4.3 | Não preciso ser bancada por você.

1K 129 111
                                    

Emma Myers

-... Preciso que feche os olhos. 

Devo confiar nela? 

- Confia em mim, por favor. - pediu. 

Revirei os olhos e fechei os olhos, me sentindo uma boba por ter concordado com isso. 

Ela segurou na minha mão e me seguiu até uma escada.

Eu morrendo de medo de cair, subi degrau por degrau igual uma tartaruga. 

Foram alguns minutos andando e quase caindo, porém, no final tudo deu certo.

Ela parou de me guiar  e falou: 

- Pode abrir. 

Meio receosa mas muito curiosa, abri os olhos.

Dei um passo para trás assim que vi onde eu estava. 

Aplausos ecoaram por todo o teatro e eu encarei a Jenna confusa.

Por que ela me trouxe aqui? 

- Seus alunos estão esperando pela professora. - disse, sorrindo e me fazendo sorrir também. 

Eu não acredito que ela fez isso.

Ela é maravilhosa! 

- Eu... eu... meu Deus. - gaguejei, colocando a mão na boca e me segurando para não chorar.

- Jenna, muito obrigada! - pulei em seus braços, a abraçando. 

Ela foi pega de surpresa e deu um passo para trás, mas assim que se equilibrou, devolveu o abraço. 

- Não precisa agradecer, só estou devolvendo o que o casamento tirou de você. - disse toda tímida e com as bochechas vermelhas. 

Achava confuso o fato dela ser tímida e ao mesmo tempo, despojada e brincalhona. 

- Você tem uma ótima Esposa, Emma! -exclamou a Gabriela, que estava parada na minha frente. 

- Então, você vai voltar a dar aulas para a gente Emma? - perguntou um dos alunos, vulgo aquele que eu beijei e minha mãe viu. 

- Mas é claro. Com muita alegria, a resposta não poderia ser outra. - disse e abri um sorriso de orelha e orelha, não conseguindo encontrar minha alegria. 

Não apenas pelo fato de voltar a dar aula, mas também por saber que a Jenna não é quem eu achava que era.

Ela é incrível!

E com certeza me fez muito feliz hoje. 

Espero que nossa relação não mude. 

[...] 

- O que vamos fazer agora? - perguntei, assim que saímos do teatro. 

- Bom, eu já tive muitas ideias hoje, agora é sua vez. - ela diz, pulando os últimos dois degraus. 

- Ok, muito bem. - olhei em volta.

Estávamos na praça e aqui tem vários bares e restaurantes, pequenos locais agradáveis que podemos parar para comer alguma coisa.

- Que tal uma churrascaria? 

- Ótima ideia. - disse, respirando aliviada. 

- O que foi? - perguntei com curiosidade. 

- Não, é que pensei que você iria escolher um desses restaurantes caros que um prato custa o olho da cara e ainda vem com um pingo de comida. - ri da cara que ela fez falando aquilo e dei um tapa de leve no seu braço. 

- Acho que era mais fácil eu chamar você para ir num bar tomar uma pinga. - disse brincando. 

- Eu não iria recusar. - admitiu e caímos na gargalhada, no meio da rua. 

Em menos de seis minutos, já estávamos sentadas na churrascaria comendo e bebendo. 

- Eu estava beijando o meu aluno e quando vi minha mãe estava em pé do lado da minha tia que estava desmaiada no chão. - contei para ela risadas altas ecoaram pela local. 

Senti olhares sobre a nossa mesa e rapidamente, senti minhas bochechas ficarem vermelha e a vontade de rir aumenta ainda mais. 

- Sua mãe deve ter surtado com você. - disse, bebendo a cerveja que tínhamos pedido. 

- Bom, eu recebi um tapa na cara. - dei de ombros, dando um gole bem grande na minha cerveja. 

- Ela bateu em você? Não acredito. Que baixa! - exclamou, parecendo está bem revoltada. 

- Essa é minha mãe. - Aquele assunto estava me deixando desconfortável, eu não quero ficar falando da minha mãe.

- Mas me conta como que é lá no méxico, você já morou lá, deve ser incrível. 

- Muito incrível, é um país maravilhoso. Cheio de atrativos e lugares esplêndidos. Foi uma experiência incrível, eu queria poder ter ficado mais, deixei muitas coisas para trás. - contou a Jenna, com uma expressão meio de tristeza e de... saudade? 

- Tipo o que? - eu poderia está sendo um pouco intrometida, mas eu fiquei curiosa para saber o que ela deixou para trás. 

- Ah, nada de mais. - murmurei um "a" abafado ao ouvir isso, acho que ela não quer me contar. 

Me recostei na cadeira e bebi o restinho da minha cerveja, tentando ignorar o fato dela não querer contar para mim o que deixou para trás. 

"O que será que é? Por que não pode me contar?"

Minha curiosidade não vai me deixar em paz. 

- Podemos ir? Estou bem cansada. - perguntou ela, já pedindo a conta para o garçom. 

Não diz e nem disse nada, só entreguei a ele uma nota de cinquenta e me retirei do local - sei lá se a conta tinha dado mais. 

Sai do estabelecimento e fiquei esperando a Jenna do lado da moto dela.

Eu não sei o que deu em mim, não sei porque sai do restaurante daquele jeito, mas eu fiquei um pouco irritada por ela não querer me contar e ter pedido para ir embora tão de repente, parece que está escondido alguma coisa. 

Não que eu me importe, mas pensei que estávamos tentando nos dar bem; virar amigas. 

Vi ela se aproximar da moto e dei de costas para ela, olhando para a estrada. 

- Aqui. - ela esticou o braço me entregando a nota de cinquenta reais. 

- Era para pagar a conta com essa nota. - respondi, evitando contato visual. 

- Eu paguei, pega seu dinheiro. - ela diz num tom tão firme, me fazendo revirar os olhos e pegar o dinheiro. 

- Eu não preciso ser bancada por você. - fui clara, guardando o dinheiro e subindo na garupa da moto. 

- Você não está sendo bancada por mim, só estou sendo cavalheira. Eu não me importo de pagar a conta, e eu fui um pouco grossa, queria me desculpar.

Não disse nada em relação a isso, só a ignorei e ela pilotou de volta para casa. 
_______________________________

voltei..... depois de algumas ameaças de morte
MAIS TA AI!

só volto quando tiver 50 comentários,

beijokas da mah,

Até o próximo capítulo!

Casamento arranjado - Jemma Where stories live. Discover now