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Harry (o caçador)

Trevas

Eu não poderia esperar menos de Noura. Não com toda aquela fome, toda aquela raiva, guardada dentro dela.

Nossa primeira vez juntos fora excepcional. Nunca havia sentido nada daquilo. Nunca tinha sentido tamanha satisfação.

Noura havia me dominado completamente. Minha mente, alma e corpo pertenciam a ela.

Seu cabelo desgrenhado, a pele encharcada de suor, os olhos brilhando. E então o olhar sereno em seu rosto que se seguiu quando seu corpo rolou com tremores de prazer. Eu quero isso de volta. Eu quero testemunhar isso repetidamente. O cheiro dela, aquele cheiro doce misturado à sua excitação.

A cada lembrança, meu pau fica mais duro. A tensão em meus músculos viaja pelo meu corpo, implorando por liberação. Quase posso ouvi-la...saboreá-la...enquanto sua voz frenética chama meu nome...

Minhas calças apertam. Eu me ajeito, tentando me concentrar na tarefa de me livrar do carro.

(...)

Vinte e seis horas foi o tempo que levei para sumir com todos os rastros. Mas a parte mais divertida, foi chegar em casa e assistir as gravações de Noura algemada na cama.

A primeira metade do vídeo foi gasta me amaldiçoando, me culpando, listando as maneiras pelas quais eu deveria morrer - gostei dessa parte. Ela não percebe o quão talentosa ela é. Suas últimas quatro horas... Essas foram as mais difíceis. E as mais reveladoras. Mesmo uma mulher obstinada como a Dra. Noura não pode manter os demônios trancados para sempre.

A negação para ela é um exercício mental. Dominar a arte de mentir era um mecanismo de sobrevivência para se proteger, para capacitá-la a buscar a grandeza. Por isso ela é a melhor em sua área.

Eu a vejo na tela do computador agora, seus braços embalando seu corpo enquanto ela dorme.

Posso afirmar que sabia tudo sobre ela antes de entrar na sua sala de terapia pela primeira vez? Não.
De forma alguma. Não como eu costumo saber. Mas com ela - ela era diferente, especial. Havia apenas um sentimento. Algo que eu acreditava ser besteira, durante toda a minha vida foi assim. Até ela.

Mas como eu disse, ela é diferente. Senti aquela conexão semelhante e ela tornou-se uma compulsão. Fui contra a minha natureza ao confiar no instinto neste caso. Confiar nessa nova sensação estranha que aquece meu sangue sempre que penso nela. O amor - se é isso que realmente é - decidiu que éramos iguais, e ela seria minha.

Há uma linha tênue entre paixão e obsessão - e cruzei essa linha no momento em que a vi.

Fecho a filmagem. Sou como uma criança em uma loja de doces quando me dirijo para seu quarto. Eu giro meu chaveiro, meus passos apressados, impaciente. Pelo menos, presumo que é assim que uma criança normal e saudável se sentiria à espera de seu presente especial. Tenho pouco a comparar com este sentimento.

Eu não consigo evitar o sorriso de enrolar meus lábios; estou tão ansioso enquanto a liberto das algemas.

— É hora de acordar, amor.

Noura se agita, então sua cabeça se levanta e ela olha em volta.

— Seu bastardo perverso.

The Huntsman | H.SWhere stories live. Discover now