" E você colocou fogo em mim!" Ele devolve na mesma moeda. " Não somos pessoas normais, não há novidade nenhuma nisso."

" Não podemos viver assim." Estou sendo óbvia, mas alguém precisa assumir isso.

Não podemos arriscar a vida das pessoas dessa forma.

" Eu sei disso." O desânimo na voz de Ace é doloroso de ouvir. " Por isso decidi sair..."

" Sim..." Perco a noção de quanto tempo ficamos nos encarando.

É possível ouvir o ponteiro do relógio antigo que fica perto do corredor. O silêncio entre nós é tão gritante. Eu tinha tanto a falar... agora estou completamente perdida.

Eu quero que ele vá? Lógico que não. Mas como vou aprender a lidar com seus momentos psicoticos? O que irei fazer quando ele não gostar de algo e decidir simplesmente jogar suas sombras nas pessoas?

" Se você me soltar, irei embora." Sussurro encarando seus lábios.

" Sim..." Dessa vez é ele quem parece perdido no tempo.

Seus olhos parecem o oceano, infinito e profundo. Sinto que aqui e agora, eu posso o encontrar.

Encontrar seus medos, o que lhe faz sorrir, seus pensamentos mais obscuros, seus desejos...

Penso nas tempestades marítimas, em como o oceano fica tenebroso, mas ao mesmo tempo nos hipnotiza.

Ace é como o mar a noite. Eu sei que é perigoso, sei que não devo, mas eu quero me jogar.

Neste momento, não consigo me lembrar de nada das coisas ruins que ele tem feito desde que nos conhecemos. Nem da forma como ele despreza o mundo em sua volta.

Aqui, agora, ele é apenas um homem que me encara como se pudesse me comer com os olhos. Mas há algo muito além disso, seus olhos estão em mim com uma mistura de angústia e saudade.

São os olhos de um homem que está se torturando.

" Se você me soltar..." Antes que eu possa evitar, ele me cala com seus lábios.

O mundo inteiro desaparece na hora em que me perco em seus braços. Me agarro a Ace, como se dependesse dele para viver.

Eu quase o matei...

Apenas a ideia de perdê-lo dessa forma, faz com que eu o segure com mais força. Eu quero me prender a ele, para que nunca mais ele me deixe.

Nossas línguas se encontram em uma dança frenética. Quanto mais eu provo o gosto aveludado do vinho, mais sinto vontade de beijá-lo.

Seus dedos deslizam pelas laterais do meu corpo, explorando cada curva, apertando a ponto de deixar marcas avermelhadas em minha pele branca.

Meu corpo aquece de forma crescente, o mesmo calor que senti das outras vezes, mas dessa vez, já o esperava.

" Eu quero tanto você, Meg." Ace sussurra enquanto desliza sua boca até meu pescoço, onde morde um ponto sensível que me faz arrepiar. " O desejo que sinto por você... jamais existirá algo no mundo que se compare a quanto eu anseio estar dentro de você." Ele fala enquanto lambe o contorno dos meus lábios.

" Me prometa..." Tento falar entre seus beijos ávidos. " Me prometa que não ficará sozinho com outra mulher. Nunca mais."

Eu não posso lidar com isso. Desde que o conheci venho convivendo com essa insegurança.

RED: uma história de harém reversoWhere stories live. Discover now