Capítulo 19

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Passamos um dia agradável, o primeiro em meses, cozinhei pra ela, tomamos banho de piscina e recebemos muitas ligações de todos nos parabenizando pelo aniversário de casamento, recebemos flores e presentes, parecia que de alguma forma as pessoas sabiam que estávamos tentando de novo.

No horário marcado, esperei por ela na sala para sairmos para jantar, ela desceu as escadas e estava linda, ela é linda, sempre foi, nunca neguei isso, mas agora parecia estar mais bonita, ou talvez eu não tenha reparado nela.

- Boa noite Sra. Kim.

Karina – Boa noite Sr. Kim.

- Pronta?

Karina – Sim, vamos lá.

  Estendi o braço e ela segurou, saímos até a garagem e depois de entrar no carro seguimos para o N. Grill, um restaurante de comida francesa, que fica próximo a Seoul Tower.

Karina – Que vista linda...

- Eu amo esse lugar, tem a melhor vista da cidade.

Karina – Eu nunca tinha vindo aqui.

- Que bom, assim eu posso ser o primeiro a te trazer aqui.

  Ela sorriu para mim e voltou a olhar pela janela, esse sorriso era novo, um sorriso tímido, esse eu nunca tinha visto, eu gosto.

  Jantamos conversando, descobri coisas sobre ela que nunca imaginei. Ela gosta de dançar e de esquiar, gosta de jogar vídeo game e gosta de assistir a filmes românticos.

Karina – Eu sempre quis jogar no seu vídeo game.

- E por que não falou? Poderíamos ter jogado juntos.

Karina – Era o seu espaço, onde você tinha paz, eu não queria invadir.

- É verdade, tenho que concordar, mas agora você pode invadir e ir jogar comigo.

Karina – Eu vou gostar muito.

  Ela sorria feliz e batia palminhas animada, o que me fez quase esquecer tudo que vivemos no último ano, vendo a situação toda agora, foi difícil para nós dois, ambos não facilitaram ou deram o braço a torcer, mas não da pra julgar, somos dois jovens com sonhos e que fomos obrigados a casar e no meio de toda angústia, não conseguimos ver a dor do outro, nem que havia uma outra pessoa ali que precisava ser compreendida, mergulhamos na nossa própria dor e esquecemos do outro.

  Depois de jantar fizemos uma caminhada pelo rio han e depois voltamos para casa, já estávamos deitados e ela se mexeu na cama.

Karina – Já está dormindo?

- Sim...

Karina – Bobo... posso pedir uma coisa?

- Claro.

Karina – Me deixar dormir abraçada com você?

- O que? Por que?

Karina – Eu não consigo dormir bem desde que eu dormi no seu peito no Japão.

- Tá, tudo bem. Vem aqui.

  Abri o braço e ela se ajeitou nele e me abraçou, dei um beijo no topo da cabeça dela e então adormecemos. Pela manhã quando acordei ela não estava mais na cama, desci as escadas e senti o cheiro da comida vindo da cozinha fui até lá e ela estava cozinhando.

- Você na cozinha?

Karina – Queria preparar algo pra você, mas estraguei o omelete.

- Não tem problema, deixa eu provar.

  Coloquei uma colherada na boca e realmente era impossível comer aquilo, estava muito ruim.

- Muito ruim, senta lá que eu mesmo faço a nossa comida.

  Passamos um final de semana agradável, foi como estar em um encontro com alguém de quem eu gostava. Comemos, dançamos, jogamos vídeo game e ela era boa, não tão boa quanto eu, mas quando percebi que ela estava ficando irritada, deixei ela vencer algumas partidas, ela com raivinha por causa do jogo ficava linda, fazia um biquinho e apertava os olhos, na segunda-feira voltamos a nossa rotina de trabalho.

A semana foi passando e como estávamos nos adaptando a essa situação de começar de novo, tivemos ainda algumas brigas, era impossível esquecer tudo em um único final de semana, mas nós estávamos tentando.

  Com o passar dos meses o ambiente em casa melhorou bastante e até saímos juntos algumas vezes, hoje por exemplo é sexta-feira e ela insistiu para que eu fosse a uma festa na casa de um de seus amigos, concordei em ir, apenas pelo fato de não querer brigar com ela ou fazer ela se sentir sozinha, como ela mesma disse que se sentia nessas reuniões, mas a festa não foi agradável, o Wonwoo estava descaradamente dando em cima dela e na minha frente, eu posso não ter consumado esse casamento ainda, mas ela é minha esposa, ela também não ajuda, fica se insinuando pra ele, o que faz minha raiva crescer mais ainda, e o ciúme, sim, por que agora sinto ciúme dela e dessa proximidade toda, ela estava dançando, com ele, então fui até lá e segurei em seu punho.

- Vamos embora.

Karina – Espera, eu não quero ir agora.

- Eu tô cansando, vamos embora.

Karina – Mas a festa acabou de começar.

- Vamos embora.

Wonwoo – Espera cara. Tá cedo ainda.

- Não se mete, não tô falando com você.

Wonwoo – Mas ela é minha amiga, não fala com ela assim.

Karina – Won, para por favor.

  Ele colocou ela atrás dele e eu senti a raiva tomando conta de todo meu ser.

- Cara, sai da frente dela.

Wonwoo – Não vou sair, vai fazer o que?

  Segurei ele pala gola da camisa, mas a Karina se colou entre nós dois e me empurrou.

Karina – Para com isso Seokjin.

  Olhei em seus olhos e ela estava com raiva, quase tanta quanto eu, posso dizer. Soltei a gola da camisa dele e sai em direção a rua, peguei as chaves do carro e continuei andando.

Karina – Espera, Jin espera, eu vou com você.

- Não precisa vir, fica com seu amigo.

Karina – Você já estragou minha noite. Vamos embora.

  No caminho para casa começamos a brigar, uma discussão intensa, eu podia sentir todo meu corpo tremendo, quando chegamos desci do carro e bati a porta com tanta força que achei que ela iria quebrar.

Karina – Você está sendo infantil, para e conversa comigo.

- Conversar o que?

  Entrei em casa e subi correndo para o quarto, sendo seguido por ela.

Karina – Você tem que parar de achar que eu e ele temos alguma coisa.

- Por que já é passado né, vocês terem transado ficou no passado.

Karina – Eu nunca transei com ele, tá maluco?

- Ele disse, naquele dia no bar ele disse que vocês transaram.

Karina – Nós nunca transamos. Acredite em mim.

- E por que ele disse aquilo então?

Karina – Eu não sei, estávamos todos muito bêbados naquele dia. Por que você tá agindo assim?

- Por que eu não gostei de ver como você tava se insinuando pra ele enquanto dançava.

Karina – Eu não estava me insinuando pra ninguém.

- Fala sério, eu vi. Vi o que você estava fazendo.

Karina – Eu não estava fazendo nada e mesmo que tivesse por que você se importa? Esse casamento é um completo fracasso por mais que a gente tente!

- Eu me importo, porque você é minha esposa, porra.

Karina – Só no papel.

  Olhei para ela com um olhar tão intenso que se tivesse poderes teria tirado a roupa dela ali mesmo.

- Posso mudar isso agora mesmo.

  Falei dando um passo na direção dela e instintivamente ela deu um passo para trás.

Karina – Não ouse.

- Não duvide da minha capacidade.

  Continuei andando e ela recuando.

Karina – Você não faria isso, você não é esse tipo de homem.

- Posso ser hoje. Posso atender seu pedido de todas as vezes que você bebeu e me pediu pra transar com você.

Karina – Se eu não lembro, não aconteceu.

- Ah, mas eu lembro e lembro muito bem de todas elas.

  Ela parou de andar quando encostou na parede e eu continuei andando até chegar bem junto dela, enfiei meu nariz na curva de seu pescoço, inalei seu cheiro e vi sua pele arrepiar.

Karina – Para com isso.

- Por que?

Karina – Eu não quero.

  Suas mãos estavam apoiadas em meus braços e ela me afastou, olhei em seus olhos e aproximei minha boca da dela, falei tão próximo que senti nossos lábios se tocarem de raspão.

- Se eu parar, amanhã entro com o pedido de divórcio.

Karina – Não.

- Não o que?

Karina – Não quero me divorciar.

- E o que você quer?

Karina – Você, eu quero você Jin.

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