Capítulo 7

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Maite Brown

— Preciso dançar – informo, puxando o braço de Danna longe das garotas da fraternidade. — E você, não diga nada, preciso processar o que acabou de acontecer.

Inicialmente, senti uma certa apreensão, já que não frequento esse tipo de ambiente, e muito menos gosto de dançar. Sou antissocial e prefiro passar as noites de sábado assistindo a filmes ao invés de sair para shows. No entanto, naquele momento, decidi deixar de lado todas as minhas ressalvas por essa noite e me deixei levar pelos ritmos de "Levitating" da Dua Lipa, sem me importar com nada ao meu redor. Por um instante, esqueci todos os meus problemas e simplesmente vivi o momento.

Fechei os olhos e segui o ritmo da música, movendo meus braços de forma ritmada, balançando os quadris um pouco mais. Pude ouvir as garotas ao meu lado gritando.

Naquela noite, não me importei com mais nada. Deixei-me levar pelo momento, afinal de contas, sou uma universitária em busca de memórias, sejam elas boas ou ruins. Saí de casa em busca de experiências como essa. Beijar Draco certamente é uma dessas experiências, só não sei como isso me afetará no futuro.

Cansada do barulho da música, gritei para Danna que iria tomar uma bebida. Nem esperei sua resposta e simplesmente dei as costas, caminhando em direção a um bangalô perto da praia.

Sentada em um banquinho no bar, aguardo o rapaz trazer meu pedido. Meus olhos voltam para o grupo de jovens se divertindo e percebo que aquele lugar é o meu lugar, que River Hill será meu lar pelos próximos tempos e isso não mudará tão cedo.

Assim que o rapaz do bar traz minha bebida. Subo os degraus da escadaria, caminhando em direção à varanda calma, com uma vista para o mar, e me acomodo no sofá branco, retirando meus sapatos e sentindo o toque macio do tapete sob meus pés. Relaxe, beberico meu uísque no copo. Essa é uma coisa que herdei do meu pai, ele adora uísque e me ensinou a apreciar essa bela bebida. Claro que minha mãe não sabe dessa história, ela teria um infarto se descobrisse.

Ainda me lembro do dia em que tive minha primeira bebedeira. Eu saí com Danna para comemorar nossa entrada na faculdade e, para isso, decidi experimentar de tudo em um bar local. Foi uma mistura de bebidas, vinho, vodka, tequila, uísque e outras coisas. Danna me contou no dia seguinte, que houve um momento em que quase arrumei briga com alguns caras abusados e xinguei o gerente por não fazer nada para impedir isso.

É claro que não voltei para casa naquela noite, acabei dormindo na casa de Danna para que minha mãe não descobrisse. Mas, morando em uma cidade pequena, não demorou muito para que a notícia se espalhasse.

Quando a senhora Brown teve conhecimento das travessuras de sua amada filha, foi um caos completo. Naquele dia, nunca vi minha mãe tão enfurecida, com uma ressaca alcoólica e moral daquelas e ainda com uma terrível dor de cabeça. Depois de levar uma bronca que durou três horas, minhas orelhas estavam quentes.

Eu entendi sua preocupação, beber em excesso nunca vai trazer coisas boas, apenas consequências desastrosas e danos irrepreensíveis para vida de qualquer.

Após isso, nunca mais bebi em excesso. Prometi para minha mãe que evitaria beber daquela forma e que não consumiria bebidas fortes. Por isso, optei por ficar apenas com o uísque, uma paixão que meu pai me transmitiu.

— O que uma linda mulher faz aqui sozinha? – uma voz suave sussurra em meu ouvido. – Quer um copo? – Draco pergunta, surgindo diante de mim e erguendo o copo com um líquido que não consegui identificar.

— Jesus. Droga, Draco! Você não perderá esse hábito de aparecer do nada como um louco.

Desde que eu era criança, esse idiota à minha frente sempre tinha esse hábito desagradável, conforme me contou sua mãe quando passei as noites na casa dos White. Certa vez, ele conseguiu deixar sua mãe assustá-la de tal forma, que a mesma deixou uma maravilhosa travessa de lasanha cair no chão.

— Desculpe, não quis te assustar.

— Deixa pra lá. – suspiro. — O que posso fazer por você, Drago?

Finalmente, percebi o homem à minha frente, que, diga-se de passagem, o tempo foi muito gentil com ele.

Agora vestindo uma camisa branca típica que abraça seu corpo definido, mostrando as tatuagens que se estendem até os dedos, o short estampado realça os músculos de suas pernas perfeitamente tonificadas. Seus olhos são iguais a duas jabuticabas negras.

— Já terminou a verificação? – pergunta o sujeito desagradável com um sorriso irritante.

— Não faço ideia do que você está falando. – desvio o assunto.

Jamais admitiria a ele que eu estava babando por ele, não daria esse gostinho a ele.

— É mesmo? Você estava me olhando com desejo até agora há pouco. Se quiser, posso tirar minha blusa para que você possa admirar ainda mais minha beleza. - seu sorriso travesso se amplia no rosto.

Essa nova versão do Draco não é a minha preferida, parece que ele se transformou em um daqueles babacas populares, o tipo de badboy dos livros que Danna costuma ler.

Ele faz de tudo para ficar perto da mocinha, e mesmo que isso signifique implicar com ela e irritá-la com brincadeiras sem graça para chamar sua atenção, no entanto, No entanto, eu não sou esse tipo de mocinha e prefiro me retirar em vez de perder minha paciência com esse tipo de jogo, então, sigo em direção à saída.

— Ei, espera.

— Aff, chato. –virei-me impaciente. — O que foi agora?

— Bem... Você não precisa ir embora por minha causa, aqui tem espaço para nós dois. – o frescor da hortelã misturada com uísque atinge meu rosto, causando um leve arrepio.

Eu poderia descer, mas aqui em cima é calmo, e as ondas do mar relaxam meu corpo.

— Está bem, mas sem gracinhas, Draco. – concordei, erguendo as mãos em sinal de rendição. — Então, por que você surgiu do nada?

— Porque você é linda e tem um temperamento forte, eu gosto dessa combinação. – Ele falou tão baixo que mal pude escutar. — Quero conhecer mais sobre você.

Parece que aluguei um triplex na cabeça dele.

— Qual é o seu problema com Charlotte e as garotas da fraternidade? – desconversou ele. — Porque minha missão era te beijar, algo que consegue, roubar suas roupas e te deixar nu, mas para isso acontecer eu preciso saber qual é o problema entre vocês. Então, me diga, o que aconteceu? – perguntei, tentando mudar de assunto e evitar a necessidade de responder ao questionamento que eu mesmo fiz.

— É uma história complicada e longa. – suspirou.

— Eu entendo bem sobre complicações, e não se preocupe, temos bastante tempo. – sorri.

Quando Você ChegouWhere stories live. Discover now