~~Capítulo 11~~

Mulai dari awal
                                        

À pressa e ainda à meia luz do telemóvel, a mãe veio deixar nas costas do sofá, umas calças escuras e uma sweat vermelha antes de regressar à cozinha.

- Desculpa... - voltou a repetir pelo meio das respirações entrecortadas.

- Está tudo bem. - sussurrei tantas vezes quantas me pediu desculpa - Precisamos de te aquecer primeiro, depois já conversamos, que tal?

- Mas... eu preciso de me explicar, foi para isso que aqui vim, Eliot. - disse, afastando-se o suficiente para nos encararmos - Já adiei demasiado.

O meu coração falhou uma batida, não estávamos tão perto há muito, os nossos rostos não estavam tão perto há muito.

- Estás gelado e a tremer que nem varas verdes, Ryan. - retorqui quando a minha mão foi encontrar o seu rosto que acariciei por instinto. Fechou os olhos e inclinou-se ao toque como se aquilo fosse a melhor coisa que lhe tinha acontecido.

Só lhe faltava ronronar.

- Parece-me que aqueceres é prioritário.

Encolheu os ombros e assentiu, estendi-lhe a roupa e fiz menção de sair da sala, ou virar costas ao menos, alcançou-me o pulso em segundos e nunca imaginei que uma mão tão fria pudesse produzir faíscas, pelo menos não novamente.

Mantive-me no mesmo sítio, com as faces quentes de súbito. Baixei a cabeça e sorri de forma discreta, só para mim, só ao de leve. Isto antes de o ver a lutar com a roupa que custava a despir devido ao estado em que se encontrava.

Ajudei-o a despir a t-shirt, como se aquilo não me estivesse a atrofiar o sistema e sequei-lhe o tronco exposto, como se aquela visão não me obrigasse a morder o lábio.

Depois de muito fingir que vê-lo nu não me recordava desejos antigos, não fazia ideia que vê-lo com roupa minha também me recordaria de desejos antigos. Era uma mistura demasiado única entre estranho e uma das coisas mais perfeitas que já vi.

Foda-se, nem parece que era suposto ainda estar com vontade de o mandar à merda.

- Melhor?

- Hm hm... - assentiu, embrulhado uma vez mais na manta, com a caneca quente de chá que a mãe trouxera, antes de voltar para o quarto mesmo que nos tenha garantido que a poderíamos chamar se precisássemos de alguma coisa - Podemos falar agora? - indagou depois de dar um gole ao líquido fumegante.

- Fala.

- Não há muita explicação... Fui um cobarde de merda, El, fui cobarde e idiota, magoei-te pra caralho e sofri as consequências. - respirou fundo - Mas não consegui viver sem ti outra vez... E como sou um egoísta de merda sinto que precisava de te pedir desculpas a sério, de te dizer que estou disposto a assumir-me em frente a toda a gente. Que não tenho vergonha... não tenho vergonha de ti, nunca tive.

Suspirei, os olhos aguados e um nó irritante na garganta.

Levei a mão ao seu rosto que apenas via graças à lanterna do meu telemóvel pousado na mesa, com a câmara virada para cima.

- Eu nunca te pediria para te assumires a ninguém, Ry, quanto mais em público. - sussurrei - Nunca precisei disso, isto seria um segredo por tanto tempo quanto quisesses, só precisava que não me voltasses as costas porra. Que não me afastasses.

- I'm so sorry... - murmurou, vindo encostar a testa à minha, olhos fechados com força, lágrimas perto de escorrerem.

Estava morto por beijá-lo caralho! Estava morto por perdoá-lo, por repetir outra vez que estava tudo bem.

Mas tinha que ir até ao fundo.

Porque não podia voltar a ver só a primeira camada, porque não foi só cobardia, porque não foi medo, afinal foi ele quem quis assumir-se à mãe!

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⏰ Terakhir diperbarui: Jul 16, 2024 ⏰

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