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Ainda encolhida no chão, pensando no que havia acontecido comigo no passado, do porquê de ter tido traumatismo craniano e, consequentemente, perdido a memória, resolvi ligar para Nate, afinal, ele e Maria deveriam saber do que me lembrei.

— Oi Hannah. Aconteceu alguma coisa? — Era Nate.

— Sim, aconteceu. Maria está aí com você? — Perguntei me levantando, secando minhas lágrimas com a palma da mão e ajeitando minha roupa.

— Sim ela está, mas o que aconteceu?

— Me esperem aí. Eu já estou a caminho, preciso falar com os dois.

Desliguei sem esperar uma resposta vinda dele.

break time⏳️

— Tudo bem com você querida? Seu rosto está todo inchado. O que aconteceu? — Estava na casa da família Hacker, sentada no sofá com Nate, enquanto Maria me trazia uma xícara de chá para acalmar os nervos. Desde que cheguei, ela não parava de me fazer perguntas, o que me fez perceber que ela realmente estava preocupada comigo, enquanto Nate não dizia nada, apenas me avaliava vom uma expressão hesitante.

— Eu estou bem sim. — Omiti. — Me desculpem se estou atrapalhando, vindo até a casa de vocês a essa hora da noite, mas eu precisava arrancar essa angústia de meu peito, e não se preocupem. Também conversarei com meus pais. — Confessei os encarando.

— Tudo bem Hannah, nós não nos embravecemos de te receber neste momento. Mas estamos seriamente preocupados com você. — Pronunciou-se, Nate.

Suspirei e me acomodei mais no assento.

— Eu me lembrei do que aconteceu há sete anos. — Confessei baixo. — Eu me lembrei de como perdi a memória. — Olhava para os rostos do dois que no mesmo instante adquiriram uma coloração esbranquiçada.

— Você lembrou? — Perguntou Maria, ao meu lado.

— Sim. E por isso vamos continuar com o que combinamos. Agora, mais do que nunca. Disse convicta de minhas palavras, meio orgulhosa de mim por estar prestes a desmascarar o homem que me fez mal por um longo tempo. Sebastian iria pagar.

Estava mais aliviada por dizer o que me machucava por dentro. Precisava falar para alguém que minha memória estava ficando intacta.

— Tudo bem. — A mulher ao meu lado olhou para o marido, talvez contente por saber que eu tinha reagido da melhor forma possível diante da situação. — E você vai falar com Vinnie sobre isso?

Minha alegria de repente se dissipou por ouvir aquele nome.

— Não diga o nome dele. — Disse séria me levantando.

— Por quê? O que aconteceu entre vocês?

— Nada com que tenham que se intrometer. Nós ja decidimos o que queremos para nós dois.

— Cada um cuidar da sua vida sem o outro. Não vamos mais nos falar. — Comentei já sentindo o choro formando um nó na tinha garganta.

— E você está normal diante dessa decisão? — Maria perguntou talvez tão indignada quanto Nate aparentava estar.

— É claro. — Ri baixo, lutando contra as lágrimas. — Vinnie só pensa no bem estar dele. Não tenho espaço em sua vida, assim como ele não tem mais na minha. — Disse, vendo o quanto minha mão estava suada. Esse assunto logicamente me incomodava muito. — Enfim, não quero falar sobre esse assunto. — Já sentia que ambos me encaravam repulsivamente. E eu estava na defensiva. — Ainda são 20:00pm. Vou aproveitar que não está tão tarde e vou à casa de meus pais, contar a eles que eu me lembrei. Vão ficar preocupados, mas também sei que alegres, afinal eu estou me lembrando não é? — Não fui respondida. Tanto Maria quanto Nate encaravam-me desapontados, mas eu não ligava.

PSIQUIATRA DE UM ASSASSINO - VINNIE HACKEROnde histórias criam vida. Descubra agora