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𝐿𝑎𝑛𝑎 𝑃.𝑂.𝑉

Estava no estúdio, sozinha, aquele lugar era silencioso em boa parte do tempo, o silencio me ajudava a pensar sobre algumas coisas.

Queria fazer outro álbum, algo poeticamente mais agressivo e com algum toque no qual eu não sabia o que era, mas tinha de ser um pouco diferente do anterior, que não perdesse a essência mas fosse diferente.

Fui até a minha bolsa e tirei de lá uma garrafa pequena de vinho e cigarros, me sentei no chão e comecei a anotar ideias na folha de caderno que levava constante comigo "não posso fazer nada sobre seu temperamento estranho."

— Ok, Lana, isso pode ser o começo ou o refrão.

"Seu temperamento quente, quente no verão. Alto, alto, amante negligente. Você está desmoronando, infelizmente. Você está infelizmente, desmoronando."

Pequenas anotações sobre algo que veio do meu subconsciente, logo me fez lembrar de alguém que não sei se deveria. 

Slash, Saul Hudson.

Bebo mais um gole do doce vinho e mais um trago no cigarro, talvez fosse uma recordação de velhos momentos ou minha mente estaria inventado algo, mas sei que podia sentir novamente as mãos ásperas e grandes de Saul deslizando pelo meu corpo.

Assim como ele fazia na sua guitarra, suas mãos eram no movimento certo e no tempo certo, sabia ir rápido para me levar até os céus e sabia ir devagar para me trazer de volta; lembro perfeitamente do seu toque e de sentir a respiração ofegante dele no meu ouvido, sua voz docemente rouca me dizendo baixarias, também de seus cachos molhados e bagunçados enquanto rodavamos a cama.

Sai de transe quando alguém bateu na porta, respirei fundo e notei o suor no meu corpo, a bebida estava saindo do meu sistema ou eu estava excitada? Quem sabe os dois?

— Pode entrar...

Era Duff, estava me procurando, ele se sentou no sofá a minha frente e eu ainda no chão.

— Um gole? — Levanto a garrafa, o loiro alto aceita.

— Então... — Ele pega a garrafa de vinho. — Escrevendo o que? 

— Uma música... Na verdade, quero fazer um album novo.

— Mas já? — Duff parecia surpreso.

— Sim, nem vem, vocês estão fazendo um álbum e já estão pensando em outro.

— Você tem razão... Pensando no que para fazer? — Ele bebe um grande gole do vinho. — Algo novo? Algo como antes?

— Quero letras mais agressivas, sabe? Quero chocar as pessoas... Só não sei com o que. Quero outra coisa, só não sei ao certo o que... — Nem se quer terminei a frase.

Me recordar de Slash e dos nossos momentos me trouxe uma ótima ideia.

— Quero solos de guitarra! 

— Nossa, você realmente está empolgada. — Duff ri genuinamente. — Mas solos de guitarra são uma ótima escolha.

— Sim, solos de guitarra vai ser perfeito.

— Você pode pedir para o Izzy te ajudar, ele gosta dessa coisa poetica que voce faz... — Duff sorri de canto, aquele sorrisinho. — Ou quem sabe o Slash...

Olhei para Duff de cima a baixo e tomei minha garrafa da mão dele, tomei um gole.

— Nem fudendo.

— Por que não? — O loiro pareceu quase indignado. — O Saul é um dos melhores guitarristas que conheço, se não o melhor. Se você pedir, ele vai fazer o que você mandar. 

— Não, Duff. Acho que não seria uma boa ideia.

— Isso, porque é uma ideia perfeita, Lanita. — Duff quase pula de entusiasmo.

— Lanita? 

— Todo mundo te chama de Lana, eu sou diferente, sou seu melhor amigo e preciso de apelidos especiais. — Duff explica. — Mas voltando o assunto, chama ele, acho que seria legal. 

Duff se encosta no sofá e ajeita o cabelo, ele sorri provocativo e olha para mim, sabia que sairia alguma provação da boca dele.

— Tem medo de não resistir ao Slash, é?

— Para com essa porra! — Empurro as pernas dele e me sento no sofá, ao lado de Duff. — Você é um porre, viu?

— Sim, eu sou. Sou tão porre que você vai sair comigo e com os meninos mais tarde, Ane vai com a gente. A loirinha vai ficar com o Axl quase 99% do tempo, você vai ser obrigada a manter qualquer tipo de contado com o Slash.

Duff diz isso me olhando como uma criança de 6 anos, aquelas crianças que falam as coisas mais bestinhas o possível, mas por ela te olhar no fundo dos olhos balançando a cabeça para lá e para cá, te faz ficar irritado.

— Eu vou me embebedar, isso sim. — Falo empurrando Duff de volta para o lugar dele.

— Melhor ainda, bêbado fala e faz o que seu subconsciente quer. A Lana que o Slash, é o subconsciente dela sabe disso. — De novo, ele sabe irritar alguém.

— Duff, não fode!

[...]

— Vem, Lana, vai se perder. — Ane me chama a atenção.

Ane pega em meu braço, me abraça de lado e sorri, ela anda comigo como se fossemos casais, no meio do caminho um homem até pergunta se somos namoradas, obviamente respondemos que sim.

— Ela é minha mulher e nós fazemos sexo. — Ane fala e agarra minha cintura.

— Moramos juntas e nossos vizinhos nos odeiam porque somos um casal que fazem sexo. — Falo em seguida.

O homem balança a cabeça, obviamente estávamos segurando a risada, ao virar para chegar até a mesa dos meninos, eu peguei na bunda de Ane, o que fez a loira rir.

— As margaridas chegaram. — Axl diz. — Que demora.

— Não enche, Axl. É a primeira vez que o atrasado não é você. — Ane diz se sentando ao lado de Axl.

Por incrível que pareça, ou não, o único lugar vazio era ao lado de Slash. Olhei para Duff e sorria satisfeitos, me sentei e então começamos a beber.

Após um bom tempo, Axl e Ane decidiram ir embora, eles estavam com bastante sono — mentira para poderem ir transar a sós — e foram embora, Steven encontrou uma garota e se mandou com ela, ficou apenas Izzy com sua namorada e Duff.

Bebi e bebi mais, não queria pensar mais em Slash embora estivesse ao lado dele, parecia que a cada gole de bebida eu ficava cada vez mais reflexiva sobre nós dois.

Droga, eu não aguento mais ficar distante desse homem.

Duff saiu de babá e foi até o banheiro, aproveitei a oportunidade e peguei a garrafa de Vodka dele e saí de dentro do bar, acendi um cigarro e fui para distante do bar.

Por que o Slash ainda mexe tanto comigo? Por que tudo que tenha a ver com ele ainda me tem um grande impacto?

Várias goles na Vodka e tragos no cigarro.

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𝐶𝑖𝑔𝑎𝑟𝑒𝑡𝑡𝑒𝑠 𝐴𝑓𝑡𝑒𝑟 𝑆𝑒𝑥 ◆ ˢˡᵃˢʰ ᶠᵃⁿᶠⁱᶜOnde histórias criam vida. Descubra agora