Capítulo 9 - Aos olhos de Kiyoomi, Miya Atsumu é adorável

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Narrado por Sakusa Kiyoomi

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Marquei a consulta, Omi. - Miya disse entrando pela porta sem ao menos bater. Ele estava ficando folgado demais.

—Bom dia, Miya. Como você está? Ah, que bom, eu estou bem também.

—Não começa, Omi-kun. - Reclamou indo para sala onde Sayuri estava. - Bom dia, minha princesa!

'Sumu papa!

Ah. Isso. Então, minha filha se recusava a parar de chamar Miya Atsumu de pai. É. E isso era preocupante, MUITO preocupante. Procupante porque:
01 - Miya é tio dela. TIO. Ele é apenas meu colega de time.
02 - O desgraçado estava até se acostumando. Depois do 5° dia direto ele parou de tentar corrigir a pequena.
03 - Por mais que odeio admitir, me sentia um pouco chateado. Poxa, eu que sou o pai dela, ela é minha filha, minha bebê, não de Miya.

Porém eu a entendo um pouco. Eu passava a maior parte do tempo com ela e sempre estive a ensinando a falar papai, só que Miya estava a maior parte do tempo com a gente e a ensinando também. Acredito que ela aprendeu a falar rápido por causa dele, essa desgraça oxigenada parece ter mais facilidade com a bebê do que eu. Sendo que o palhaço aqui que é o pai.

Eu me sentia um pouco enciumado. Não me julguem, por favor, eu sei o quanto minha pequena tem feito bem para Atsumu, mas não impedia de sentir essa pontada de ciúmes toda hora que via eles tão próximos, juntinhos e calmos. Como se só precisassem um do outro. Ou como nas vezes que apenas Miya conseguia a acalmar, eu me sentia inútil. E novamente, um péssimo pai.

—Ei, Omi-Omi. O que 'tá fazendo sozinho aí na cozinha? Anda, vem aqui.

—O que você quer, Miya? - Saiu um pouco mais rude do que esperava.

—Nossa, quanta grosseria. Acordou de mal-humor foi? Hum, aposto que foi porque eu não dormi com você, não é?

Ele conseguiu desviar da almofada jogada em sua direção.

—Deixa de idiotice, seu loiro oxigenado! Quer que eu te ponha 'pra fora?

Voltou. As gracinhas irritantes e o sorriso debochado (irritante também). E mesmo a atitude me irritando na maioria das vezes, eu estava feliz... Estranhamente feliz. Depois de conversar bastante comigo e com seu irmão, o levantador decidiu tentar procurar ajuda psicológica mais que necessária. E mesmo não estando 100% em sua forma, ele estava voltando a ser Miya Atsumu de verdade aos pouquinhos. Por exemplo, ele voltou a "bagunçar" com Bokuto e Hinata, é até estranho que os 3 se deem bem já que os dois patetas são animados, alegres e escandalosos enquanto Miya fica só na parte de provocação, exaltar a si próprio e ser arrogante com quase todos do time (já acostumados). Ele também voltou a ter uma rotina de práticas equilibrada, tanto esforço quanto descanso. Obviamente não é tão equilibrada assim até porque é impossível fazer o loiro não se esforçar ao extremo, mas ele estava tentando.

E isso era bom. Muito bom. E eu tenho certeza que parte disso é minha intervenção, modéstia a parte mas eu ajudei e muito. Não mais que Sayuri, a pequena tem ajudado tanto ele e ele a pequena. Me deixando aqui, com cara de tacho, olhando-os brincar de sabe lá o que pelo chão da casa.

'Sumu papa... - Aquilo, eu não poderia aguentar tanto assim. Não poderia deixar as coisas continuarem desse jeito.

—Ei, Sayuri, o que eu te falei? Atsumu não é seu pai, ele é seu tio, portanto se diz "Titio 'Sumu".

Ela me ignorou. Sim, me ignorou. Apenas olhou para minha cara e virou novamente para Miya andando até ele e começando a rir sapeca. Igual na vez que ela aprendeu a andar, eu queria ser aquele que veria seus primeiros passinhos, mas não, não fui eu, foi Miya. Eu queria ser o porto confiável de Sayuri, mas não sou eu, é Miya.

Pai(s) de primeira viagem - Sakuatsu Where stories live. Discover now