Capítulo XLV: dividindo a cama

Start from the beginning
                                    

" Ele foi com todo mundo, mas não é por isso que eu queria ter arrancado a cabeça dele. Ele me usou contra você, e odeio o fato de não ter evitado isso."

A intensidade do seu olhar até me faz esquecer o quanto ele consegue ser insuportável.

" Falou o cara que me deixou sozinha para ser sequestrada, em troca de um rabo de saia..." As palavras simplesmente saem, sem que eu me dê conta do quanto pareço rancorosa.

" Você ficou com ciúmes?" Seu sorriso nojento que me faz querer sorrir também, reaparece para me dar trabalho.

" Nah! Só estou dizendo que você não foi o primeiro da fila para contribuir com a minha segurança, então não faz sentido o que você disse..."

Um embrulho sobe pelo meu estômago ao lembrar a forma como ele se agarrou em mulheres, sem nem pestanejar, as exibindo perante meus olhos.

" Sim, você sentiu ciúmes." Tristan simplesmente invade meu espaço, me puxando pela cintura para que fique de frente para ele. A proximidade do seu corpo me desperta memórias que eu não deveria gostar.

Suas mãos me tocando faz o meu corpo arder, mas são seus olhos encarando os meus que me faz suspirar.

É como se ele estivesse tentando me mostrar sua alma.

E se tem alguma coisa que eu entendo muito sobre, é exatamente isso.

Almas.

" O destino foi bem desgraçado com a gente, borboleta." A suavidade das suas feições me faz querer acariciar o seu rosto, que é mais bonito do que deveria ser. " Eu tento achar o humor em cada situação que ele me trás, mas sabe o que não tem graça?" Eu nego fazendo movimentos com a cabeça. " Não consigo rir de como você sempre me procurou no meio da multidão, mesmo que eu fizesse coisas terríveis para espantar você. Sua alma está conectada a minha, seus olhos são meus, você me pertence, mesmo que eu tenha feito de tudo para que isso não acontecesse."

Por alguns segundos penso que ele vai me beijar, mas seus lábios sobem até a minha testa. O movimento é breve, mas aquece meu corpo inteiro.

" E se tem algo que não tem graça nenhuma, é como eu precisei nos machucar." Ele se afasta tão rápido quanto se aproximou.

Me ajeito na cama e percebo que estou tremendo. Não entendo claramente o que ele quis dizer, mas não quero que esse momento termine, então decido mudar de assunto.

" O que você faz quando não está me atormentando?"

Tristan sorri exibindo seus dentes brancos e eu já aprendi que isso é uma prévia de algo que não gostaria de ouvir.

Os segundos se suavidade se foram...

" Você sabe o que eu faço." ele pisca. " Festas, lutas, drogas, álcool, minha vida é um livro aberto. Quando você quiser se divertir..." levanta um dedo que carrega um anel de prata. "Eu sou o cara."

Eu reviro os olhos. Ele ama seu estilo de vida, isso fica claro.

" E também faço pinturas."

Isso me pega desprevenida.
O

lho Tristan dos pés a cabeça e tento imaginar da onde esse diabo é um artista.

RED: uma história de harém reversoWhere stories live. Discover now