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Anelise Stein
~• 🌷 •~

— Ane, verifique as prateleiras — Passeio meus dedos sobre a madeira pintada de branca. Estava limpa sem nenhum resto de poeira. — Tudo certo?!

— Sim! Tudo pronto — Me volto á frente da porta ao lado de Anne. Escuto um carro parar em frente a nossa casa, e logo a porta sendo aberta por uma pequena loira, com cachos dourados.

— Irmãs! — Hanna grita nos puxando para um abraço, eu e Anne nos ajoelhamos, e abraçamos a pequena.

— Minha pequena! — Anne diz em um susurro enquanto acariciava o cabelo de Hanna, ainda em um abraço. Me levanto finalmente do chao, vendo papai entrar com algumas malas. Seu rosto era de feliz por ter voltado, mais algo estava estranho.

— Meninas, venham cá! — Abre seus braços, e logo nós três o abraçamos. Senti saudade desse abraço de família, só faltava a mamãe... — Está tudo bem por aqui?

— Tudo ótimo, super limpinho por sinal! — Anne sorri olhando para nós — Eu e a Ane, fizemos uma faxina geral na casa!

— Exatamente, tudo para a chegada de vocês — Sorri de volta pegando Hanna no colo, e a abraçando.

Peguei as malas das maos de papai, e as deixei perto da escada. Como haviamos feito, assim que chegamos em Las Vegas.

— Por favor, deem um banho na Hanna, eu estou exausto! — Se sentou á poltrona, bebendo um gole de Whisky, que ficava na prateleira no alto.

Anne segurou a mao de Hanna, e juntas subimos as escadas. Á levando até o banheiro. Peguei uma toalha no pequeno armário da pia, e enrrolei Hanna nela, antes de adentrar no box.

— Como foi lá, pequena? — Pergunto enquanto a agua ainda descia pelo chuveiro — Gostou da viagem?

— Aham — Apertava um pato de borracha. — Eu vi a vovó, e a prima Jane — Sorriu inocentemente.

O grande problema é que papai disse que visitaria pelo seu trabalho. E nao pela família. Por mais que todos moravamos em Berlin, eram em partes diferentes. Uma mais longe que a outra.

[..]

Hanna sai descendo as escadas enquanto todas nos reunimos á mesa de jantar, junto a papai.

— Bom meninas... — Suspira profundamente em um tom de decepção. — O trabalho está tudo bem, tive que ir para visitar a Vó de vocês! Que está mal, pelo Câncer — Vovó dividia essa doença com mamae, antes dela ter falecido.

— Nao... — Anne põe as maos no rosto, choramingando. — Diz que é mentira pai... — Seus olhos já estavam marejados e o rosto pálido, vermelho.

— O que vamos fazer? — Meu coração doía, mais eu queria poder entender tudo. Para depois chorar sem ninguem ver, e nem ouvir.

— Vamos ter que nos mudar, Anne terá de continuar aqui para estudar e... nós vamos voltar! — Sua palavras baixas ecoaram no cômodo, como um susurro por toda parte. Nao havia reação, eu apenas nao acreditava.

Papai retira algo do bolso. Eram três passagens de avião. Nao havia volta, era apenas a dolorosa ida.

— Sairemos daqui a três dias, se despeçam de todos e por favor, entendam que esse é o certo a se fazer — Se levanta a mesa, recolhendo todas as lagrimas enquanto só escutei seu cafungado baixo.

Sai da mesa e me deitei ao sofá, meus olhos pairavam sobre qualquer objeto. Nao que eu estaria atenta e curiosa sobre eles, eu estaria pensando. Pressentimento ruim, essa ida sem data de volta... o que me aconteceria, será que algo prejucaria o meu futuro e o da minha família? Eu voltaria denovo? Eu teria coragem de voltar denovo?

Me levanto e pego rápido o telefone. A primeira pessoa que eu iria me despedir seria a Lotti.

— Lotti, nao fala nada! — Susurro baixo — Me encontre perto ao parque do bairro. — Desligo o telefone e saio dalí.

Assim que passo em frente á casa dos Kaulitz, pude ver Tom. Sentado a sua varanda, naquele tempo frio tragando um cigarro.

— O que faz sozinha, nesse frio loira? — Jogou fumaça pro ar, e logo descartou o cigarro no chao de grama. — Ia passar reto assim? Sem falar comigo? — Se aproxima, me abraçando.

— Tom eu... eu nao queria — Assim que vi o rosto dele, meu coração acelerou. O que eu iria falar para ele? O que ele iria reagir?

— O que foi, loira? — Tentava me acalmar, enquanto arfava dentro de um choro manhoso. — Respira! — Dei leves respiradas, sendo assim ficando mais calma.

— Eu vou voltar Tom, eu vou voltar para Berlin... eu nao queria sair sem me despedir, mais nao queria te encontrar assim! Me desculpa — As lagrimas voltam de uma maneira mais aliviada.

Durante o abraço pude ver uma expressão de choque, e até de triste. Seus olhos cairam e seu abraço ficou mais apertado. Nenhum susurro ou grito era escutado naquele abraço, apenas dois coraçoes batendo em sintonia, enquanto ainda estariam juntos.

— Eu preciso ir, Lotti me espera no parque — Limpo rápido as lagrimas, dando um último beijo em sua bochecha. Corro em direçao a area de brinquedos, sem olhar para trás, sentindo o molhado das lagrimas de Tom que escorria em minha bochecha, junto a minha.

Depois de correr mais, consegui chegar ao parque. Lotti estava sentada ao banco com cara de odio.

— Achei que nao viria, estava preucupada já — Se levantou do banco indo me abraçar. — Senta aqui, me conta o que foi!

Meus olhos ainda estariam vermelhos, pelo choro de agora pouco mais cedo. Me sento ao seu lado, pronta para  contar tudo.

— Lotti, eu nao irei mais morar em Las  Vegas. — Meu olhar fica triste, e a lagrima já quase escorria.

— Eu sei que você está muito mal, nao vou fazer perguntas — Me puxou com força para um abraço. Aquele abraço apertado que demonstra muito amor, saudade e pressa.

Fiquei por horas apenas abraçando Lotti. Trocavamos assuntos as vezes, e ela me convenceu a me abrir e contar tudo, e porque o motivo de eu ter que me mudar.

— Lise, eu te amo e te amarei para sempre! — Beija minha bochecha dando risada. — Sempre será minha loira favorita — Deu uma risadinha nasal, aliviando o clima tenso.

— E você sempre será, a minha morena trançada — Ri junto a ela, deixando mais uma vez meu sorriso amostra. Como sempre, nao era novidade me ver rindo ao lado dela.

Me despedi com dor no coraçao, caminhei de volta para casa sem pressa. Nao iria me despedir de mais ninguem, nao que eu nao me importava, só nao faria isso.

Passando em frente a casa de Tom. O mesmo já nao estaria mais lá, a casa estava toda trancada, e estranhamente nao cheirava a cigarro algum. Adentrei em casa, pronta para mais uma noite, que seria uma das ultimas que eu passaria em Las Vegas.

Jurar para mim mesma que eu iria voltar é desafiador. Eu só pensaria em voltar para ver Anne, pensava que guardaria bem as memorias e que todas elas nao fariam mais falta daqui a um tempo. Por mais que sejam pessoas incriveis, e importantes. Sao como todas as outras, saem da sua vida por obrigaçao ou nao, e o que basta lhe fazer é esquecer.

[...]

𝗥𝗘𝗗𝗘𝗡, Tom Kaulitz ★Onde as histórias ganham vida. Descobre agora