𝟎𝟎𝟒

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𝐂𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟒 - 𝐕𝐞𝐫𝐝𝐚𝐝𝐞

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𝐂𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟒 - 𝐕𝐞𝐫𝐝𝐚𝐝𝐞

Ela emergiu do torpor da entrevista para um desconhecido labirinto de corredores. Seus passos ecoavam, mas a memória se esquivava de seus esforços de apreendê-la. Ao despertar, sua cabeça latejava em um compasso doloroso, e uma dor intensa reverberava por sua barriga. Parecia ter sido atropelada por um caminhão, mas a constatação era ainda mais perplexa pelo fato de não ter deixado a sala.

A agulha cravada em seu braço era a única testemunha silenciosa do que poderia ter acontecido durante seu torpor. A dor aguda, progressiva a cada dia, sugeria que algo mais do que simples exaustão a assolava.

— Como se sente? — o sussurro de Mallen rompeu o silêncio, e Lyra abriu os olhos para encontrar o semblante enigmático da mulher.

— Tudo dói — a resposta de Lyra foi um lamento sincero, revelando a extensão de seu desconforto.

Mallen recuou, seus olhos fixos nos de Lyra, e murmurou um pedido de desculpas.

— Sinto muito.

— Não sente — a garota fechou os olhos novamente, mergulhando na penumbra de suas próprias sensações — O que aconteceu?

Os pedidos de desculpas de Mallen repetiam-se, como se fossem um mantra que expressava sua impotência em compartilhar a verdade. O desconforto na sala crescia à medida que as palavras desconexas escapavam dos lábios da mulher.

— Eu sinto muito.

— O que aconteceu?

— Eu sinto muito.

— Te fiz uma pergunta, Mallen — os olhos de Lyra se abriram, fixando-se na mulher — Me diz, o que está acontecendo?

— Eu não posso, Lyra. Eu não posso! — Mallen começou a se desculpar, sua voz embargada e os olhos marejados — A verdade está no ar, eu tentei, eu juro que eu tentei. Mas não posso te dizer, desculpa! Desculpa!

As palavras desconexas de Mallen ecoavam na mente de Lyra, entre "acredite", "verdade" e "mentira". A tensão no ar era palpável quando, de repente, um pacificador entrou na sala com uma arma em mãos. Antes que Lyra pudesse protestar e Mallen compreender o que estava prestes a acontecer, o gatilho foi puxado, e o corpo de Mallen desabou no chão. O silêncio que se seguiu era perturbador, ecoando a brutalidade de um desfecho repentino.

O eco do disparo reverberava na sala enquanto Lyra encarava, atônita, o corpo inerte de Mallen. A expressão de choque ainda se desenhava em seu rosto, um reflexo da violência súbita que testemunhou.

O pacificador permanecia imóvel, a arma ainda apontada na direção de Mallen, como se a vida dela tivesse sido apagada sem cerimônia. Lyra sentia uma mistura de perplexidade e raiva, sua mente girando em busca de respostas que pareciam cada vez mais elusivas.

𝐒𝐓𝐀𝐘 𝐀𝐋𝐈𝐕𝐄 | 𝐊𝐚𝐭𝐧𝐢𝐬𝐬 𝐄𝐯𝐞𝐫𝐝𝐞𝐞𝐧Where stories live. Discover now