas o melhor de tudo, mostrarei para o mundo porque devem temer Calina Sartori.

— Calina? — Arqueei as sobrancelhas me virando em sua direção. — Eu te amo.

— Eu sei. — Meus lábios se esticaram em um sorriso após eu começar a descer as escadas e ainda ouvir sua gargalhada.

Eu não queria que isso parecesse uma despedida e desde que nós dois falamos isso, parece que ele sempre precisa reafirmar ou talvez tenha deixado isso por tanto tempo guardado que seja impossível não dizer a cada segundo possível. Como se estivesse dizendo todas as vezes possíveis para que eu jamais desacreditasse disso. Mas é impossível que eu não acreditasse.

Afinal, que tipo de cara perseguiria uma garota por longos anos, colocaria fogo no céu por ela, destruiria lares assombrados e ligações sanguíneas impuras, se ele não a amasse? Mas, o principal de tudo... Se não houvesse amor, como ele transformaria uma garota idiota que se deixava ser modelada como uma boneca de porcelana em uma grande vilã disposta a destruir todos aqueles que a fizeram parecer perfeita e inquebrável?

Isso é amor. Da forma mais intensa e tortuosa possível.

No segundo em que passei pela porta do térreo estendi a mão pegando o maço de cigarro no bolso do sobretudo, levando um dos bastões até os lábios. Já fazia alguns dias desde que eu havia fumado, talvez eu tenha até desacostumado com o sabor amargo do Davidoff já que meu rosto se transformou em uma careta automaticamente ao puxar a nicotina.

TOQUE-ME SE FOR CAPAZOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz