Capítulo 10

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Megan Brown

Hoje marca o início das aulas. Finalmente chegou o momento de embarcar no primeiro período do curso de Letras. O meu amor pelos livros é tão intenso que me motivou a seguir a graduação em Letras; explorar um pouco da história dos grandes autores da literatura é algo genuinamente fascinante.

A estrutura da Southern University é de proporções monumentais. O edifício principal abriga a área administrativa, com a secretaria, coordenação de cada departamento, a sala dos docentes e a coordenação geral.

Os prédios adjacentes são destinados às salas de aula, organizadas em blocos. À esquerda encontra-se o bloco A, onde são ministradas as aulas dos cursos de humanas, como História, Filosofia, Economia, Direito, Administração, Letras, Relações Internacionais, Gastronomia, Publicidade e Propaganda, Marketing e Jornalismo. O bloco A abriga em torno de trinta salas, sendo quinze no primeiro andar e quinze no segundo andar.

À direita, encontra-se o prédio do bloco B, onde os estudantes de exatas frequentam cursos como Matemática, Astronomia, Ciências da Computação, Ciências Contábeis, Engenharia de Software e Tecnologia da Informação. Ao contrário do bloco A, este bloco possui mais salas de aula devido ao grande número de alunos que escolhem a área de exatas.

O bloco C é dividido em três andares. No primeiro andar, encontram-se apenas laboratórios de estudos, sendo seis ao todo, a maioria utilizada pelos estudantes de exatas, como os de Astronomia, Engenharia de Software, Ciências da Computação, e o único laboratório de estudos da área de humanas, que pertence ao curso de Gastronomia. A biblioteca da faculdade está localizada no segundo andar e possui uma vasta coleção de livros realizada pelos alunos para estudar. No último andar encontra-se o auditório, utilizado para formaturas, reuniões, palestras e algumas aulas especiais.

Separadamente, na parte de baixo, encontra-se um pequeno ginásio onde os atletas do Tiger's Blue Volleyball e Snake River jogam. O Snake River é a equipe de basquete da universidade, apesar de não possuir o mesmo histórico peso do Tiger's, os Snake é uma equipe forte que enche o ginásio.

A residência dos Scorpions está a uma distância de vinte minutos da universidade, então, DJ e eu conseguimos ir a pé, sentindo a brisa do vento balançar o coque descontraído que fiz de manhã.

Cruzamos a rua junto com Danna e logo em frente, há um gramado que ocupa toda a entrada da universidade, bem verde, aparador baixo, com bancos espalhados por ele. Nele, havia algumas pessoas que suponho serem veteranos sentados sobre a grama.

Levo o copo de suco à boca e dou um gole enquanto observo tudo ao meu redor, até que um tapa me distrai.

— Ei Danna, o que foi? — pergunto à minha amiga enquanto passo a mão sobre o local.

— Seu pecado favorito.

Como uma eterna sonhadora, ao longo da minha vida, vi vários filmes clichês e sempre há uma cena marcante: aquela em que o protagonista, seja homem ou mulher, chega lentamente em um carro no portão da escola ou universidade, chamando a atenção de todos ao colocar o pé para fora do veículo.

Em seguida, eles saem do carro e caminham lentamente em direção ao seu interesse amoroso, criando um burburinho entre os presentes.

Neste momento, é assim que me sinto, como a protagonista de um romance clichê, com o coração acelerado e a respiração descompassada ao ver Draco se aproximando lentamente. Ele está fazendo exatamente como nos filmes que eu assisti.

E definitivamente, aquele não era o Draco que eu conhecia, vestindo uma calça jeans preta que realçava suas pernas torneadas e uma camiseta preta que mostrava todas as tatuagens que cobriam seu pescoço e braços, desenhos de diversos tipos e linhas.

É difícil não babar por ele, sério, da última vez que o vi, o mesmo era um moleque franzino magro, uma girafa de tão alto que era. Agora me surge um homem lindamente gostoso, com o corpo tatuado não tão definido mas também magrelo, o meio termo que chamamos, do jeitinho que eu gosto.

Alguns homens não têm noção do significado da palavra moderação, frequentam a academia e saem de lá parecendo verdadeiras montanhas de músculos, algo que não me atrai, mas como dizem, gosto é gosto, há mulheres que preferem, mas eu não sou uma delas.

— Diaba? Será que sua criatividade é tão limitada que não consegue escolher um apelido melhor? — rebato, desafiador.

— Que língua afiada. — um sorriso atrevido dança em seus lábios, à medida que se aproxima de mim lentamente. — Gostei disso. Mas, sabe, te chamei de diaba porque com apenas um beijo você conseguiu me levar ao céu e ao inferno em questão de segundos, meu corpo se incendiou ao tocar seus lábios suaves, tenho que admitir que nenhuma outra garota conseguiu me proporcionar algo assim, só você.

O jovem alto, de um metro e oitenta, revelava-se um excelente sedutor, e suas covinhas só complicam as coisas, despertando as borboletas adormecidas em meu estômago mais uma vez.

— Eu já aviso, quero mais, quero de novo, preciso provar o sabor dos seus lábios cor de mel mais uma vez.

Suas palavras inegavelmente mexeram comigo, ouvir Draco dizer que meu beijo mexeu com ele foi algo inesperado naquela manhã, mas ainda estou magoada por ele ter me esquecido tão rapidamente e por não se lembrar de mim até agora.

— Draco, meu amor, acho que você precisa aprender que sou uma mulher de verdade, não essas garotinhas com as quais está acostumado. – Levanto-me nas pontas dos pés e aproximo meus lábios de seu ouvido. — Para beijar essa boca novamente, você terá que mover céus e terras, é um desafio. – Sussurro, causando-lhe leves arrepios, e aproveito o momento para depositar um beijo casto em seu pescoço. — Aproveite seu dia, Draco.

Agarro minha amiga pela mão e saímos juntas do pátio, deixando para trás um Draco com um sorrisinho bobo estampado no rosto. Infelizmente, desafiar Draco White na frente de todos os universitários foi uma ideia muito tola da minha parte. Deveria ter mantido distância dele e não fornecer mais motivos para que ele me persiga.

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Draco White

Inacreditável!! Aquela garota conseguiu me deixar sem palavras mais uma vez. Como ela consegue fazer isso? E ainda me desafiou na frente de todos, algo que ela vai se arrepender profundamente.

Ela só conseguiu aguçar meu lado competitivo, eu a quero, quero beijar aquela boca de novo e vou conseguir, ou não me chamo Draco White.

― Cara, o que foi aquilo? ― De Leon perguntou, rindo, enquanto me envolvia com o braço em volta do pescoço. ― Essa mulher vai te dar trabalho.

É um fato evidente. Essa bela mulher realmente vai me tirar do sério, ela é diferente das outras, me desafia, provoca, está fazendo com que eu a persiga como um cachorrinho. Confesso que estou até gostando disso.

Quando Você ChegouWhere stories live. Discover now