Capítulo 33: Desaparecida

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Pov: Isabela

As primeiras semanas foram uma droga, estava confusa sobre continuar com esse feto crescendo dentro de mim. Mas, no fim das contas eu não tive coragem de tirar de dentro de mim antes do tempo.

Sei que estava pensando como se esse bebê fosse um estranho, mas, é o que ele era no momento. Já se passou 9 meses e conseguir o direito de morar em Edimburgo, nesses meses de solidão aprendi a amá-lo. Confesso que foi um processo longo que demorou uns 4 meses só de aceitação.

Como as pessoas me reconheciam da mídia, como a noiva abandonada no altar pelo vocalista do A.m, procurei uma casa bem no interior mesmo, onde a casa mais próxima demora uma hora e meia a pé, e de carro gasta apenas uma hora. Dessa forma não teremos vizinhos para encher o saco todos os dias, às vezes eu ligo para a Vê que se juntou a uma banda e está muito feliz.

Ela agora está namorando com um dos integrantes da nova banda dela, nesse período também visitei minha família no Brasil. Eles me perguntaram se eu não cobraria a ajuda do Alex e fui muito clara quanto a isso. Não! Eu não quero saber mais nada a respeito dele.

Minha amiga me contou que ele está me procurando, mas, a fiz prometer que não contaria absolutamente nada de mim e do meu filho. Aliás, falta poucos dias para ele nascer. Nesse tempo até me matriculei numa faculdade no curso de música, para que eu pudesse dar aulas, mas, logo nos primeiros dias alguns alunos me reconheceram e eu saí.

Não, eu não fugi como ele falava, era uma forma de manter o sigilo do meu filho e de mim. Já que não posso mudar de nome e sobrenome pois, é crime tenho que me conformar com essa situação, até meu filhinho nascer e eu poder mudar meu visual.

Cortei meu cabelo bem curto e alterei aos poucos o estilo das minhas roupas, meu trabalho agora era como manicure e babá. Eu ia para a cidade e tomava conta de algumas crianças. Estou de licença agora, com meus pés super inchados e para me distrair fico olhando para todo esse verde em volta da minha casa.

Algumas vacas pastando tranquilas e os passáros que cantam sem parar. Eu precisava dessa paz, vim para cá tentanto me esconder e acabei me encontrando. A chuva caía lá fora e foi aumentando, quando ouço palmas na minha porta. Achei estranho, pois, custo receber visitas por causa daqui ser afastado. Abro a porta e encontro um Alex com malas na mão e o sapato com muito barro, há respingos de chuva na sua roupa.

Tento fechar a porta, mas, a minha própria barriga não me ajuda a ser ágil, então, ele entra com os sapatos sujos da lama e isso sim me irrita:

_ Mas, que porra! Olha só para o meu chão! Você tem noção do quanto dar trabalho limpar isso na minha condição?

_ Que lindo da sua parte não me contar que está grávida! - ele grita, ignorando minhas palavras.

_ Pelo amor de Deus, tira esses sapatos! - falei obcecada olhando para o chão sujo.

_ Você me ouviu, Isabela? Até quando você pretendia esconder isso de mim? Eu fui muito paciente com suas fugas, sempre escorregadia, mas, isso? É o cúmulo do aceitável! - Seu rosto branco estava vermelho.

_ Olha Alex, você é a última pessoa que pode me cobrar qualquer coisa. Assumir um filho é coisa de um homem, não funciona com meninos. Você mal consegue ir no próprio casamento, quem dirá estar pronto quando a criança precisar.

_ Essa é uma das coisas que precisamos conversar, é tudo culpa da Louise...

Nesse ponto eu senti a raiva se apossando de mim e o cortei:

_ Já chega! Para com essa porra de culpar sua ex ou atual sei lá, por tudo! Aí porque a Lou não fez isso, ela não me deixa fazer aquilo outro ou então, a Louise está me chantageando! Cresce caralho! Quem ficou enrolando para terminar com ela lá no início foi você.

_ Antes dela me chantagear, eu estava com medo de amar você.

_ Por quê? Pensou que eu era uma oportunista ou que te morderia? - pergunto.

Procuro um lugar para me assentar, pois, estou sentindo algumas pontadas o que é normal nessa reta final de gestação.

_ Não, Isabela! É porque você já chegou conhecendo muito sobre mim, você era minha fã, já eu não sabia nada de você. Eu tive um medo muito grande do seu amor me sufocar, de começar a fazer exigências que me afastassem do meu trabalho, só que foi o contrário. Você fugia de mim e do que sentia!

_ Isso não tem importância agora, Alex! Ficou no passado e como dízem por aí o passado não volta.

As dores aumentaram e então, me curvei para frente um pouco.

_ Não temos mais o passado, mas, temos o futuro...

_ Nem isso! O futuro é incerto. Como me encontrou aqui? Nem rede social eu tenho mais. A Vê não falou que eu sei.

_ Um detetive! Ele lhe localizou semana passada e então, eu soube da gravidez. Teria vindo no mesmo dia, mas, tinha show marcado, tive de me contentar em ficar lambedo suas fotos com meus olhos. A propósito é menino ou menina?

Ele pergunta e se aproxima de mim:

_ É um menino e nem adianta querer colocar um nome pois, eu já escolhi sozinha.

_ Tudo bem! No nosso segundo filho eu escolho o nome. Posso tocar?

_ Pode! Mas, quem disse que vamos ter outro filho ou que sequer reataremos?

_ É claro que vamos reatar, é bom dar um irmão ou irmã para o nosso menino, assim, fica mais fácil para ele aprender a não ser egoísta.

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Pov: Alex

Enquanto, ela assistia ao video que a striper gravou eu fiquei ao seu lado admirando sua barriga. Eu a massageei devagar e de repente notei uma poça d'água que se formava sobre seus pés.

_ Olha Isabela, não acho que essa água aí é por causa do meu guarda-chuva. - falo apontando para seus pés.

_ Está na hora, Alex! O Christoph vai nascer agora.

_ Mas, já! Eu vou chamar uma ambulância, fica tranquila.

Eu até tento acalmá-la, mas, eu é que estou desesperado. Nunca ví uma criança nascer ao vivo, nem sei o que tem que fazer.

_ Não vai dar tempo, você viu a estrada de merda que tem para chegar até aqui, Alex!

_ O que eu faço? Você precisa se deitar.

Foram os 40 minutos mais loucos da minha vida, até cogitei a possibilidade de acessar a internet para ver se tinha alguma coisa que ensinasse o que fazer nessas horas, mas, os gritos dela não me deixaram concentrar e fiquei nervoso.

Vê-la sofrendo para trazer o nosso filho ao mundo só me reforçou o quão forte ela é, mas, agora eu estava com o pequeno Christoph nos braços e lhe fiz uma promessa:

_ Filho eu prometo que vou cuidar de vocês dois e que vou convencer sua mãe a lhe dar outro irmão.

Ela sorriu cansada para mim.

Fim

(Para quem gostou da história, escrevi a continuação dela aqui no perfil, só procurar por: Família Turner)

Professor TurnerUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum