CAPÍTULO 36

84 6 1
                                    

Yara

eu estava escondida em um monte de lixo que tinha na rua de trás da casa, estava com as meninas quando o pai da Sabrina chegou, eu sabia que conhecia ele de algum lugar desde que vi e realmente conhecia , era o monstro do Alberto, ele tinha voltado pra me procurar, ele era um doente por completo.

Sabrina que sabia de tudo, ela disse que era pra eu correr o máximo que eu pudesse e não era pra voltar pra casa, ela falou que ele estava me procurando por anos e me achou com a ajuda do Jacaré.

ouvi um gemido e me escondi mais, ouvi vozes junto de risadas e fiquei quieta, olhei pra frente e vi uns caras saindo no final da rua, me levantei indo devagar e vi alguém caído no meio do lixo, pensei dez vezes antes de ir, mas fui.

vi o P7 e ele tava com o rosto cheio de sangue, enquanto a blusa tava rasgada e todo machucado, cheguei perto dele e ele estava com os olhos fechados, tentei acordar ele e ele abriu os olhos, me olhando.

Yara: que caralho aconteceu -falei tentando puxar a cabeça dele e ele fez cara de dor- caralho, desculpa

peguei meu celular rápido, tentando ligar pro L2, que atendeu depois de três vezes tentando, perguntou onde eu estava e eu falei, ele demorou pra chegar, mas quando chegou, veio de carro.

L2: puta que pariu, Irmão -falou tentando pegar o P7, que gritava de dor e colocou ele dentro do carro, sentei no banco de trás e mandei ele ir rápido pro hospital.

Yara: não fecha os olhos não -falei enquanto via ele tentando fechar- pelo amor de deus , fica comigo, você não pode morrer cara

P7: vai chorar se acontecer? -falou com a voz fraca e começou a tossir, a boca dele tava saindo sangue e até ela mesma sangrando

Yara: até nessas horas você brinca com isso -falei sentindo uma lágrima cair- você é ridículo, e cala boca, só tenta ficar acordado

L2 ia rápido com o carro e quando chegamos ele gritou por um médico, vinheram e pegaram ele, colocando na maca, ele estava de olhos fechados e a médica correu, junto dos outros.

L2: puta merda -falou passando a mão no rosto- que caralho aconteceu com ele?

Yara: eu não sei, ele tava jogado no lixo e uns três caras jogaram ele lá, ele tava gemendo de dor e quando eu cheguei, tava sangrando e eu só pensei em ligar pra você

ele me abraçou e eu fiquei olhando pra ala da emergência, passaram vários médicos correndo lá pra dentro e era pra onde tinham levado o Patrick.

[...]

- acompanhantes do Patrick Tavares? -falou e eu me levantei, junto do Leandro- ótimo, ele está estável, mas esta com muitos ferimentos , peço que tenham calma, ele está dormindo e precisa muito descansar. Colocamos duas bolsas de sangue para ele, quando terminar precisamos colocar o soro e talvez , vocês irão poder ver ele

L2: ele tá bem mesmo doutor? tem certeza ?

- sim, podem ficar tranquilos, só preciso que se mantenham calmos e vão pra casa, amanhã podem vir, ou até mesmo mais tarde

L2: não vou sair daqui -falou e o médico saiu- tenho certeza que foi coisa do pai dele , pai dele é um idiota, puta que pariu, ele quase morreu dentro do carro , se a gente não tivesse encontrado ele lá, ele ia morrer

Yara: eu sei , mas não aconteceu -falei fazendo ele me olhar e vi pela primeira vez, ele chorando- não chora, ele tá bem, ele vai acordar e vai conversar com você tá? você vai ver, capaz dele fazer até piada da situação, pensa o melhor

ele continuou chorando e eu abracei ele, sentindo meu ombro chorar, Leandro desde sempre era apegado ao Patrick, parecia que os três eram irmãos, Patrick , Mateus e Leandro, nunca vi um sem os outros , sempre andavam juntos, e ver um deles nesse estado deve estar sendo difícil demais pra ele, imagina pro Mateus.

Destinados Onde histórias criam vida. Descubra agora