Trabalhar. Isso é tudo que eu faço.
Depois que o meu melhor amigo me passou a perna, isso é tudo que posso fazer. Estou tentando fechar um contrato enorme. Um que colocará a minha empresa à frente das demais.
Mas, claro, ele é um tradicionalista.
O...
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Assim como eu esperava, William trancou-se no seu quarto depois do pequeno-almoço para fazer uma teleconferência. Aquele homem nunca deixou de trabalhar? Fiquei ali sentada com a perna cruzada sobre o joelho, terminando a mimosa que havia feito para nós dois. O seu pedido de desculpas foi apreciado, mas foi um pouco meia-boca na minha opinião. Poderia dizer que ele ainda não acreditava que Ron tivesse me atacado todas aquelas vezes. Ele enquadrou isso como "realização de negócios", mas ainda descartava as ações de Ron como se eu as tivesse solicitado de alguma forma.
Parte de mim estava feliz por ele ter uma teleconferência para atender.
Aventurei-me de volta ao meu quarto para me preparar para um dia em Viena. Mas o que eu realmente queria fazer era andar mais a cavalo. Eu ainda estava irritada com as coisas que ele disse no carro e como elas saíram tão friamente da sua língua. Como se eu não fosse nada mais do que um brinquedo sexual sem sentimentos. Coloquei umas calças jeans e a t-shirt mais larga que tinha, depois prendi o meu cabelo num coque no topo da cabeça. Ouvi a voz de William vindo de trás da porta do seu quarto enquanto eu saía da cobertura, a minha mente focada na tarefa que tinha pela frente.
Ia passar o dia entre os cavalos de Viena.
Havia um grande estábulo no meio da cidade e, a cada batida dos pneus na calçada, eu ficava mais animada. As preocupações com o meu trabalho e com William diminuíram rapidamente, e no minuto em que paramos na entrada, eu dispensei o carro. Queria passar o dia inteiro lá. Não me importava se fosse apenas limpando as baias e alimentando os cavalos. Simplesmente queria estar perto dos animais que me davam mais alívio quando se tratava de estresse.
Entrei no estábulo e encontrei o dono. Disse-lhe que estava interessada em andar de cavalo, mas também em ajudá-lo em algumas tarefas diárias. Ele olhou para mim como se tivesse enlouquecido, mas estava grato pela ajuda. Aparentemente, um dos ajudantes do estábulo havia pedido licença do trabalho naquele dia, então ele estava com poucos funcionários. Ele me entregou uma escova e uma picareta e mandou-me para o final do corredor, e comecei a escovar e limpar os cascos do meu primeiro cavalo.
Lentamente, caminhei pelo corredor do celeiro. Os cavalos eram lindos e senti-me relaxar instantaneamente na rotina. Quando eu era pequena, a minha coisa favorita era ajudar o meu pai com os cavalos do nosso celeiro. Queria limpá-los e ajudá-lo a lavá-los. Queria observar enquanto as cavalariças trocavam os ferros dos cascos. Foram alguns dos melhores momentos da minha infância, mas não foram as lembranças do meu pai que inundaram a minha mente.
William foi o que inundou a minha mente.
Sair daquela cobertura e ficar longe de um homem com quem eu queria fazer sexo era necessário. Especialmente se ele quisesse "manter o profissionalismo". Eu não queria que as coisas voltassem a ser como eram antes daquela noite. Eu não queria voltar a William me evitando e esquivando a cada passo. E eu com certeza estava ficando cansada de ter de tomar banhos frios para acalmar o meu corpo. Mas se era isso que William queria, não tinha condições de contestar de forma alguma.
