Capítulo 2

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Maite Brown

Assim que desembarcamos do no aeroporto de San Diego, Danna não parou um segundo sequer de falar, demonstrando sua empolgação por estar em um lugar novo. À medida que o táxi corria pela pista, minha ansiedade aumentava um pouco. É, agora é real, estou a poucas horas de chegar.

Coloco os fones de ouvido, a música do One Ok Rock, We Are toca, ergo da cama com um olhar distante, foco minha atenção no céu, toda sua imensidão azul clara, os raios de sol atravessam as nuvens brancas de vários formatos. Não sei por quê, mas creio que em todo ser humano nasce uma parte sombria, em que, algum momento da vida, teremos que enfrentá-la.

A mão de Danna repousa carinhosamente sobre a minha, sinto um aperto de leve, como se ela quer dizer que está ao meu lado, da mesma maneira de quatro anos atrás. Retiro um dos fones e entrego para ela.

- Tire esses pensamentos tristes da sua cabeça. - comento percebendo seu silêncio momentâneo

- Você conhece minha história e nunca me julgou, ao contrário, sua família abriu as portas da casa e me acolheu como uma de vez. . - Não quero chorar, mas a cada palavra dita, uma lágrima solitária espanca. - Sabe, eu nunca imaginei que um dia chegaria aqui, neste lugar, e com você. Obrigada por sempre estar ao meu lado, mesmo quando eu não queria.

- Você é mais do que minha amiga, é uma irmã. - meus braços a me envolvem num abraço caloroso Nunca pensei ou deixei alguém dizer que você não merece estar aqui. Agora espanta esse baixo astral, e, sorria, estamos há poucas horas de chegar na melhor faculdade de San Diego.

- Bem-vindas a River Hill. - a voz do taxista se faz presente quebrando a atmosfera amorosa entre a gente.

O cheiro da maresia do mar adentra as minhas narinas, confirmando que, realmente, cheguei a River Hill. A placa verde escrita Hermosa dita que estamos passando pela praia, um lugar que transparece paz e sossego, perfeito para as pessoas que gostam de estar sozinhas pensando em seus problemas.

À medida que o carro corre pelo asfalto, os picos dos prédios de River Hill começam aparecer, assim como as pequenas casas construídas na entrada da cidade. River tem um ar de cidade totalmente praiana, que fica parecendo meio nem tanto de uma cidade bem desenvolvida e nem uma cidade movimentada. Sua economia é totalmente voltada ao turismo, assim como pelos universitários.

Os quiosques residem pela orla do mar, são diferentes esteticamente, mas, ao mesmo tempo, passam um clima acolhedor. Cheios de cores, os estabelecimentos estão cercados de pessoas de diferentes idades e vestimentas, dançando, sorrindo e brincando, enquanto observam as pequenas e inocentes crianças se divertindo no mar. Mesmo vendo por fora, dá para sentir que eu tinha feito a escolha certa de vir para cá.

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Eu pude sentir a brisa do vento voando ao encontro do meu rosto, balançando os fios dos meus cabelos. Encaro o céu ensolarado de River, enquanto desço do táxi acompanhado de Danna.

Olho para a frente, para o lugar que chamarei de casa pelos próximos 4 anos e um suspiro pesado escapa da minha boca, reparo que a entrada da casa tem um jardim com flores de diversas espécies, no canto direito há uma pequena fonte redonda. Passo pelo portãozinho branco, e caminho pelo chão de pedra que dá até a porta de entrada da casa.

Finalmente, reúno toda a minha coragem para bater na porta, em menos de um minuto, uma menina de estatura mediana aparece trajando um vestido florido justo no busto e solto embaixo, sapatilhas nos pés, com um lindo sorriso sincero nos lábios.

- Bem-vindas a fraternidade das Scorpions. Vocês devem ser as novatas, por favor, entre.

Adentramos o local, e logo sentamos no sofá, eu aproveito para admirar a decoração do primeiro andar, que está esplêndida, paredes são tons de cinza, o sofá preto confortável fica de frente para a televisão.

- Irei chamar a Charlotte, nossa líder, com licença. - diz, subindo as escadas para o segundo andar.

Pois dez minutos uma loira exuberante desce pela escada acompanhada pela menina que abriu a porta para gente e mais duas meninas.

- Bem-vindas à fraternidade Scorpions. Sou a líder, podem me chamar de Charlotte, quem vocês duas é a Danna Ryder?

Charlotte se senta no sofá perto da gente, enquanto as demais garotas saem da sala de estar. Sua postura nata de líder é presente no lugar, sua expressão corporal e sua voz suave mostram que ela nasceu para liderar. Seu olhar de águia nos avalia, cada centímetros dos nossos corpos, nossos rostos e a roupa que vestimos. Ela nos julga antes mesmo de abrirmos nossas bocas para dizer uma palavra.

Charlotte Fildes é a líder da fraternidade Scorpions, da qual eu e Danna fazemos parte graças ao parentesco dela. Com uma carta de recomendação feita pela própria Annie Honey, a madrinha da minha amiga é uma das membros mais importantes desta fraternidade.

- Sou eu. - o tom de voz ríspido Danna se faz presente, a mesma já percebeu que Charlotte estava nos avaliando. Assim como eu, minha amiga detesta que as pessoas nos olhem de cima embaixo, isso faz com deixei a outra pessoa constrangida, além do fato que é totalmente sem noção.

- Então, você é a descendente da nossa ilustre Annie Honey.

Annie Honey é a madrinha de Danna, quando mais jovem foi a líder dos Scorpions na sua época, uma mulher doida que sou fã. Sempre que íamos à casa dela, ela sempre contou sobre as suas histórias quando estava na faculdade. Foi assim que o nosso interesse por River Hill nasceu, assim como nosso amor pela Southern University.

- Fiquei surpresa pela carta de recomendação que recebemos dela. - Suspira enquanto retira a carta do bolso do short. - Vocês devem ser muito especiais, para ela escrever uma carta à mão, coisa que não acontece muito. Sério, quando uma descendente quer entrar na nossa fraternidade, geralmente as cartas são digitadas. Isso faz com que eu me pergunte, se vocês realmente têm sangue para ser um Scorpions ou são duas cabeças ocas que acham que já estão com um pé ganho dentro da fraternidade.

Dito isso, ela levanta do sofá e para na nossa frente.

- O quarto de vocês fica no segundo andar, podem subir e começar a guardar as suas roupas no guarda-roupa e se preparem que amanhã vocês vão participar da primeira festa e lá veremos se vocês devem ou não ficar aqui.

Quando Você ChegouWhere stories live. Discover now