RED: uma história de harém reverso

LII

" Quem criou você?"

" Meus pais adotivos."

" Onde você cresceu?"

" Em Nova Iorque."

" Quantos anos você tem?"

" Farei vinte e dois em alguns dias..."

" O que você quer com Noah?"

Ela vacila por alguns segundos, mas não perde sua postura.

" Somos amigos..."

" Ela é boa..." Shade resmunga.

Vamos ver até quando.

" Sabe, Srta. Eu não costumo perder meu tempo com joguinhos, então vou direto ao assunto." Me ajeito na cadeira de aço, ela acompanha meus movimentos. " Não estou comprando essa história que você está contando. Parece muito... ensaiada. Me fale agora quem você é e o que quer de Noah..."

" Está me ameaçando Sr. Hill? Devo chamar um advogado?" Ela pisca seus olhos falsos de cobra.

" Não é uma ameaça."

Minhas sombras tomam a sala inteira de maneira abrupta. O lugar chega a escurecer com a quantidade que nos cerca.

Qualquer garota com a quantidade de poder que Violet parece não ter, estaria chorando por misericórdia.

" Tem algo errado... não a ataque!"

Shade me avisa, mas estou ciente disso.

" Você vai falar ou devo deixar meus pesadelos brincarem com você?"

Ela nem pisca. Em nenhum momento perde seu tempo para olhar as sombras. Nenhum vestígio de medo cruza o seu rosto.

" Eu não quero machucar ninguém." Ela finalmente fala.

" Ela está falando a verdade, mas algo nela não está certo. Não a mate!"

" Quem você machucaria? Você mal tem forças..."

" Red." Ela fala o apelido da minha companheira com simplicidade.

Nossos olhos estão grudados, me escuro para não arranca-los de sua cabeça.

" Você deseja ferir minha companheira?"

O sorriso de escárnio em seu rosto é muito diferente da jovem que conheço. Neste momento, Violet parece muito mais uma mulher, do que uma garotinha.

" Eu não desejo ferir Red, mas não digo o mesmo sobre você..." Ela revela piscando seus olhos com inocência forjada. " Isso sim machucaria ela."

" Para quem você trabalha? A resistência?"

Eles sempre usaram jovens para o seu trabalho sujo, não me admiraria.

Ela suspira e revira os olhos.

" Quais as chances de você me deixar sair daqui viva?" Ela olha preguiçosamente para a porta.