|3|✮|Delphinus|

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Olá, anjos! Como estão?

Venho aqui avisar que este capítulo será um dos mais pesados até agora, e pode conter gatilhos para muitas pessoas, incluindo: crise de estresse pós-traumático, homofobia, transfobia e disforia.

Aconselho que, caso não se sintam confortáveis, pulem esta primeira parte.

Boa leitura 💜.

[🔭]

Andar de moto com Jimin é com certeza a coisa mais utópica que um dia pensei em fazer. Bem, não é como se eu tivesse andado em alguma moto alguma vez na minha vida, principalmente com um indivíduo pelo qual sou apaixonado, porém, parece que eu estou no céu.

Mantive meus braços ao seu redor, sentindo seu cheiro durante todo o percurso. Por mais que estivesse bêbado, aquela imagem ficaria fixada em minha mente para o resto de minha vida.

Tive o vislumbre de sua expressão, a mercê do retrovisor da moto. Jimin está tão lindo, com a luz dos postes refletindo em sua pele pintada de vitiligo. Seus cabelos loiros se movimentam com rapidez, sendo muito das vezes iluminados pelas luzes naturais do céu. Suas sobrancelhas franzidas, só melhoram a experiência.

Me aninho ainda mais contra si, tirei o viseira do capacete, deixando meu nariz livre logo o passando levemente por sua nuca, sendo agraciado com uma pequena tremida dele e seu cheiro calmante. Quero aproveitar cada mini segundo desse momento que sempre sonhei por quase a minha vida toda.

O forte movimento dos ventos aos poucos teve uma recaída, parando de balançar seus cabelos. A moto fez um certo barulho, indicando que estava perdendo a velocidade e estacionando. Ainda agarrado a si, tive o vislumbre de seu pé indo contra o chão, buscando equilíbrio.

Fiquei alguns instantes encarando o All Star vermelho que ele ainda insiste em usar sempre.

— Chegámos, já podes soltar-me. — Sua voz tinha resquícios de timidez, enquanto retirava o capacete de mim.

Aquela cena poderia ser considerada uma das mais sensuais em filmes, como aqueles foda de ação que você baba nos atores, quanto em um porno com bad boys.

Depois de livrar meu rosto do capacete, Jimin o colocou sobre a moto, enquanto começou a jogar seu cabelo para todos os lados, se livrando de algumas gotículas de suor. Seu cabelo chacoalhava pelo ar, ficando mais alto. Eu vi aquilo em câmera lenta. Os lábios cheinhos, tão vermelhos e suculentos, a pele tão alva, que continha pequenas gotículas de suor por sua extensão, devido ao calor. Pude ver mais sobre a mancha que ele tinha no olho esquerdo, era tão linda que parecia respingo de tinta feito sob precisão.

Por que não consigo parar de olhar?

Ele tentou retirar meus braços de sua cintura com cuidado, me fazendo voltar à tona depois daquela cena tão sexy. Tínhamos chegado tão rápido e aquilo foi como um balde d'água para mim, por perder aquela visão tão estupenda.

Jimin me ajudou a descer da moto, com um pouco de dificuldade, já que eu estou grudado em si feito um coala. Quase que sua altura e músculos não foram capazes de me tirar de si. O jeito que deu foi me levar pendurado, ouvindo meus choramingos - palavras desconexas - que na verdade são elogios para ele.

Quando eu acordar, com certeza estarei cozido de vergonha. Uma verdade total!

Passamos por aquela portaria deserta, sem muitas dificuldades além da pouca iluminação daquele prédio velho. Ele me levou até o elevador em meio a tropeços meus, pois lidar com um bêbado igual a mim, não era nem um pouco fácil. Meus coturnos se tornam pesados demais.

PÚRPURA: O roxo das Estrelas | JikookWhere stories live. Discover now