Onze

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Larissa
03/05


Meu celular começa a vibrar. Pauso minha série pegando o aparelho e vendo que é o João me ligando. Hoje mal conversamos.

— Oi, vida.

— Oi, abre a porta aqui.

— Cê tá aqui? Já tô indo — desligo a ligação e abro a cortina da janela da sala o vendo — Pensei que hoje não nos veríamos — digo assim que abre a porta e o abraço.

— Pensou errado — rouba um selinho.

— Ainda bem — sorrio meiga — tava com saudades? — acena com a cabeça — é, eu também — admito. Às vezes é bom fazer isso, admitir as coisas.

Entramos e eu saio puxando ele para o quarto. Deitamos na cama e despauso a série que já estava assistindo.

— Tava pensando em sairmos — fala após alguns minutos — topa?

— Topo. O que cê tá aprontando, hein Joãozinho? — olho nos olhos dele e então ele aperta os lábios bem forte. Quer fazer surpresa, é sempre assim.

— Você tem 1h e meia pra se arrumar.

— Meu Deus, João Gomes. Vou ter que me arrumar correndo. Era só me falar antes, poxa — Me levanto — não sei nem com que roupa eu vou — passo a mão na cabeça.

— Eu te ajudo a escolher.

— Hm — abro o guarda-roupa e vasculho por ali, fico na dúvida entre dois vestidos — qual dos dois?

— Porque não o verde? — aponta para o último vestido pendurado no cabide. Eu nem observei o vestido ali, mas ele sim.

— Quase não usei esse por conta da amarração nas costas, só que hoje você pode amarrar. Vou com ele.

Tiro do cabide e me dirijo para o banheiro. Minha mente não para de pensar as possíveis surpresas. Às vezes acho que o João é demais para mim.

— Vida, amarra aqui — seguro a parte de frente do vestido e jogo o cabelo para o lado. Ele faz isso com cuidado. — obrigada — dou um selinho.

Ele vai se arrumar e eu tento escolher se vou de salto ou de tênis. Tênis, conforto é sempre melhor. Faço uma maquiagem leve e umas ondas no cabelo com o babyliss.

— Meu Deus, que gata.

— Tô indo de tênis porque de salto eu...

— Não tem problema — interrompe minha fala — não precisa explicar. Você tá linda e ponto.

— Cê tá bonito — ele veste uma camisa branca, uma calça com a cor clara e um tênis branco também. Gostoso — e cheiroso — passo minhas unhas na nuca dele e vou em direção a minha bolsa.

— Isso não se faz — nega com a cabeça.

— Isso o quê? Fiz nada — sorrio de canto.

— É melhor a gente ir logo — passa a mão na nuca umedecendo os lábios e me bate uma vontade repentina de continuar aqui.

Me sento do lado do passageiro do carro já colocando o cinto. Sinto como se algo mexesse na minha barriga. Acabo involuntariamente colocando a mão lá e soltando um suspiro.

— Tudo bem? — ele me olha preocupado. Droga, percebeu.

— Hurum. Foi nada de mais — sorrio sem mostrar os dentes — vai falar pra onde vamos?

— Num restaurante. Nesse eu nunca fui, mas é bem recomendado — dá a partida no carro começando a dirigir.

— Tá querendo me engordar, né? Só pode.

Destino - João GomesWhere stories live. Discover now