Damian vira Robin

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   Os pensamentos giravam na cabeça do garoto, se entrelaçando e enlaçando-se como uma onda que toma posse de uma ilha. Planos se formaram em questão de segundos ao mesmo tempo em que outros tantos eram destruídos; uma confusão de vontades que competia em sua mente para tomar o controle de seu corpo: Fuga ou luta, os instintos primordiais de um ser.

Ele respirou para acalmar os nervos, querendo expelir a tensão que se alojava em seus membros. Uma postura mais despojada se acentuou no corpo pequeno do menino, os braços virando gelatina e as pernas, propositalmente, abertas em um ângulo confortável. Os olhos verdes reluziam na luz cegante do sol ao mesmo tempo em que o jovem se inclinava para frente, como se estivesse genuinamente curioso sobre a mulher que pairava a alguns metros de distância.

—Tem certeza que não me conhece? —Ela disse, apontando para o pássaro dourado em seu peito —Wonder Girl? Garota Maravilha? Simplesmente o membro mais forte dos Jovens Titãs? Sério, isso não te lembra de nada?

—E deveria? —Damian respondeu docemente, balançando em seus pés como uma criança. Ealim sorriu para si mesma e pousou na cabeça de seu humano, se enrolando nos cabelos macios e negros enquanto sussurrava: "Abra mais os olhos. Isso te faz parecer mais inofensivo..."

—Claro que sim! Todo o São Francisco nos conhece, nós somos os heróis dela! —Orgulhou estava bem marcado em sua expressão, o daemon cão estufando o peito ao lado da adolescente —Me admira muito que não nos conheça, já que você estava navegando na direção da nossa Torre.

O assassino congelou. Então ele estava perto de uma torre que abrigava heróis? E, nesse caso, se o que a garota disse era mesmo verdade, esses heróis deveriam ser bem inexperientes. Quer dizer, se o mais forte deles despejava informações tão importantes para um inimigo em potencial, então Damian não imaginava como seria o resto dos desastres. "Talvez seja uma armadilha. Ninguém é tão estúpido assim"

—Lembre: no momento você só é uma criança indefesa —As penas de Queen incharam de satisfação e ela cravou as pequenas garrinhas no couro cabeludo, exigindo, silenciosamente, que ele fizesse algo logo, afinal, existe um limite de tempo antes de o silêncio passar de pensativo para desconfortável —E a garota também não parece ser muito paciente.

—Humm...—Golias se mexeu em seus braços, forçando o menino a prendê-lo na cintura com uma das mãos para evitar que fizesse muito barulho e captasse atenção indesejada. O monstrinho não gostou nada disso, mas a criança nem lhe lançou um segundo olhar quando pensou em que tipo de mentira contaria —Eu sou novo aqui e não tive muito tempo de conhecer todos os heróis dessa cidade. Talvez você pudesse me ajudar? Seria muito legal poder conhecer essa torre de perto e, além disso, acho que posso está um pouco perdido.

Ele sorriu timidamente, quase envergonhado, agarrando a barra de sua blusa branca com a mão livre, de repente muito aliviado pelo bom senso de Ravi para lhe dar roupas que não fossem as vestimentas negras características das Sombras.

O olhar da loira se suavizou um pouco, um sorriso doce se formando em seus lábios vermelhos. Damian inclinou a cabeça e ampliou os olhos, tentando imitar uma criança pequena e indefesa. Ele não havia visto outras crianças durante a sua vida, além dos filhos dos servos e sua prima, Mara; e, por isso, não sabia como agir direito, já que elas não poderiam ser consideradas como crianças normais. Se Damian se lembra bem, o que ele tem certeza que faz, uma batalha mortal foi travada na última vez que ele viu sua prima. Uma batalha que resultou em um olho cego e humilhação da menina mais velha e o direito do garoto de permanecer vivo e herdeiro de seu avô.

—Eu não entendo uma coisa —Ela falou e o assassino teve que morder a língua para não acabar rindo. "Tem certeza que você não entende só uma coisa?!" —Por que um garotinho como você estaria no meio do mar em um barco a motor?

Coração de PoeiraWhere stories live. Discover now