Capítulo 19: Café da manhã

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— Você é mesmo uma vadia, Cabello.

— Eu sou? — Sorriu, rindo sem humor. — Não sei, quer pagar 'pra ver?

— Meninas! — Me intrometi entre as duas quando Holly fez menção em partir para cima da Camila. — Parem!

— E antes que eu me esqueça: nunca mais tente me chantagear, ouviu, Holly?! — Precisei colocar o meu antebraço na frente da Cabello, porque ela insistia em bater de frente com Chapman. — Você está no meu território, e deveria pensar muito bem antes de cercar o que é meu!

— Seu? A Jauregui é sua? — Mesmo em desvantagem, a maldita insistia em provocar. — O que você acha que ela quer com você, hein, Lauren?! Essa aí usa todo mundo! Você é a próxima!

— Vai embora, Holly... — Tentei afastá-la da gente gentilmente, evitando mais confusão. Daqui a pouco, a briga viraria um circo outra vez.

— Laur-Laur, essa garota é maluca. Você não vê? Camila vai acabar com você! Todo mundo diz que ela é uma falsa!

— Lauren! Volta aqui!

Cabello exclama e eu solto um suspiro, saindo de perto daquela garota e voltando para o lado dela.

— Vamos embora, por favor? — Peço baixinho, parando em sua frente. — Por favor, Camila...

— Vamos.

Assentiu com a cabeça, encolhendo os ombros, e eu retirei a minha jaqueta de couro para cobri-los com a peça. 



— Lauren, pega. — Camila me estendeu as chaves do seu carro. — Dirige você.

— O quê? — Franzi o cenho, segurando as chaves enquanto encarava aquele chaveiro felpudo de pompom. — Camz, eu não posso dirigir. Não tenho carteira.

— Como assim, você não tem carteira? — Me fita com estranheza.

— Cabello, eu sou pobre, e o carro da minha mãe é 'pro trabalho e fica mais tempo na oficina do que lá em casa. Por que eu tiraria carteira agora? É desperdício de dinheiro. — Expliquei, sabendo que nenhuma das minhas palavras encaixaria direito na cabeça dela. Camila nunca economizou para ter nada. Vai ver, nem sabia que precisava pagar pela carteira de motorista. Se bem que, pelo jeito que ela estaciona, acho que o Alejandro pagou bastante pela carteira dela... — Você bebeu na festa?

— Eu... comi uma coisa. — Admitiu, retirando a minha jaqueta de cima dos seus ombros e vestindo-a corretamente. — Era um brownie batizado. O Trent ofereceu, e eu pensei que não faria mal, então comi um pedaço e..

— Espera, brownie batizado? — Tive que interrompê-la, erguendo a mão em um sinal de "pare". — Você quer dizer, com maconha?

— Sim, Lauren, com maconha. E é muito ruim! Tipo, uma droga.

— Literalmente, né? — Ri comigo mesma e acabei ganhando um tapa como resposta. — Ouch, Camila?!

— Jauregui, é sério! Eu comi o brownie e tomei, sei lá, acho que era chá gelado com vodca. Não sabia que você não tinha carteira. — Enfiou as mãos nos bolsos da jaqueta, balançando os ombros. Porra, chá gelado com vodca? É esse o drinque Patricinhas de Beverly Hills? — Você não sabe mesmo dirigir?

— Eu até sei, mas a minha instrutora foi a Vovó Harriet, nós nos encontraríamos em perigo do mesmo jeito. Tenho quase certeza de que ela estava chapada quando tirou a carteira dela. E talvez quando me deu as aulas também... — Neguei com a cabeça ao lembrar da história. A vida da minha avó foi movimentada nos anos... bem, em todos os anos. — Quem diria que a princesa-herdeira usa substâncias ilícitas?

Golden State. (Camren)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora