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DOIS MESES DEPOIS

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DOIS MESES DEPOIS

O horizonte de Nova York combinava com o meu humor. Sombrio. Escuro. Taciturno. Fiquei atrás da mesa no meu escritório, olhando para o céu, olhando a cidade onde havia feito o meu lar. Mas não parecia um lar. O dia nublado combinava com o meu humor, e era um estado de espírito que eu não conseguia me livrar há semanas. Respirei fundo enquanto cruzava as mãos atrás das costas, pensando em todo o trabalho que tinha pela frente.

O contrato com Pascal estava indo bem. Os programas de segurança que eu mesmo criei estavam no seu primeiro estágio de desenvolvimento. Estávamos no processo de resolver a primeira rodada de problemas antes que o software passasse pelo meu olhar indiscreto, e então ele passaria pela segunda rodada de testes. A minha empresa testaria todo o software até que menos de cinco bugs retornassem. Vários bugs poderiam ser corrigidos enquanto o produto estava em fase de lançamento, especialmente porque as atualizações podiam ser realizadas automaticamente com uma tática que mantinha protegida por senha. Só eu poderia aprovar uma atualização como essa, e manter aquele toque pessoal em tudo ajudou o meu produto a ser o melhor possível no mercado.

E a minha conta bancária se orgulhava do sucesso desse plano.

Ouvi a porta do meu escritório se abrir, mas não me virei. Eu estava cansado e totalmente despreparado para o que Tristan queria discutir. O trabalho não havia tido o seu habitual apelo abrangente ultimamente. Principalmente porque eu não estava programando nem construindo nada. Embora eu tivesse outras doze empresas para administrar, a minha obsessão não parecia mais ser a construção do meu império.

Parecia estar focado numa linda mulher que não conseguia esquecer.

Tristan limpou a garganta atrás de mim e eu suspirei. Dei uma última olhada na paisagem tempestuosa de Nova York antes de me virar, observando Tristan parado no meio do meu escritório. Ele segurava uma pasta e um tablet na dobra do braço e ficou ali pacientemente, esperando que lhe desse o sinal verde.

Mas não o fiz.

— Bem, um de nós deveria falar — disse ele.

— Então fale.

— O seu jato está no aeroporto, abastecido e pronto para partir.

— Não suporto viagens de negócios consecutivas como esta — eu disse.

— Em primeiro lugar, não é consecutiva. Você voltou de Viena há quase dois meses.

— Perto o suficiente.

— Você tem de ir para Los Angeles, William. É o palestrante principal da maior conferência de tecnologia do país. Você concordou em falar há seis meses.

— Sei — eu disse, beliscando a ponta do meu nariz.

— E você tem de estar no jato logo. Adiou isso por tempo suficiente. Se você não partir, as tempestades o atrasarão e não comparecerá. Você está no topo após este contrato com Pascal Breunig. Se você não comparecer, isso pode fazer com que ele desista.

Para o Prazer do BilionárioWhere stories live. Discover now