Capítulo 4

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O tempo nublado não parecia ter o poder de impedir ninguém de sair de suas casas, Isis acordou cedo, passava pouco das cinco e meia quando saiu de casa e foi em direção a floresta que ficava tão perto da cidade.

Ela não sentia medo e em nenhum momento pensou sobre isso, tudo em sua mente gritava pela liberdade e vontade em respirar um ar mais puro, com sua calça preta e uma blusa fina de manga cumprida não sentiu sua temperatura diminuir, ao invés disso quanto mais corria, mais calor emanava de seu corpo.

Em um momento de distração sentiu que tinha alguém atrás de si, seus passos apressaram-se fazendo com que a corrida fosse ainda mais forte. O som atrás de si conseguia confundi-la e apesar de não ter sol conseguia ver uma sombra que não parecia nem um pouco atrativa para si mesma.

Suas pernas começaram a doer e em poucos minutos adentrou ainda mais a floresta correndo desesperada como se fosse possível fugir de algo, mas quando sentiu que seria encurralada virou rapidamente tentando surpreender a pessoa, contudo ela acabou ficando ainda mais surpresa.

Ele segurou o seu corpo e a encurralou em uma árvore, seus pulsos estavam rendidos no alto e sua respiração denunciava o cansaço, que a poucos minutos não estava tão evidente.

Isis tentou acertá-lo com o joelho, no entanto essa ação foi inútil e o ajudou a paralisar suas pernas, logo estavam tão perto que era possível confundi-los com um só, suas respirações se confundiam e somente após alguns minutos conseguiram acalmar-se.

— Afonso, o que faz aqui? – indaga quando consegue respirar normalmente.

Ele não se preocupa em respondê-la de imediato, ao invés disso aproveita a posição que está para deliciar-se com o seu cheiro e passa o seu nariz pelo seu pescoço, Isis controlasse, mas isso parece inútil quando um gemido baixo escapa dos seus lábios.

Afonso alivia o corpo da garota deixando-a livre para respirar um pouco, no entanto não é isso exatamente que ela quer e quando a língua do rapaz desliza por sua pele o arrepio percorre o seu corpo deixando ainda mais sensível ao toque do desconhecido.

— Confesso que não havia desconfiado que se sente tão atraída por mim – sussurra em seu ouvido.

Isso a tira do transe, a primeira coisa que sente é vergonha, olha nos olhos de Afonso enquanto sente o rosto corar e quando vê que ele se diverte com a situação o constrangimento cresce fazendo com que o afaste bruscamente.

— Você é ridículo – diz quando já está afastada dele.

— Não é o que parecia – fala e sorri.

— Por que estava me seguindo? – questiona com raiva.

— Eu não estava seguindo você, apenas sai para correr e por coincidência estava atrás de você – conta como se fosse algo óbvio.

Isis o analisa tentando identificar a verdade nele, mas no fim não se sente muito contente com tudo o que vê.

— Por que não manteve distância? Eu não me senti confortável com você atrás de mim – exclama e passa a mão pelo rabo de cavalo.

Ele observa a forma que ela toca em si mesma quando esta nervosa, a delicadeza das mãos chama sua atenção, por mais que negue vê em Isis algo que vai muito além de uma suspeita.

Ele repete para si mesmo como um mantra que ela matou seu amigo e é somente assim que consegue manter-se afastado da garota.

— Me explique o que faz aqui tão cedo – ordena analisando-a.

— Eu vim correr – explica.

— Neste horário você não deveria estar dormindo? – indaga.

— Eu não durmo muito bem a noite – confessa com raiva por ter que se explicar.

OcultoWhere stories live. Discover now