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(pov hannah)

"Até agora não foi confirmado, mas temos uma média de mais ou menos seis pessoas mortas em bairros diferentes. Todos os repórteres estão trabalhando o quanto podem para descobrir quem é o mais novo assasino da cidade."

Suspirei, percebendo que mais uma vez, perderia algumas horas de sono. Era óbvio para mim que Vinnie estava enrolado nisso. Ele havia acabado de sair do manicômio, mais isso não quer dizer que tenha ficado bom. Não, muito pelo contrário. Eu como psiquiatra sei bem do estado mental de Hacker, e ele está tudo menos saudável mentalmente. Mas ninguém enxerga isso.

Desliguei a televisão e tentei me concentrar  em minhas anotações. Liguei para a clínica Fresh Start e eles me aceitaram de volta. Me fazendo ficar feliz por conseguir resolver isso. Minha vida estava voltando aos eixos. Algumas horas depois de Nate ter saído de minha casa, eu me senti culpada por algo que eu não sabia ao certo. Fiquei pensando no quanto sou idiota de ter me envolvido com Vinnie, mas não é como que se me arrependesse. Só de ter dito a ele que estava me apaixonando. Não foi recíproco e eu devo me conformar com isso. Segui em frente. O bom de tudo é que eu saí de toda a confusão onde estava submersa. Só falta conseguir dar um jeito em Sebastian. Até agora não tive sinal dele, mas quando tiver tudo o que Maria, Nate e eu resolvemos, entrarei em ação.

Levantei do sofá onde estava sentada. Convenhamos que tenha algo me incomodando, me deixando muito tonta por pensar tanto em algo que já não me interessa. Talvez esse plano que tenho com os pais de Vinnie me prejudique de certo modo. Ambos me lembram muito dele e ainda por cima, fazem questão de mostrar-me de forma indireta, ou não, que estão desapontados comigo. Mas afinal, quem eles acham que eu sou? Uma máquina de aguentar a bipolaridade do filho? Aguentar ser menosprezada pelo mesmo, enquanto ele não liga?

Fui diretamente ao banheiro, me despi e entrei no box. Enquanto deixava com que a água caísse por todo meu corpo, me lembrei dos momentos difíceis que enfrentei durante o início da minha carreira. até o dia que o conheci. Também lembrei dos momentos em que eu achava que Vinnie começara a ter sentimentos por mim, no dia em que achei que nós poderíamos dar certo. Lembrei-me também de como ele me tocou, como se eu fosse só dele e aquele fosse nosso momento. Ele me beijava com paixão e desejo. Mas de repente, tudo veio a baixo. Como um alerta, meu subconsciente me lembrou do nosso último momento juntos. Quando ele me expulsou, sem remorso, de sua vida. E de repente me vi com raiva, raiva por não conseguir tirá-lo de minha cabeça. Enquanto ele tinha o feito tão rapidamente.

Saí do banheiro, sentindo-me leve por ter conseguido relaxar no banho. Mas ao mesmo tempo pesada, por dentro. Algo em mim sempre me lembra que terá alguma coisa errada e eu estava começando a ficar sem paciência com isso.

Vesti uma lingerie preta, toda detalhada. Como estava calor, resolvi colocar um short jeans e uma camiseta branca, combinando com minhas unhas pintadas. Penteei meus cabelos, calcei uma rasteirinha e me olhei no espelho. Não estava tão mal. Como só iria ao mercado fazer algumas compras, resolvi não apelar para maquiagem. Não tinha nenhuma ocasião especial para me maquiar. Dei uma última olhada no espelho e vendo que nada faltava, saí de casa, sem o carro, andando mesmo. O mercado não era longe e a compra não seria tão grande.

break time⏳️

Após comprar todo o necessário, aproveitei para deixar as compras em minha casa. Vendo que o sol ainda iria se por, resolvi caminhar pelo bairro. Sim eu não deveria. pelas "mortes causadas sem explicação",  mas eu não tinha medo.

Ao passar por um parque, onde crianças brincavam com seus pais, me vi suspirando, sabendo que isso não aconteceria comigo tão cedo. Eu nunca fui o tipo de garota que acreditava em príncipe encantado, pois ele não existe. Mas sempre tive uma sensação estranha, como se eu necessitasse de alguma coisa, como se eu devesse fazer alguma coisa. Já namorei muitos caras, depois de ter perdido a memória, ou seja, depois de Vinnie, mas nenhum me fez sentir feliz completamente. Sempre me sentia vazia com todos eles. Só que como era teimosa, não desistia mesmo sabendo que talvez o garoto certo para mim venha com o tempo, e não com a pressa de tirar a angústia de dentro de mim. Eu devia ser paciente. E foi isso que fiz com meus dezenove anos. Dediquei-me mais aos estudos do que ao amor até conseguir me formar e quatro anos depois me encontrar nessa situação. Se for parar para pensar, é cômico, ao mesmo tempo triste.

PSIQUIATRA DE UM ASSASSINO - VINNIE HACKEROnde histórias criam vida. Descubra agora