Capítulo 9

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Megan Brown

Ao som suave da melodia da chuva, desperto ao máximo quando o despertador toca. Abro a janela ainda sonolenta e sou recebida pelos raios de sol brilhando no quarto. Apoio os braços no batente da janela e contemplo o céu azul, sem nuvens à vista.

As lembranças da noite anterior invadem minha mente, em especial o beijo que trocamos. Surpreendida, me sento no colchão da cama, em estado de êxtase; foi um beijo apaixonado, intenso, não apenas um simples contato de lábios. Com a felicidade transbordando, agarro o travesseiro pressionando-o contra o rosto para conter meus gritos de alegria.

Com os braços erguidos, realizo uma dança peculiar, completamente extasiada; movo os quadris de um lado para o outro, soltando pequenos gritos de felicidade.

Após esse momento de euforia, levanto-me da cama e dirijo-me ao banheiro. Enquanto a água quente desliza pelo meu corpo, reflito sobre os eventos da noite passada, em especial o beijo compartilhado.

"Meu Deus, beijei o Draco White", penso, assimilando minha recente ação.

Contudo, a felicidade que me invadiu foi instantaneamente substituída pela conversa que tivemos no bangalô. Reconheço que os seres humanos são propensos a erros, faz parte de nossa natureza cometer equívocos e decepcionar aqueles ao nosso redor, pois é assim que amadurecemos. No entanto, compreender que uma decisão sua impactou negativamente a vida de outra pessoa, uma decisão que poderia ter sido evitada, independentemente das circunstâncias naquele momento, é algo que demanda reflexão e avaliação. Ainda mais quando ninguém assumiu a responsabilidade pelo que aconteceu.

De fato, Draco havia se transformado; não era mais o mesmo rapaz que conheci, e não tenho certeza se quero conhecer essa nova versão dele.

- Parece que não encontrou suas roupas, certo? - Charlotte irrompe no quarto enfaixada em uma toalha no corpo e outra na cabeça, interrompendo meus pensamentos.

- Bom dia para você também, Charlotte. Teve uma boa noite de sono? - Danna debocha dela, ainda deitado em sua cama. Sabe, existe algo chamado educação utilizada em diferentes situações cotidianas, como dizer "com licença", "por favor", "boa tarde", "obrigada" e outras, para que você saiba.

- Alguém já lhe dirigiu a palavra ou fez alguma pergunta?" - respondeu minha amiga. - Não, afinal, seu nome não é Megan Brown, e sim Danna Ryder, então fique na sua, pois a conversa é entre mim e ela.

Sem saber como agir ou o que dizer, desde que essas duas se conheceram, surgiram faíscas e trocas de farpas sempre que estavam juntas no mesmo ambiente.

- Estou no meu quarto que compartilho com minha amiga, e você chegou com arrogância, sem bater ou mostrar um mínimo de educação que aprendemos desde a infância. Então, sim, vou me intrometer, pois não gosto de pessoas como você, que nos julgam como inferiores.

Danna se levanta da cama e se dirige lentamente até Charlotte, observando cada movimento da loira com atenção. Danna é especialista em provocação e, ao confrontar Charlotte, está fazendo-a provar do próprio veneno.

- Lisbella, as roupas? - perguntou-me, enfrentando minha amiga com firmeza. - Quero elas lá embaixo, com vocês duas em quinze minutos. Um conselho, Danna: tenha cuidado ao lidar comigo, pois não sou conhecida por ser gentil ou paciente. Se continuar assim, verá quem eu sou de verdade, querida. - Avisou, seu tom de voz mais áspero, como agulhas de gelo nos perfurando, causando-me calafrios pela primeira vez.

- Está me ameaçando, querida? - provocou, brincando com perigo. - Se for uma ameaça, terá que fazer melhor, pois isso não me assusta. Terá que dar o seu melhor, querida.

Quando Você ChegouWhere stories live. Discover now