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Anelise Stein
~• 🌺 •~

Depois de alguns dias, Tom e a banda chegaram. Finalmente.

Talvez eu esteja muito emotiva devido a gestação, por isso não contive meu choro de alegria. Era extremamente bom e gratificante ter o meu marido de volta em casa.

— Nesse meio tempo, conseguiu pensar em algum nome? — Indaguei curiosa.

Tom bocejou, cansado.

— Estive muito oucupado, meu bem. Desculpe — Beijou minha testa.

Eu tambem estava cansada. Tive dores muito constantes e elas parecem só aumentar mais.

— Hoje a Lotti nos convidou para um churrasco na casa dela, vamos? — O olhei, feliz.

— Vamos sim, estou com muita fome. E imagino que deva estar também! — Sorriu enquanto afirmei que sim.

[...]

— Entao quer dizer, que, todos os famosos estavam lá? — Surtei dando pulinhos. — Poxa, eu teria ido também. Ouvi dizer que o Bruno Mars cantou lá tambem!

— Ele é literalmente o meu sonho! — Lotti arfou animada.

— Seu sonho? — Georg a olhou.

— Modo de dizer, baby — Deu um selinho no mesmo. Nao contive a risada.

Anne estava mais quieta, como se estivesse pensando em algo.

— Anne, o que foi? — O olhei abismada, porém sorri reconfortante.

— A... nao é nada — Me olhou de volta.

Seu olhar era tão fundo. Como se ela não dormisse, como se estivesse em uma hipnose eterna em sua mente.

— Porque não se junta conosco? — Perguntei a puxando para perto.

Voltei a me sentar na cadeira junto com os outros, dando risadas e compartilhando algumas experiências.

Anne Stein
~• 🌻 •~

Talvez eu esteja errada por não contar para a Ane, e isso é terrível.

Desde pequena tive pensamentos péssimos para o futuro. Anne herdou total a aparência de mamãe, contudo um exame declarou que ela puxou muito mais da genética da mesma.

Lembro a péssima lembrança de ter visto a mãe naquele hospital, repleta de aparelhos médicos e tubos facilitando a respiração.

Papai tentava me manter longe, porém era impossível. Eu nao iria me afastar de mamãe.

— Saia, Anne! — Chorei mais forte.

— EU NÃO VOU SAIR! — minha delicada voz fina, se tornou grogue e grossa.

Como eu poderia sair dalí? Mamãe usava uma roupa branca de hospital enquanto já parecia morta naquela cama. Estava pálida, nao tinha mais seus lindos cabelos. E Anelise era apenas uma criança, pior. Hanna era um bebê.

Ainda usava trancinhas e vestidinhos cor de rosa. Nao podemos deixar ela crescer assim.

— E a Ane, pai? — Limpei as lagrimas, vendo a mesma dormir cansada no sofá do quarto.

— Ela vai conseguir, nós... nós vamos seguir em frente! — Me acalmou alisando meus ombros.

Os aparelhos barulhentos, por algum motivo pararam de fazer seus devidos barulhos.

— Papai?... — Perguntei assustada.

Uma médica rápida abriu a porta do quarto, me fazendo tremer de susto. Vi o olhar de choque da mesma quando olhou mamãe.

Olhos não mentem, ah não! Olhos nunca mentem.

— Ela está... ela está morta — Susurrou cabisbaixa. — Sinto muito.

Eu já não me sentia mais inalar o ar que respiramos. Meu coraçao doia de modo que parecia que meu mundo tinha acabado. E acabou!

Sem mamãe aqui estávamos acabados. Papai só trabalhava e eu nao fazia ideia como ele iria nos criar sem uma ajuda, sem uma figura materna na nossas vidas.

Eu sinto pena das minhas irmas, de Ane, da Hanna. Nenhuma delas teve a total noçao de como era a nossa mãe. Da princesa, da educação e principalmente a beleza surreal que ela tinha.

Sempre que eu olhasse para Anelise eu lembraria dela. Os olhos claros como diamantes, os cabelos loiros lisos e finos.

E Hanna? Aquele sorriso de ponta a ponta, seus olhos claros tambem. E sem dúvidas a sua personalidade bem parecida com a de mamãe. Curiosa, engraçada.

— Anne, por favor. Cuide de suas irmãs, eu preciso de um tempo... a sós — Meu mundo caiu.

— Papai, não beba, por favor — pedi.

— Cale-se! Ela morreu, e ninguem mais pode me implorar para não fazer algo!

Sei que era um momento difícil, mais ele precisava se opor como um pai agora. Um grande pai.

Assenti preucupada. Com Hanna em um carrinho de bebê, dei as mãos para a pequena Anelise, e as levei de volta para a nossa casa.

Todos estavam curiosos. A primeira reaçao de vovó foi sorrir, ao nos ver chegar. Mais assim que nao viu Papai, começou a desabar em um choro profundo.

Oh deus. Isso nao é demais para uma criança?

— Anne, a mamãe... ela está, bem?! Eu acabei dormindo e — a interferi.

— Ane, vá dormir. Está tarde, amanhã te falo sobre a mamãe. — A pequena loira assentiu triste. Sua feição murchou, mais ainda sim levou Hanna para dormir junto a ela.

Adentrei no quarto pelo qual todas nós dividimos. Vi as pequenas loiras dormiraem, e deixei que as mágoas me levassem.

Em cima da cama, eu vi meu mundo inteiro cair. Meu coração parecia se apertar no peito, enquanto eu nao queria chorar. Mais as lagrimas já caiam por conta própria.

Porque tem que ser assim, Deus?

Tantos traumas do passado, tantas vezes que ainda me pego chorando ao lembrar disso.

Papai mudou tanto, como se algo o iluminasse.

Ele melhorou, ele arcou com as consequências e melhorou. Virou um grande pai, que deu a vida e daria por suas filhas.

Eu o amo.

O amo muito!

Eu espero de coração que nada ocorra com a minha família. Pelomenos.

Denovo não.

𝗥𝗘𝗗𝗘𝗡, Tom Kaulitz ★Onde as histórias ganham vida. Descobre agora