Capítulo 4: Problemas no violão

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Pov: Isabela

Não sei onde estava com a cabeça onde aceitei ir nesse bendito jantar! Meus pés estão doloridos de tanto caminhar, a única pausa que eu fiz foi no horário de 11:30 até às 2:00 h pois, esses horários não são recomendados para passeio, para evitar acidentes como insolação.

Após, esse horário continuei a aceitar os pedidos, caminhei várias vezes... pelo mesmo trajeto. Agora estou caminhando até a casa do Miles. Acho que nem sinto mais as minhas pernas, além do cheiro de suor exalando de mim que me incomodava.

Deveria ter passado em casa antes, agora era tarde para lamentar a escolha. Espero que ele nos ajude com alguma dica, mas, não vou me iludir. Não depois do Alex!

Alías, quem será a pessoa que o Miles vai nos apresentar? Vou saber agora mesmo. Cheguei em frente a mansão dele, gigante é óbvio, com uma piscina que provavelmente é 4 vezes maior que o meu apartamento. Também havia poltronas espalhadas pelo jardim.

Era bonito, sem dúvidas, mas, não saí de casa para ficar admirando arquitetura, apertei a campainha e depois de alguns minutos a porta se abriu.

Ele apareceu me recepcionando com um sorriso, após, me cumprimentar me direcionou até a minha amiga, que já havia chegado e estava na cozinha preparando arroz carreteiro.

Sim, minha amiga Verônica estava na cozinha de um famoso, preparando um prato típico brasileiro. Não contive o riso.

_ Já percebi que ela falou sobre algumas coisas típicas do Brasil, não é?

_ Sim, aprendi algumas coisas interessantes da cultura de vocês, inclusive da culinária. A aparência está muito boa!

_ E quem é a pessoa que pode nos ajudar? - perguntei, sem disfarçar a minha curiosidade.

_ É uma surpresa! Daqui a pouco ele deve chegar, mas, podem ficar tranquilas que sei que vão gostar.

Enquanto, a Vê terminava de preparar o jantar, fui até a sala de estar e comecei a apresentar algumas músicas para o nosso amigo.

Peguei o meu violão e comecei a cantar a versão em italiano de A noite, que se chama La Notte. Estava sentada de costas para a porta de entrada, então, não notei quando o convidado chegou.

Só percebi quando no final da música uma voz que eu reconheceria no meio de uma multidão disse:

_ Um pouco desafinada, assim, como o seu violão!

Me virei em direção a voz para ter certeza que não era um delírio. E, não, não estava tendo alucinação auditiva, era o próprio Alex Turner me chamando de desafinada.

Estava me incomodando o fato de as únicas duas interações entre a gente ter sido dele me humilhando. Fiquei tão surpresa que congelei por uns instantes, até ver a minha amiga gritar:

_ ALEX TURNER, MEU DEUS! Isso é um sonho que acaba de se concretizar.

A mão dele que antes estava estendida para mim, agora cumprimentava a Vê. Primeiro que eu estava paralisada segundos antes para conseguir retribuir o aperto, e segundo porque minha amiga correu para abraçá-lo com todo o entusiasmo possível.

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Pov: Alex

Vou até a casa do meu amigo e deixo meu carro na garagem, nem preciso tocar a campanhia pois, foi ele que me convidou para vir hoje. Portanto, está ciente da minha chegada, noto que apenas os  carros dele estão aqui. Isso significa que o outro convidado ainda não chegou.

Ao me aproximar da porta de entrada escuta uma voz feminina acompanhada de um violão. Bom, pelo visto a pessoa já chegou. Empurro a porta e entro em silêncio, caminho até a sala de estar onde vinha a voz.

Era ela, a moça do parque, a mesma que me pediu um autógrafo e uma foto. Que mundo pequeno! O Miles me olha e eu apenas faço umm sinal com o meu indicador para que ele não revele que eu cheguei. Ele entende e apenas continua ouvindo-a cantar.

Olhando de onde eu estava, percebo que ela também estava passeando com aquele grupo de buldogues. Era a mesma roupa e o cabelo estava preso da mesma maneira.

Não consigo deixar de notar que a voz dela cantando era docemente desafinada, assim, como o violão que tocava. Não que fosse de toda ruim! Ela apenas se perdia em notas mais altas, perdendo o fôlego com facilidade. Já as notas mais baixas pareciam perder o rítmo.

Enfim, ela tinha claros problemas de controle da respiração. Assim, que ela terninou a canção eu revelei a minha presença da pior forma possível:

_ Um pouco desafinada, assim, como o seu violão!

Me aproximo para cumprimentá-la, mas, ela parece ter congelado no tempo. No mesmo instante surge uma outra mulher gritando o meu nome. Como num ato desesperado me agarrou em um forte abraço.

Despois de desgrudar da moça alterada cumprimentei o Miles.

_ Então, Alex! Essa são as pessoas que gostaria de apresentar a você. Essa é a Isabela - apontou para a moça do autógrafo - e essa é a Verônica.

_ De que forma eu posso ser útil? - perguntei.

_ Então, Alex, elas tem um sonho de se tornarem cantoras profissionais. Até gravaram um Cd lá no Brasil, o país de origem delas. E como são fãs dos Arctic Monkeys pensei que poderia dar alguma dica, fazer indicações. Alguma coisa do genêro.

Percebo que ela não me encara, parece envergonhada, ela apenas cochicha algo em outro idioma para a amiga.

_ Eu trouxe o Cd! - a Verônica falou entusiasmada - Pode me chamar de Vê, todo mundo me chama assim.

_ Onde fica o banheiro? - Isabela perguntou ao Miles.

_ Sobe essa escada aqui - ele apontou - vira a esquerda e segue até o final. É a última porta!

Ela pediu licença e saiu apressada! Tão apressada e muito sem graça, me lembro de ontem debaixo daquele árvore. Quando eu mandei ela cair fora, e saiu fugida do local.

Professor TurnerWhere stories live. Discover now