4.0 | Amantes da lua.

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Emma Myers

— Tchau. — me despedi de todos com um sorriso amarelo e tranquei a porta principal.

Voltei até a sala e lá estava a Jenna, já com um pote de sorvete de flocos na mão.

Sentei do lado dela de mansinho e quando ela se deu conta, eu já tinha roubado o pote dela e estava saboreando aquela maravilha.

— Ei. — reclamou. 

— Golpe trocado não dói.

Ela tentou roubar o pote da minha mão, mas não conseguiu.

— Eu amo sorvete de flocos, e depois desse almoço era tudo que eu precisava. Sinceramente, eu não aguento mais nenhum almoço como esse, na próxima eu invento que estou com diareia. — ela riu.

— Percebi que a cobrança é muito maior em cima de você, sinto muito por isso, não imaginava que era tão pressionada assim.

— É, obrigada. — agradeci meio cabisbaixa.

— Eles agem como se tudo parece normal. Como eles conseguem?

— Eu não sei, mas agradeço por ter saído diferente deles, imagina ser assim....

— Acho que nem eu me aguentaria se eu fosse igual a minha mãe, não sei como sou filha dela.

— Acho que temos muitas coisas em comum: Famílias hipócritas que se acham melhores do que todo mundo e fazem o que querem passando por cima de todos e se satisfazendo com a infelicidade das outras pessoas.

— Temos nossas diferenças, mas no quesito família, somos bem parecidas. — admiti.

— E você tem razão, não precisamos ser inimigas. Não precisamos nos odiar.

— Eu nunca odiei você, tudo aconteceu muito rápido e não conseguimos nem pensar direito. E eles foram espertos, armaram tudo com tanta inteligência e preparação que não deixaram brechas para escaparmos disso tudo. O contrato foi algo magnífico, tenho que admitir, com esse papel eles tinham a certeza que nunca poderíamos dizer não. Eu posso não ser a esposa dos seus sonhos, e sei que não sou, mas eu prometo nunca desrespeita-lá ou ferir você. Juro por tudo que irei tratá-la com o maior respeito do mundo. E já que não nos amamos, eu não acho certo impor a você o papel de uma esposa também.

— Nem eu de você de esposa.

— Eu estava querendo dizer que....

— Eu sei o que você estava querendo dizer Jenna, eu entendi, não sou tão lerda.

Ela desviou o olhar, sorrindo sem graça.

— Pelo menos entre nós dois, não precisamos manter essas aparências de um casamento perfeito e saudável onde nos amamos e vivemos felizes, quem sabe não podemos ser amigas.... — sorri ao dizer isso, recebendo um sorriso concordativo dela.

— Ótima ideia.

[...]

Passei a tarde toda deitada na minha cama assistindo The 100, não sei o que aconteceu no resto do mundo nessas últimas horas.

Eu maratonei a série toda e fiquei sem nada para fazer.

Então decidi ir ler um livro perto da piscina, estava de noite e era lua cheia.

Vai que eu dou sorte e não vejo o Derek ou o Issac rondando a casa.

Fui até a área de lazer e me deitei em uma das cadeiras de praia que tinha perto da piscina. Abri o livro — da Jenna, o qual eu tinha começado a ler — e comecei a ler da onde tinha parado.

Não tinha lido nem um capítulo quando a Jenna veio até mim e sentou em uma outra cadeira.

Ela não disse nada, só ficou me encarando enquanto eu lia.

Eu também não disse nada, só continuei lendo ignorando sua presença.

— Eu não quero atrapalhar sua leitura, sei o tanto que é chato quando as pessoas começam a falar enquanto estamos lendo, mas eu preciso perguntar. — começou a falar.

Eu curiosa, fechei o livro e me virei para olhá-la.

— Hoje mais cedo você comentou que não tinha conseguido trazer os seus livros, por que não?

Soltei um longo suspiro e se sentei, pronta para respondê-la.

— A minha mãe acha que a leitura é só um passatempo.

— Um ótimo passatempo por sinal.

— Para moças solteiras. — expliquei.

Ela murmurou um "a" com uma semblante de desaprovação.

— Uns dias antes do casamento ela pegou e doou todos os meus livros para a biblioteca da cidade. — disse, um tanto triste.

— Você ganhou uma esposa e perdeu os livros? Não sei se foi uma troca justa. — brincou, tirando risadas minhas.

— Para qual biblioteca ela doou os livros?

— A do centro. — respondi, ela assentiu e desviou o olhar do meu, agora olhando para a lua.

— É linda, né? — digo, também apreciando-a.

— Maravilhosa! "Que haverá com a lua que sempre que a gente a olha é com o súbito espanto da primeira vez?".

— Mario Quintana.

— Correto. 

— A energia que a lua transmite é indescritível, eu amo poder apreciá-la. Me faz bem. — admiti.

— Então somos duas amantes da lua. — sorriu, olhando para mim e recebendo um sorriso meu também

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Como esse cap é pequenininho, eu vou postar outro | ME AGRADEÇAM |

beijokas da mah,

até o próximo capítulo!

Casamento arranjado - Jemma Where stories live. Discover now