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Estamos chegando na reta final!
Curiosos para o futuro deles? Cheio de dúvidas?

Noura Pierce

Dominando nossas paixões

A pressão fria de um pano úmido contra meu rosto me puxa da inconsciência. Minhas pálpebras estão pesadas, como se eu tivesse dormido muito. Quando consigo abrir meus olhos, Harry está perto. Eu recuo.

Na penumbra, noto que ele está limpo e barbeado. Seu cabelo ainda molhado esta caindo pela testa. O cheiro de shampoo e sabonete fresco permeia meus sentidos, um conforto acolhedor, antes que meu alarme interno me desperte totalmente.

— Onde estou? — Eu exijo. Olho ao redor, um banheiro, ja é alguma coisa. Velas acesas iluminam o pequeno ambiente, tornando-o aconchegante. Romântico, até. Meu estômago embrulha.

— Vou ligar o gerador em breve — Ele responde à minha observação silenciosa sobre as velas. Minhas costas estão apoiadas na parede e Harry segura uma toalha molhada na minha testa. — Eu ia deixar você dormir, mas estava começando a feder.

Pego o pano de sua mão. — Isso tende a acontecer quando você é enterrada viva — eu falo. Sua boca se inclina para aquele meio sorriso presunçoso.

— As toalhas estão no armário. Tudo que você precisa já está no chuveiro. — diz e se levanta. — Vou deixá-la sozinha.

Eu o vejo sair, fechando a porta de painel de madeira atrás dele. Eu jogo o pano e fico de pé, e imediatamente estremeço. Usando a parede para me endireitar, rastejo em direção à porta Não há maçaneta para o lado de dentro. Testo a porta, trancada. Por fora. Deus. Estou em uma casa projetada para reféns.

Encontro uma garrafa de água no balcão e bebo metade antes de racionalizar que pode estar drogada. Espero sentir quaisquer efeitos desorientadores, uma vez que nada acontece bebo o resto e tento me lembrar de como cheguei aqui.

Nós cruzamos o limite do Estado? Sim, Harry disse que isso fazia parte de seu plano. Mas há quanto tempo foi isso? Quão longe nós dirigimos?

Uma batida soa na porta. — Eu coloquei roupas para você no quarto de hóspedes. Pode descartar as que está vestindo.

Eu coloco minhas mãos no balcão.

— E comida?

— Eu vou ver o que posso fazer.

Espero até que ouço seus passos se afastarem. Então desabotoo minha blusa suja e tiro minhas calças sujas. Todas as minhas roupas vão para uma lixeira perto da pia. A água não esquenta, então entro em uma ducha fria, grata por sentir algo limpo contra minha pele. No meio do banho sinto a água quente contra a pele e o vapor preenche o pequeno banheiro sem janelas. Presumo que isso seja efeito do gerador que Harry mencionou.

Enquanto eu lavo meu cabelo, filtro cada pedaço de informação que ele me deu, processando suas palavras, o cenário, minha situação. Eu preciso de mais. Preciso suprimir meu medo e fazer o que fui treinada para fazer: ouvir, manipular e entender emoções.

Fecho o registro e piso no chão frio de madeira. Com a toalha enrolada firmemente em torno de mim, procuro por pistas. O banheiro inteiro é revestido de madeira reciclada, clara e escura. O chuveiro e a pia são de porcelana branca com luminárias modernas. A luz da vela reflete em um espelho alto, colocando o espaço em uma luz ambiente que eu apreciaria se não fosse pelo fato de eu estar presa.

Em circunstâncias normais, jamais toleraria usar o estado de mal-estar de um paciente para enganá-lo..., mas esta não é uma circunstância normal. E meu paciente tem perturbações específicas. Eu tenho que ficar alerta. Tenho que ser mais esperta que ele.

The Huntsman | H.SWhere stories live. Discover now