Capítulo 2

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Afonso termina de vestir a calça enquanto encara a cama em que a sua companhia parece dormir confortavelmente, ele não se orgulha da vida que leva, contudo não consegue apegar-se a alguém depois de tudo o que passou.

Quando acredita que está pronto, pega as suas coisas e procura um papel e uma caneta, ele sempre leva isso não importa para onde vai, muitas vezes não tem utilidade, mas hoje é extremamente necessário.

Apoia-se na escrivaninha e começa a escrever um bilhete, isso é como um ritual já que sempre o faz. Assim que termina, lê o que fez e sente-se satisfeito com sua palavras.

Não poderia ter sido melhor, você é incrível Nely e assim que puder a convidarei para jantar, pois não existe uma companhia mais agradável. Desculpe não esperá-la acordar, como a avisei ontem hoje tenho que ir cedo para o trabalho. Beijos, princesa.”

Sai do apartamento apressado, no fundo ele sente medo que ela de fato acorde, pois não deseja vê-la. Não mentiu no bilhete, no entanto não deseja relacionamentos, seu foco mudou faz muito tempo, contudo é difícil resistir quando encontra alguém tão disposta a um envolvimento.

O homem só consegue respirar tranquilo quando as portas do elevador fecham, encosta próximo ao vidro e respira fundo, o sorriso que forma-se em seus lábios é mais vitorioso do que deseja, no fundo queria conseguir disfarçar o alívio, mas isso era complicado para seu espirito.

Assim que chega ao térreo desse algumas escadas e se depara com o estacionamento, entra no carro apressado percebendo que se demorar mais ficará sem café da manhã. Afonso gosto de todo tipo de música, mas sempre depende da maneira como esteja se sentindo no dia.

Nesta manhã, escolhe um pop rock para fazer parte do seu dia, coloca a música alta e sai indo em direção à delegacia, ele é um homem muito cuidadoso e dirige respeitando todas as leis, evitando assim qualquer tipo de acidente.

Após chegar vai direto para uma lanchonete que tem ali perto, no momento em que entra encontra aquela que ele jamais ousaria abandonar antes do café da manhã.

— Bom dia Fonso – diz Alexia.

Seu sorriso e empolgação consegue chamar atenção de todos que estão presentes, entretanto isso não parece interessá-la o seu objetivo é apenas o homem que acabou de entrar no estabelecimento.

Em sua mente, em algum momento ele perceberá que a pessoa certa sempre esteve ao seu lado e essa pessoa será ela.

— Bom dia Lexi – cumprimenta-a e beija seu rosto.

O abraço vem logo em seguida, ela o puxa com força deixando-o constrangido devido ao exagero, mas não se incomoda ao ponto de fazê-la soltá-lo. Ele a amava, mas não da maneira que Alexia desejava.

— Pensei que ia perder o café da manhã – comento a menina preocupada.

— Se eu o perde-se você acharia para mim? – indaga sério, mas logo sorri com a dúvida que se forma no olhar da menina. — Eu estava apenas brincando – informa enquanto sorri ainda mais.

— Claro, eu entendi agora – fala constrangida.

Tudo o que quer é ser notada, mostrou a ele que se preocupará que percebeu e sentiu a sua falta, não entendia como ele podia levar na brincadeira tudo o que falava isso a irritava em alguns momentos.

— Por acaso viu se o Rubens já chegou? – questiona deixando-a ainda mais irritada.

— Chegou sim, está na mesa de sempre – informa apontando para o interior a lanchonete.

Afonso agradece e sai indo procurar pelo amigo, Alexia continua parada vendo-o distanciar-se, Rafael um dos outros atendentes sem conseguir controlar-se mais começa a rir de manheira descontrolada.

OcultoWhere stories live. Discover now