Para o Prazer do Bilionário

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Eu me revirei a noite toda. O tempo todo, senti como se tivesse cometido um erro. Não gostei da forma como as coisas terminaram com a Kelly. Ou Victoria. Ou quem quer que ela fosse. Apesar de tudo o que aconteceu, continuei repassando aquele momento na minha mente — observando o rosto dela de outra perspetiva e como parecia genuíno, enxotando-a para fora do elevador como se ela não fosse nada além de uma mosca da qual se livrar. O que eu estava pensando?

De qualquer forma, eu precisava saber por que ela fez o que fez. Ela estava dizendo a verdade? Ou isso era outro truque dela? Ela havia brincado comigo o tempo todo? A maneira como ela se dirigiu a mim e tocou-me foi como se ela tivesse tentado me confortar como uma namorada faria. Como uma noiva faria.

Eu tinha de saber. Eu precisava saber. E sabia que nunca mais dormiria bem até saber. Revirei até o sol nascer, então deslizei da cama e peguei imediatamente o meu telefone. Não me importei com a ameaça de Jack na noite passada. Ele poderia estar tão chateado quanto quisesse. Mas eu precisava do número da agência que ele usou para contratar a Victoria.

— Jack Murphy — disse a voz grogue.

— Jack, é o William.

O telefone ficou em silêncio e me preparei para ele desligar na minha cara.

— O que você quer tão cedo? — ele perguntou.

— Preciso do número de telefone da agência que você usou para contratar a Kelly.

Eu o ouvi rir quando os sons de arrastar os pés foram ouvidos do outro lado da linha.

— Aproveitando a sua prostituta quando a sua noiva não está por perto?

Respirei fundo e tentei manter a calma. Ele era a única pessoa que eu conhecia que tinha acesso a esse número, então não poderia irritá-lo.

— Ela saiu antes que eu pudesse dar uma gorjeta. Preciso ligar para a agência e dar-lhe a gorjeta — eu disse.

— Ah, então as atividades de bónus foram boas? A mulher com quem conversei disse que ela era boa para esse tipo de coisa.

— Jack. O número do telefone.

— E por que eu deveria dar isso a você?

— Porque não acho que essa agência olharia bem para você por atrapalhar os seus negócios, por teres as suas próprias práticas comerciais de merda — eu disse.

Ouvi-o resmungar ao telefone antes de começar a ler uma série de números para mim. Os anotei no bloco de notas do hotel que me foi dado, mas a sequência de números parecia familiar. Agradeci a Jack distraidamente pelo número antes de desligar a chamada, logo abri o meu registo de chamadas e comecei a navegar por ele.

Tristan. Tristan. O meu departamento de recursos humanos. Relações Públicas. Finanças. Mais chamadas perdidas de Tristran.

Então, encontrei. A única vez que tentei ligar para a outra agência para a qual Victoria, também conhecida como Kelly, trabalhava.