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(pov vinnie)

— Vamos garoto, não tenho o dia todo.

O segurança disse, quando estava terminando de pegar minhas coisas na sala do silêncio. O encarei mortalmente, querendo ter uma faca em mãos para poder calá-lo, pois o mesmo não me deixava em paz. Balancei a cabeça tentando dispensar esses pensamentos, mas a ideia de poder ver sangue em minhas mãos parecia ser a melhor opção para me acalmar. Essa necessidade aumentou intensamente.

Ao conferir tudo o que era possível, o guarda novamente olhou minha mochila e vendo que não tinha nada fora no comum. me deixou passar com dois outros seguranças que me prendiam pelo braço. Eles são imbecis se acham que eu vou fazer alguma coisa... Aqui.

Quando consegui me livrar deles respirei fundo vendo pessoas me olharem estranho fora do manicômio. Sim, eu tinha acabado de sair. Estou um pouco cansado mas o desejo de ver sangue ainda me atormentava. Para não fazer besteira e voltar para aquele lugar, tive que respirar fundo e pensar seriamente no que faria. Foi assim que me lembrei que deveria passar na casa de meus pais. Suspirei, confirmando que ainda tinha uma faca em meu calcanhar e que eu poderia usá-la, não com eles, mas caso houvesse necessidade.

Saí do meio da rua e fui em direção à minha antiga casa. Tenho que me entender com os dois assim que entrasse naquele lugar.

break time⏳️

Enquanto olhava as pessoas ao meu redor com seus filhos, podia me lembrar da última imagem que vi da Hannah. Ela estava de costas para mim, tentando achar as chaves do carro e eu consegui perceber o quanto ela ficou incomodada. Naquele mesmo dia havia decidido ficar olhando pela janela depois de receber a notícia que finalmente sairia do manicômio. Essa foi a única coisa boa que aconteceu depois que disse tudo aquilo para ela e enfim deixei-a ir embora. Enquanto olhava a janela, não deixei de perceber o seu carro estacionado no mesmo lugar que ela tinha estacionado na primeira vez que percebi o quanto as coisas estavam complicando. Lá estava ela, impecavelmente linda e com seu jeito meigo, como eu me lembrava, porém com um ar de madura. Eu havia ficado surpreso por vê-la novamente por perto, mas ela não olhou para mim, o que de certa forma me confortou em saber que Hannah estava melhor sem mim.

Despertei de meus pensamentos ao ver que estava de frente para minha casa. Respirei fundo e toquei a campainha.

A imagem da minha mãe apareceu diante de mim e eu simplicidade não consegui expressar nenhuma reação, não depois de me lembrar da última vez que nos vimos quando tentei matá-la há sete anos.

—Vinnie, meu filho que saudade. — Fui surpreendido, ao sentir os braço de minha mãe ao meu redor, me abraçando forte. Ela claramente estava com saudades.

— Oi... Maria. — Disse sem ter mais o que dizer.

— Você ainda está desacostumado em me chamar de mãe não é? — Perguntou sorrindo emocionada.

— Me desculpe. — A abracei forte, tentando soar convincente e logo vi Nate nos encarando.

Soltei-me dela e o encarei.

— Olá, filho. — Ele disse se aproximando de mim e me abraçando. — Que bom que está de volta. — Sussurrou culpado.

Nada disse também me soltando dele. De repente senti um cheiro familiar. Um perfume.

— Hannah esteve aqui. — Minha mãe confessou, olhando apreensiva. A encarei e a mesma suspirou. — Ela pareceu bem chateada quando nos visitou. Por que vocês se afastaram Vinnie? Os dois estavam tão bem. — Ela perguntou.

— O que aconteceu ou deixou de acontecer não interessa mais. — Encarei os dois com um semblante sério. — Acabou. Mas, eu ainda quero saber do por que da visita dela. — Confessei, cruzando os braços.

PSIQUIATRA DE UM ASSASSINO - VINNIE HACKEROnde histórias criam vida. Descubra agora