Eliot POV
- O que é querias? Do que é que estavas à espera?! Magoaste-o!
- Meu, não podes estar à espera que fiquemos sempre do teu lado...
- Muito menos quando nos desiludes assim...
- Sim Eliot, não fazes ideia do quão desiludidos estamos!
Um por um, foram deixando a sala cada vez mais vazia. Valerie foi a primeira, abanava a cabeça em desaprovação, seguida de perto por Louise, Dave e Marcus a poucos passos.
- Não acredito que o tenhas escolhido, em vez do Tristan caralho! - exclamou o último.
Elle também abanou a cabeça e por segundos, creio que o meu coração parou de bater.
- Nunca esperei isto de ti. - e nada senti além das lágrimas ardentes que me inundaram a vista e as bochechas mal a vi abandonar a sala também.
Restávamos eu e Jeremy para quem me virei de imediato, o desespero a roubar-me o ar e a capacidade de falar.
Estava a ponto de implorar-lhe que me ouvisse, que ficasse, quando repetiu o sinal da namorada e além disso ergueu a mão na minha direção.
Algo dentro de mim quebrou, o que me restava.
- Não sou o teu pau mandado, não vais conseguir dar-me a volta.
- J-Jer...
- Também sei tomar as minhas próprias decisões, ter opinião própria, meu! Não vou ficar do teu lado em tudo! - bradou.
Estremeci.
- Eu, eu sei... e...
Cruzou os braços e virou-me as costas. Num impulso dei dois passos, três, com tanta velocidade quanto o meu corpo dormente permitia e vi-o afastar o ombro da minha mão, antes de me fitar com desprezo.
- Ainda bem que me vou embora. - murmurou entre dentes.
- Jeremy por favor...!
Encalhei numa das mesas e fui cair de cara no chão, onde me deixei ficar, encolhido numa poça de pura pena de mim próprio.
Não, não, não, não...
Nunca sobreviveria sozinho.
Não vou sobreviver, não consigo...
Aposto que até a mãe me odeia, se eles não me querem sequer ver...
Sou uma desilusão, sou uma grandíssima desilusão!
- Por favor, por favor não... Desculpem, desculpa eu... - sussurrava entre soluços.
Quando abri os olhos estava tudo escuro, estava encharcado em suor e lavado em lágrimas reais, demorei instantes a dar-me conta que o meu quarto me rodeava, então sentei-me, agarrei-me aos finos lençóis húmidos e forcei-me a respirar fundo ainda ofegante, então chorei de alívio, porque fisicamente parecia não passar da merda de um pesadelo.
Mas não aguentei e precisei de confirmar de outras formas.
Alcancei o telemóvel, eram quatro e trinta e três, segundo o relógio.
Tinha meia dúzia de mensagens no nosso grupo, o que por si só foi tranquilizante, contudo, não suficiente.
O que aconteceu depois deve ter sido do sono, porque em plena consciência nunca faria algo que viesse a deixar os meus amigos tão confusos e preocupados quando acordassem.
BINABASA MO ANG
Not Only Memories
Romance"É desta que aprendes de uma vez que ninguém tem o direito de decidir quem tu és?" "Ele fica melhor sem mim de qualquer forma, não é importante." "Ele está a esquecê-lo, sei que está a tentar..." "Já segui em frente, limitei-me a fazer o mesmo de an...
