Soltei o ar apagando o cigarro saindo de dentro do beco e olhando para a fachada do prédio. Meus pés empacaram no chão observando os dois carros parados. Observei Bugsy e Hunter escorados no capô do supra e Aiken na parede fumando um cigarro.

Pensei dezenas de vezes em me virar e sumir na escuridão do beco. Mas para onde eu iria? Não havia mais lugares para me esconder, não existia nada e ninguém que me salvaria. Então apenas enfiei as mãos no casaco apressando meus passos para o portão ignorando suas presenças avassaladoras. Mas não durou muito já que rapidamente Aiken me viu e caminhou na minha direção.

— Aqui está ela, nossa Bunny voltou para a toca.

Seu braço direito passou ao redor dos meus ombros me guiando na direção deles ao invés do portão de entrada. Me debati levemente contra seu agarre fazendo ele recuar o braço.

— Onde você estava? — A voz grave de Bugsy atingiu em cheio meus ouvidos.

— Hum... — Murmurei puxando o ar e soltando lentamente logo em seguida falando um pouco embolada. — Já veio cobrar a sua aposta?

— Você bebeu? — Hunter perguntou se esticando e tirando uma mecha de cabelo do meu rosto. Seus lábios se curvaram em um sorriso fofo na hora em que ele observou meu rosto. — Suas bochechas ficam vermelhas quando está bêbada...

— É apenas o frio idiota... — Murmurei mais uma vez virando as costas para eles e tocando minhas bochechas.

Não era pela bebida ou pelo frio, na verdade eu estava envergonhada em encará-los depois daquilo. Merda. Eu não queria seus olhares de pena sobre mim. Não eles.

— Se está com tanto frio é melhor subirmos. — Senti o movimento de Bugsy vindo em minha direção. Mas me virei tocando seu peitoral impedindo que ele passasse.

— O que? Subir? Pra minha casa? — Perguntei disparadamente arrancando uma risada de Aiken. — Por que? O que vocês querem?

— Está escondendo um corpo, Bunny? — Aiken se aproximou enfiando a mão nos bolsos do meu casaco retirando o molho de chaves que continha o fob de entrada e a chave da frente de casa. — Se for não se preocupe, podemos nos livrar dele para salvar sua pele.

— Não se os corpos forem os seus. — Sorri forçadamente para ele que ignorou meu comentário sórdido abrindo a porta de entrada. — Fala sério... Eu não convidei vocês. Estão invadindo meu espaço pessoal.

— Mostramos a você nosso espaço, chegou sua vez, Bunny. — Hunter cantarolou passando por mim e Bugsy entrando no espaço após a porta.

— Vocês não ouvem ninguém, não é? — Balancei a cabeça olhando para Bugsy que apenas soltou uma risada nasalada.

Sua mão veio até meu pulso retirando meus dedos de seu peitoral me puxando para o lado de dentro. Mais uma vez notei as cicatrizes em suas mãos e senti a necessidade de perguntar sobre as lutas. Mas me contive fazendo um bico quase mordendo minha própria língua. Eu estava levemente bêbada, poderia acabar falando demais se eu começasse a conversar com eles.

— Ah, mas que merda... — Retirei meu olhar de suas mãos olhando para o mesmo lugar que Aiken.

Observando o aviso na porta do elevador em um papel digitalizado dizendo que estava quebrado. Revirei meus olhos dando um passo à frente chutando a porta de metal. Essa droga tinha sido consertada na semana passada e já estava dando problemas de novo.

— Droga de lugar velho. — Murmurei indo até a escada de emergência.

Levantei o olhar observando todos os lances de escada e pensando no quanto demoraria para chegar até o décimo segundo andar. Abri os lábios soltando o ar com força sentindo o cansaço de ter andado de Knightsbridge até Lambeth North. Eu deveria ter pegado o metrô ao invés de querer respirar ar puro.

TOQUE-ME SE FOR CAPAZNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ