Destinados

CAPÍTULO 16

P7

Mensagens on

Cobra: quero reunião contigo e os outros  hoje, quero que tu apareça aqui de 23 horas, se tu não vir, vou ficar puto e tu sabe

Mensagens off

não sei o que o maluco queria, mas pelo visto era sem o consentimento do Jacaré, era eu, M3 e L2, sempre era a gente nessas reunião, ainda tinha que ir todo marrento pra fingir que ia pra qualquer lugar.

P7: acorda aí -falei balançando ela e ela resmungou voltando a dormir- qual foi Sabrina, tenho que meter o pé fia, vaza vai

Sabrina: você é ridículo -falou depois de um tempo levantando e procurando as coisas dela pelo chao-

ela foi pro banheiro e só saiu quando tava pronta, ela procurou alguma coisa e quando achou, pegou , colocando o salto.

Sabrina: obrigada pela noite -falou e eu neguei- qualquer coisa me liga gatinho

ela saiu do apê e eu passei a mão no rosto, a gente quando ficava, era sempre em um apê meu na sul , já que todo mundo conhecia ela no morro e na minha casa não tava rolando muito.

fiquei mexendo no celular um pouco e depois fui tomar meu banho, coloquei uma camisa minha regata e uma bermuda preta, tava um calor e eu queria voltar pro morro rapidinho.

pior era calor á noite, não tava, mas iria ficar rapidinho, era 17:30, lá pra 18:30, já ia anoitecendo.

sai do apê fechando a porta e fui no elevador, quando cheguei no terreo, dei de cara com a Yara, eu não tinha visto ela esses dias, tava nem conseguindo parar quieto no morro.

ela tava mexendo no celular e percebeu que eu olhava pra ela, seu olhar cruzou com o meu e ela desviou, voltando a olhar pro celular.

pensei seriamente em ir e realmente fui, cheguei na frente dela atraindo sua atenção pra mim.

P7: tá fazendo o que aqui po -falei colocando o celular no bolso

Yara: Gabriela, ela veio fazer uma entrega do emprego dela aqui e me chamou pra vir junto -falou e eu olhei sem entender- que coincidência, Sabrina saiu daqui agora pouco, ela tava com você?

P7: obviamente não -menti vendo ela murmurar um "uhum", sentei do lado dela e ela me olhou de novo- tenho um apê aqui, fiquei porque tenho um bagulho pra resolver jaja

Yara: na pista? -falou e eu assenti- uhum

P7: qual foi fia, se liga -falei vendo ela rir- vai amanhã pro meu bagulho né? chamando você, porque a sua amiga vai, pra você não ficar triste por não ir sabe ?

Yara: amanhã tenho formatura -falou e eu fiquei sério- passei em medicina, então, acho que se eu for, só mais tarde, quando a festa já tiver rolando, fiquei sabendo que vai ser na lancha, que massa

assenti e fiquei conversando com ela, Gabriela chegou e elas foram embora, fiquei em real dúvida se eu ficava por ali mermo, ou ia pro morro, tinha que ir buscar meus bagulhos lá, caso eu fosse dormir aqui.

[...]

L2: se liga nesse aqui -me mostrou a foto do moleque e eu ri-

a gente tava marolando no apê, chamei eles pelo fato da reunião, deram um papo furado no Jacaré, dizendo que ia ser uma social dos três no apê e ele engoliu isso.

quando deu a hora, a gente se chegou pro galpão, bagulho era no meio do mato e ainda tinha que ir formal, porque se não, os cara nao ia reconhecer e meter bala, o que a gente não faz pra não morrer né?

Cobra: fiquei sabendo que ele tá procurando a tal filha dele -falou puxando o cigarro e soltando a fumaça- no morro de cada um, o filho da puta passou, por que ninguém me falou antes? tive que saber pelos outros porra

- não sabíamos que o senhor iria querer saber sobre a filha dele patrão -falou um qualquer e eu respirei fundo.

Cobra: ele nao tem porra de filha nenhuma, somente a Sabrina -falou séria e o maluco ficou em silêncio- se não conseguirem despistar ele, dê uma Yara qualquer pra ele, qualquer mesmo e sumam da vista dele

ele ficou falando mais uns bagulho lá e mandou geral vazar, quando eu tava indo, ele me chamou e eu já sabia que ia cair tudo pra cima de mim.

Cobra: não falou nada a reunião toda -falou colocando o gelo no copo- você sempre briga com alguém P7, o que aconteceu com você, ele entrou na sua mente?

P7: ele entrou na sua mente -falei vendo ele me olhar de lado- você vive atrás desse maluco, fala do cara pra todos teu aliado, nunca fala que caralho ele fez com você, nada, a gente tá correndo maior risco de vir aqui -falei suspirando- já pensou se um dos cara pega a gente com você, nos ia pra tortura na hora e você ia ser morto

Cobra: tenho maioria dos homens de cada morro aliado comigo -falou serio- sou o dono de tudo isso aqui, sou o comando P7, eles não tem que saber nada sobre o que eu faço

ele voltou a fazer o que estava fazendo e eu pensei que era pra eu ir embora, mas ele voltou a falar.

Cobra: a filha que ele procura não é dele -falou e eu parei de andar, virando pra ele- é minha, ele matou minha mulher e minha filha fugiu, agora não sei como ela é, so sei que ela mora com algum parente, não sei nome, nada, só quero que ela não caia na mão desde verme, confio em você pra achar ela

fiquei olhando pra ele e fiquei um tempo calado, mas concordei, vendo ele levantar o copo e dizer que conta comigo e os moleque pra isso, sai da sala dele e entrei dentro do carro dos moleque.

L2: ele disse o que? -falou e eu neguei- fala logo, ele falou sabendo que você iria falar

P7: a filha do Alberto, na verdade é filha do Cobra -falei depois de um tempo e eles se olharam pra depois me olhar- a gente precisa achar a menina e não dizer nada ao Alberto, porque provável que ele queira matar a mina, então vamos resolver isso logo

L2 ficou processando as coisas, mas assentiu e meteu o pé pro apê, não podíamos voltar pro morro hoje, ia dar na cara que a gente não foi pra farra nenhuma, então tinha que dormir aqui mermo.