Step Up (ABO)

Capítulo 3

Boa leitura!

CAMILA

Medo. Apavorada. Amedrontada e angustiada, era assim que eu me encontrava após aquele jantar na casa da minha melhor amiga. Nunca imaginei encontrar a mulher que contribuiu na minha gravidez há onze anos atrás. Era muito tempo. Anos depois, a encontro na casa de Dinah, e o pior, elas se tornaram sócias na clínica dos sonhos da minha melhor amiga. O quão louco e estranho isso poderia ser?

O quão assustador será para ela ao descobrir que era a segunda mãe do meu filho? E para piorar ainda mais a situação, ela era casada. O que a ômega dela irá pensar sobre isso? Qual será a sua reação? Por mais difícil fosse toda essa situação, eu jamais me submeteria a esconder essa verdade do meu filho. Rico merecia somente a verdade e eu não seria capaz de esconder, afinal, ele também merece saber quem é sua outra mãe e que por ventura, era casada e com o elo da ligação.

Lembro-me como se fosse hoje quando ele me perguntou onde estava seu pai e o porquê dele não estar presente em nossas vidas. A resposta foi simples: "Eu não sei, mas podemos procurar e descobrir juntos o porquê”. Não foi difícil explicar para Rico que ele não tinha um pai e sim uma outra mãe, Alfa. Vinha trabalhando nesse assunto com ele desde os seus seis anos de idade quando resolveu perguntar do seu suposto "pai".

Quando meu filho completou sete anos, eu resolvi voltar no assunto e explicar que sua outra mãe era uma mulher Alfa, assim, um assunto levou ao outro quando também fiz questão de explicar sobre a diferença de nossa espécie entre Alfas, Ômegas e Betas. Não foi difícil para que meu filhote compreendesse já que ele estava entrando na sua fase de mudanças físicas em seu corpo. Rico era um homenzinho muito compreensível e inteligente, graças ao nosso diálogo que era extremamente aberto, sem nenhuma objeção para dúvidas.

Nem tudo na vida é perfeito. Infelizmente. Principalmente quando a mãe do meu filho surgiu das cinzas outra vez e conversar com ela sobre, estará no topo da minha lista, depois, eu irei conversar com Rico e prepará-lo para o que poderia, supostamente, acontecer. Na minha concepção de vista, a representação da figura paterna, no caso, a outra mãe, é fundamental na formação, no desenvolvimento e construção moral, social, emocional e psicológica do meu filho.

Contarei toda a verdade para Lauren sobre Rico, o que vier depois, será uma decisão dela, afinal, ela tem o direito de saber que é mãe. Só não aceitarei ela fazer parte da vida do meu filho, caso ela tiver uma percepção de vista que possa prejudicar Enrico. Já li muitas matérias que relatam sobre a ausência dos pais Alfas na vida dos filhos e algumas vezes, observamos na sociedade uma tendência em rotulá-los, e é isso que eu não irei permitir.

Quero que meu filho, em qualquer condição, tenha o apoio, seja de mim, dos meus pais e até mesmo dela. É para isso que estou educando Rico, para que seja carinhoso, protetor, companheiro, cuidadoso e que acima de tudo, tenha limites e respeito. É fundamental o papel da família no desenvolvimento da auto-estima do meu filho, pois será nela que ele irá desenvolver os laços afetivos, influenciando questões relacionadas ao ajustamento e às mais variadas situações. Quero que meu filho seja uma pessoa compreensível.

- Walz, está tudo bem? - saí dos meus devaneios, franzindo o cenho em seguida assim que encarei minha amiga que estalava os dedos à frente do meu rosto - Você anda muito distraída hoje.

- Desculpe! - pedi, soltando um suspiro cansado - Eu preciso contar algo para vocês - revelei, soltando o pano sobre a mesa.

Estávamos almoçando no nosso restaurante costumeiro. Estava eu, Dinah e Normani. Enrico estava na casa dos meus pais. Achei melhor assim para que eu pudesse conversar mais à vontade com as meninas.