FIM.

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Messes depois.

Kimberly.
às 00:31

Uma vez eu ouvi que todas as doenças vem da perda, você pode ter perdido uma coisa que gostava muito, uma pessoa, seu peso, sua imunidade ou sua felicidade. Mas em meio a tudo isso nós nunca perdemos aquela coisa, isso mesmo, aquela coisinha chamada esperança a que enfraquece mas nunca se perde. A esperança de que tudo pode ficar bem novamente, de que as coisas podem sim melhorar.

Mas eu sempre tenho pesadelos desde aquela noite, então eu lembro das perdas e do vazio em meu peito e choro sem esperança alguma. Nesse Agnes estava viva, bem em minha frente ela sorria e me chamava de mãe com empolgação que fazia meu peito se encher de alegria.

Ela pediu para que eu corresse com ela pela grama, ela sempre gostou de correr mas nunca pode ir muito longe. Seu olhos brilhavam, e suas bochechas estavam coradas de tanto sorrir. Agnes segurava uma varinha que o pai lhe deu, e dizia que o transformaria em um sapo.

Gus ria enquanto a pegava no colo, e em seguida Agnes desfalecida. E não podíamos fazer nada para ajudá-la enquanto ela convulsionava. E quanto mais gritavamos por socorro mais a sensação de estarmos sozinhos crescia. E então chovia, não chuva normal mas corpos. E todos eram o rosto do meu irmão.

— Teve outro pesadelo, Kim?

Afastei as lágrimas dos meus olhos e Enxuguei a bochecha.

— Quando isso vai parar Gus?

Ele acendeu o abajur. Seu rosto entregava que ele não estava dormindo.

— Eu não sei, Mas estarei aqui para Oque você precisar.

Mesmo com uma dor enorme no peito eu sorri pra ele, pro homem que ficou ao meu lado e se demonstrou ser forte por nós dois. Augusto me envolveu em seus braços, depositou um beijo no meu ombro e suspirou profundamente.

— Temos que voltar amanhã. — Ele disse.

Resmunguei em seus braços.

— Não quero, não podemos ficar aqui só um pouquinho?

Senti ele sorrir contra minha pele e aquilo aqueceu meu peito.

— Podemos, mas duvido que Sophie te perdoe por perder a festa de aniversário dos gêmeos.

Franzi a testa e esbocei um sorriso.

— Eu sei que você também não quer ir, não precisa se fazer de difícil. — O provoquei.

Augusto riu e me fez sentar em seu colo, seus dedos se enrolaram em meu cabelo e desceram por minha bochecha. Ele gostava de me tocar, e seu toque me fazia sentir a mulher mais especial do mundo como se eu fosse única, irreal aos olhos dele.

Gus e eu nos casamos.

Foi lindo e ao pôr do sol em Hollywood, foi um dos dias mais felizes da minha vida, embora faltasse pessoas nele. Estamos em Roma em nossa lua de mel e Gus tem nos feito aproveitar cada canto desse lugar, ainda sinto minhas pernas formigarem de tanto que andamos durante o dia.

— Eu amo você, Kim.

Sorri o beijando intensamente.

— E eu amo você, Augusto Choi Liceus. — Eu disse com toda sinceridade em meu peito.

Eu o amava, eu amava Gus de verdade. Era esmagador a sensação, mas era tão... Lindo e intenso.

Seus olhos brilharam na pouca luz, me apoiei em seus ombros e acariciei seu pescoço. Minhas mãos desceram por seus músculos por baixo do seu pijama, um igual que eu inclusive estava usando também. Gus tocou meus dedos e em momento nenhum desviou seus olhos dos meus, ele levou meu pulso até sua boca e beijou o desenho, aquilo sempre me trazia frio na barriga.

 (Des) sintonizados.Where stories live. Discover now