Capítulo 4 - Eu sou virgem!

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Bertha Jones

É sexta-feira e as aulas do dia acabaram, mas eu continuo no colégio sentada na arquibancada, observando o treino de futebol dos garotos.

Observo o treinador assoprar o apito e berrar fortemente quando um deles faz algo de errado, os mandando repetir direito o que foi feito e quando obtém o resultado esperado, ele os recompensa com um tapinha no ombro.

Emília  está ao meu lado assistindo o treino junto comigo, me fazendo companhia enquanto me conta seus casos tórridos de uma noite durante as férias.

— É sério, amiga. Os italianos tem uma coisa, uma pegada que eu não sei te explicar! – Ela diz se abanando como se lembrar dos fatos aumentasse a temperatura local.

— Se você está dizendo. – Eu dou de ombros
— Não conheço ninguém mais experiente que você quando se tem homens, sexo e etnia em um mesmo assunto.

Emília  é a versão feminina de Justin no quesito “pega, mas não se apega”. Ambos são bem parecidos em sua vida sexual, ficando sempre com pessoas diferentes sem nunca voltar a página. E apesar de serem bem parecidos, assim como eu, Emília  nunca havia ficado com Justin. Sei disso porque já havia os enchido com essa pergunta, pois por algum motivo, não me agradava a ideia de ter por perto alguém que já houvesse ido para a cama com o meu melhor amigo.

— Awn! – Uiva, orgulhosa  — Nunca alguém me chamou de piranha numa forma assim, tão bonitinha! – Ela finge emoção e me abraça, após secar suas lágrimas falsas. Eu rio, revirando os olhos.
— Você é muito bobona.

— E você é muito puritana. – Ela mostra a língua e eu repito o seu gesto.

Entramos numa competição boba de “quem mostra mais a língua” como duas crianças e acabamos rindo.

— Minha nossa senhora! Quando foi que o Zayn ficou gostoso assim? – Emília  questiona, voltando o seu olhar para o campo.

Faço o mesmo que ela e procuro Zayn pelo o gramado, o encontrando sem camisa, não muito longe de Justin.

Zayn sempre foi o mais magro do nosso grupo e apesar de ainda permanecer assim, dá para notar que ele ganhou um pouco mais de massa nesses últimos meses.

— Eu jamais teria reparado que ele está mais forte se você não tivesse dito. – Digo, sincera — Não sou de ficar reparando os nossos amigos.

— Bom, eu sou. E posso afirmar que ele ganhou um pouco mais de massa muscular como também está uns poucos dias sem pegar sol ou lavar o cabelo. – Ela dá de ombros como se tivesse acabado de fazer uma lista de compras e não feito toda a análise com mais de 60 metros de distância.

— Talvez ele tenha ganhado massa pra sair do banco de reservas. – Digo analisando nosso amigo. — Ele precisa de músculos para fazer o bloqueio.

— Pode ser. Seja como for, ele tá uma delícia. – Ela diz babando ao vê-lo jogar a água da garrafinha em seu corpo. — Ai amiga, eu vou ter que dar pra esse homem. – Eu rio de sua fala.

Quando o treino dos garotos acaba, eles vão para o vestiário e se trocam enquanto eu permaneço na arquibancada esperando por Justin.

Dessa vez, Emília  não fica comigo. Ela se despede e sai, provavelmente indo caçar Harry que estava tendo aula de teatro.

O brilho do sol toca o rosto de Justin assim que ele sai do vestiário já cheiroso e de banho tomado, fazendo o meu melhor amigo semicerrar os olhos enquanto caminha em minha direção.

Atrás de mim ouço suspiros quando ele se aproxima. Justin também parece ouvir, já que ele olha na direção que vieram os suspiros e acena.

— Se o seu objetivo era deixar todas as garotas presentes de calcinha molhada, devo te dar uns parabéns porque você conseguiu. – Digo quando seus olhos pousam em mim.

— Todas? – Ele apoia a mão cada uma de um lado do meu corpo e se inclina, aproximando o seu rosto do meu. — Inclusive você? – Sua voz sai baixa e rouca, como se ele tivesse acabado de acordar.

A entonação provocante e a forma que me olha, faz algo acontecer dentro de mim. Mas como não estou disposta a deixá-lo me intimidar, me inclino em sua direção e vejo a atenção de seus olhos caírem diretamente para minha boca.

— Não – Respondo aproximando nossos rostos e roçando o meu nariz no seu. — Mas acho que acabei de seduzir você. – Sussurro provocativa ao pé de seu ouvido e sorrio orgulhosa ao ver a pele de seu pescoço se ouriçar.

Deposito um beijo na região e pisco para o meu melhor amigo.

Justin recolhe as minhas coisas e quando me ponho de pé, ele aproveita o momento para dar um tapa em meu traseiro.

— Filha da puta gostosa – Ele diz em um tom que só eu posso ouvir e acabo rindo.
Olho para trás sutilmente e as garotas que ele acenou antes estão ali, nos encarando com uma expressão nada contente. Por algum razão, algo em mim gosta disso e eu não posso evitar o pequeno sorriso que surge em meus lábios.

Justin e eu estamos a caminho do estacionamento quando percebo que não há nem uma garota à sua espera perto de seu carro.

— Sem companhias hoje? – Questiono assim que alcançamos a sua picape.

— E eu preciso de outra companhia além de você? – Justin abre a porta do carro para mim e eu me assento.

Espero ele dar a volta no mesmo e assim que Justin toma o seu lugar do motorista, continuo a conversa.

— Na maioria das vezes sim. – Dou de ombros, não muito chateada.

— É. Mas hoje não. – Ele dá partida no carro e com cuidado, saímos do estacionamento. — Hoje a única que terá a minha atenção será você.

— Azar o meu então. – Faço graça e ele ri.
— Se preferir, podemos voltar e eu posso propor isso àquelas três garotas lá.

— Ué, propõe. – Dou de ombros — Quero ver se elas vão te aturar por muito tempo depois que virem que nessa proposta não rola sexo.

— E por hoje não rola mesmo, estou mortinho. O treinador não deu moleza para a gente. – Ele se estica, movendo o pescoço de um lado para o outro.

— Posso fazer uma massagem quando chegarmos em casa. – Ponho a mão em seu ombro e aperto o mesmo, arrancando um gemido de Justin.

— Por favor, Sweet. – Ele pede e eu continuo com os movimentos até chegarmos em casa.

No mesmo instante que descemos de sua picape, a porta da casa da frente é aberta e por ela passam os nossos três vizinhos: Simon, Tyler e o mais quente de todos: Jace.

Dou um breve aceno para os três, tentando não ruborizar ao lembrar das palavras de Jace àquele dia.

Justin os dá um breve aceno e vai entrando em sua casa sem olhar para trás.

— Oi, vizinha! – Simon acena, empolgado.

— Oi, vizinho! – Eu exclamo no mesmo tom, o que o faz rir. — Como está?

— Bem, obrigado por perguntar. – Responde e eu aceno com a cabeça. — Vamos dar uma festa hoje a noite. É bem-vinda caso queira vir. – Ele diz e no instante que o faz, vejo Tyler revirar os olhos, parecendo não gostar disso.

We Didn't KnowWhere stories live. Discover now