Vinte

200 11 0
                                    

Larissa
Tarde - (14/06)

A Juliana ligou me chamando para ir ao shopping com ela e a Mavie. Não pensei muito e aceitei. Distrair a mente. Deixar minha dor um pouco de lado e ajudar a minha amiga. As coisas não estão fácies para ela também.

— Oi meninas! — digo ao entrar no carro do Fábio — oi Fabinho.

— Pensei que não falaria comigo — faz drama.

— Oi Lari, tudo bem? — a Mavi me questiona e eu apenas aceno com a cabeça.

— Tá tudo bem mesmo? — Juliana sussurra no meu ouvido.

— Hurum — um sorriso completamente falso aparece no meu rosto. Não posso transparecer minha dor.

No shopping as meninas fazem algumas compras, eu ajudo elas a escolherem o que comprar. Paramos em uma sorveteria. O Fábio fica o tempo todo nos acompanhando de longe e quando acontece de sairmos do raio de visão dele, ele manda mensagem. É chato, mas é precaução.

Saindo da sorveteria, uma garotinha corre para fora de uma loja. Ela deve ter cerca de 1 ano. A Juliana se abaixa fazendo com que a neném não vá mais longe.

— Oi mocinha. Tá correndo por quê? Cadê sua mamãe, hein?

— Bibi! — uma mulher aparece — que susto você me deu filha. Obrigada — pega a menina no colo — Eu me distrai por um segundo e ela saiu correndo. Tô até tremendo — mostra uma das mãos trêmulas.

— Sei como é. Criança dá cada susto.

— Verdade. Mais uma vez, obrigada — volta novamente para loja.

— "Sei como é" pareceu até uma mãe falando — a Mavi fala soltando um riso anasalado. Me faz relembrar mais uma vez do que aconteceu ontem.

— Verdade — franze a testa — cês repararam quanto aquela neném é linda?

— Já tá querendo uma? Vai dar o golpe da barriga.

— Golpe da barriga? Pelo amor de Deus, Mavie. Amaria ter uma cópia minha ou do Gabi pela casa, mas...

— Vou ao banheiro — interrompo.

Apoio minhas mãos na bancada da pia. Eu joguei a poeira embaixo do tapete por muito tempo. Agora está tudo a mostra. Um caos.

— Amiga, o que aconteceu? — a Juliana entra no banheiro. Faço um sinal para ela ver se tem alguém nas cabines — pode falar.

— Eu e o João tivemos uma discussão ontem.

— Poxa amiga, mas casais brigam de vez...

— Depois de ontem, não sei se o namoro vai continuar — ela me olha confusa — eu escondi uma coisa, não só dele, mas de vocês também.

— Lari, você tá me assustando.

— Não é algo ruim, mas importante. Não devia ter escondido de ninguém. Meus traumas me fizeram fazer isso.

— Amiga, independente do que for, eu tô aqui. Talvez um pouco brava, ou um pouco triste, mas eu tô aqui — segura as minhas mãos.

— Tá. Eu tenho uma filha.

— Deixa de brincadeira — solta uma risada — não, não, não... cê tá falando sério? Meu Deus! Como assim você escondeu isso da gente, Lari? Só te perdoo porque eu quero conhecer essa criança — fala em um tom que me faz rir.

— O nome dela é Céu, ela tem 4 anos. Eu acabei criando traumas... escutei que não era boa mãe pelo fato dela morar com os meus pais. Sei lá, comecei a pensar que todos iriam achar isso também.

— Eu nunca pensaria assim. Não posso falar que não estou um pouco chateada, mas eu vou olhar pela sua ótica. Eu vou amar conhecer a Céu, inclusive é um nome lindo. Espera, ela tem 4 anos? Cê teve ela com 19?! — aceno com a cabeça.

Pouco tempo depois decidimos ir embora. Deixamos a Mavi em casa e eu vou com eles para casa do Gabriel.

João Gomes
Visita - (14/06)

Decidir vir passar um tempo na casa da dona Monique, minha mãe, para passar um tempo com ela e com a minha criança. Esfriar a cabeça.

— Oi mãe — a abraço — como você está?

— Oi, meu filho! Tô bem, e você?

— Estou bem — Minto. A Lunna vem correndo na minha direção — Oi, minha linda — me abaixo e faço cocegas.

— Pa-para papai — a obedeço. Ela me abraça forte. Demora para me soltar.

— Vim passar um tempo com você. Cadê os brinquedos? Tô afim de brincar. — ela vai pegar. Me sento no meio da sala.

— Tá tudo bem mesmo filho? — Me questiona mais uma vez.

— Cê me conhece bem, não dá nem pra mentir — suspiro.

— Mentir é feio e eu sou sua mãe João Victor. Te conheço desde sempre — aproxima — É por essa carinha é algo com a Larissa, não é? O que aconteceu?

— É... eu pedi um tempo pra pensar, sabe?

— Como assim João? Vocês estavam tão bem. Em quê que você tem que pensar criatura?

— Ela não me contou que tem uma filha. Eu tive que descobrir — bato no peito.

— Uma filha. Olha, eu não tiro seu direito de está magoado, mas se ela não contou, tinha motivos.

— A Larissa me falou algumas coisas. — passo a mão no rosto — Que ela tinha 19 anos quando foi mãe, que o pai da criança não assumiu. Falou que as pessoas começaram coisas porque a garota mora com os pais dela, e criou um trauma.

— Filho, não é fácil ser mãe solo. Ela tinha 19 anos, deve ter passado barras. Por que não ter mais uma filha do coração? Dá tempo de retornar e fazer tudo certo dessa vez. Não demore tanto para tomar uma decisão nessa briga com a Larissa, se for pra continuar ou não.

— Você e a titia Lari brigaram? — a Lunna aparece segurando alguns brinquedos e eu aceno com a cabeça — por quê? Brigar é feio.

— Vem cá — a chamo para perto — às vezes acontece dos adultos brigarem e você falou algo certo, brigar é feio. Tem que resolver as coisas conversando.

— Mas vocês vão continuar namorando? — se senta no meu colo. A minha mãe me olha como se falasse "agora eu quero ver"

— Sim, foi só uma coisa boba. Vamos resolver isso — nem sei se o que sai da minha boca é verdade ou não — vamos brincar? — mudo o assunto.

Meu coração e minha mente me dão argumentos diferentes. Tô longe de decidir o que fazer.

——————————————————————————

Oi gente, tudo bem?

Por todo esse capítulo da pra perceber o quanto a Larissa é amada.

O João ainda pensativo. Magoado. O que será que ele vai decidir?

Por hoje é isso. Até o próximo capítulo, beijos! 💋

Destino - João GomesOnde histórias criam vida. Descubra agora