Vinte e seis

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Larissa
São Paulo (03/02)

Escuto batidas na porta. O relógio marca 00h05. Só estou acordada por que estou conversando com o João. Será uma das meninas?

Levando indo em direção à porta. Olho pelo olho mágico e então abro.

— O que você tá fazendo aqui, João?

— Meia-noite, dia 3. Estou de folga e vim dormir com a minha namorada, posso?

— Claro, entre.

Ele entra e eu fecho a porta. O quarto que ele reservou é grande, e é duplo, ou seja, tem um mini quarto, que é onde a Céu está dormindo.

— Tá com a minha camisa — sorri.

— É mais confortável — me deito e ele deita ao meu lado — tô sem sono.

— Com o meu cafuné cê dorme rapidinho — ele fala e eu me viro para ele — a gente vai almoçar em um restaurante que me indicaram. Depois a gente vai em algum lugar pra a Céu brincar um pouco.

— Você pensa em tudo, né?

— Em tudo não, mas em vocês sim. Sabe o que eu pensei? — indaga. Levanto uma das sobrancelhas — Entrar com as meninas no próximo jogo do Maracanã.

— Sério? Tenho certeza que elas vão amar — me aninho em seu peito — João, eu te amo. Minha vida ainda estaria uma bagunça sem você.

— Eu te amo — beija o topo da minha cabeça — minha vida é muito melhor com você.

— Mamãe! — escuto a minha filha chamando.

— A Céu acordou. Vou lá ver.

Caminho até a porta destrancado-a. Ligo a luz vendo a Céu deitada. Não parece está chorando, provavelmente não foi pesadelo.

— Tô aqui. Aconteceu alguma coisa? — me abaixo ao lado da cama.

— Dói.

— Tá sentindo dor? Onde? Fala pra mamãe — coloca a mão na cabeça — deixa eu ver se você tá com… — coloco a mão na testa e no pescoço percebendo que ela está quente — João! Mamãe vai te dar um remédio, tá?

— Oi, a-aconteceu algo?

— Pega uma bolsa rosa que tá no guarda-roupa, por favor.

— Doí, mamãe — começa a se remexer na cama.

O João volta e eu pego o termômetro colocando de baixo do braço dela. O termômetro apita mostrando 38,2 graus, febre.

Dou remédio, com alguns minutos ela se acalma e o João continua encostado na porta, observando. Caminho até ele.

— Pode ir deitar. Vou ficar com ela até pegar no sono.

— Quer levar ela lá pra cama, não? Acho melhor. A cama é grande.

— Cê não vai se importar mesmo?

— Fui eu que falei, óbvio que eu não vou me importar.

— Vou pegar ela.

— Não, eu pego — caminha até a cama — Céu, que tal eu e você irmos dormir com a sua mamãe lá na outra cama? Quer? — ela concorda com a cabeça — deixa eu te levar.

Volto para a cama. Minha filha fica deitada entre nós dois, no meio para não arriscar cair.

— Boa noite, titio — o abraça.

— Boa noite, princesa.

Ela me deseja boa noite e me dá um beijo na bochecha. Nino até que ela caia no sono. Porém, eu não consigo dormir.

Destino - João GomesWhere stories live. Discover now