Cap 08: Rainha

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Quase sem forças para se manter em pé, Dionísio anda em meio a quedas até a saída da arena, parece estar numa situação deslocada, como se não visse nada ao seu redor, embora tenha percebido a ausência de sua mãe na arquibancada.

No corredor longe dos olhos dos Deuses, caí no chão vomitando álcool e sangue. Com uma dor indescritível, não só física, afinal sua carne quase experimentou a morte pelas mãos de um homem na qual ele desprezava.

Puxando o cabelo dele para trás, para não se sujar, Boto aparece e apoia o braço de seu amigo sobre seu ombro.

-Poh, amigo, o que tu tá cagado não tá escrito, e pensar que existia um humano como aquele.

-Qual foi otário, se tu queria pegar, me pagava um sorvete antes, cara de bagre.

-Oi? E eu preciso pagar ainda, padroeiro dos pinguços?

-Eu não precisava ver isso -Sêmele aparece de frente a dupla com os braços cruzados.

Com o apoio de sua Sêmele e Boto, Dionísio vai até a enfermaria para receber os atendimentos necessários.

O luto e desespero são o reflexo da arquibancada humana.

“Mesmo um cara forte como Zumbi não foi páreo”.
“Se nem ele aguentou, estamos perdidos”.
“Se essa é a força de Dionísio, imagina quando aparecer um Deus poderoso”.
Estes são pensamentos que rodeiam os humanos.

Gabriel está triste pela perda humana, ao olhar para Moisés, buscando uma resposta de luto, encontra uma raiva extrema:

-Maldito Deus de merda, escondeu esse truque de baixo da manga, absolutamente ninguém sabia que ele podia ficar ainda mais forte se bebesse o próprio sangue!!!

-Não perca as esperanças, Moisés, vamos escolher o próximo lutador, para não deixarmos a morte dele ser em vão.

-Mas foi em vão -serrando seu punho, com uma face irritada, cheio de suor - não acredito que por um erro meu, um dos humanos mais poderosos morreu em vão.

-Moisés está com muito peso em suas costas. Mas diferente dele, acredito que Zumbi não morreu sem  deixar nada, afinal, acendeu uma esperança  aos outros lutadores, o coração dos humanos está queimando para lutarem com tudo o que têm! -Pensa o arcanjo, olhando para os céus, onde as luzes dos da alma de Zumbi sumiram a vista, voltando a ser parte do universo.

Na enfermaria, Boto e Sêmele estão ao lado de Dionísio que está em coma sendo tratado por Rafael, o arcanjo que cura as enfermidades.

Até  que, Boto ao sentir uma energia ruim, começa a encarar uma sombra no chão, chamando atenção dos que estão em volta.

-O que fo…

A pergunta é respondida pelo surgimento de cinco Garms, cães de Helheim.

Atacando todos no local repentinamente com com suas mordidas que carregam a tortura do inferno. Olhos que trazem o medo, e velocidade de caçadores mortais, a própria morte em forma de bestas.

Após um ataque rápido, todos são repelidos por um corte de espada que afasta os cães.

-Vocês estão bem? -Questiona Miguel, arcanjo da justiça.

-Já levei mordidas de criaturas mais feias -comenta Boto.

Os cães avançam em um novo ataque, que passa direto pelos seres ali presentes, ao perceber, não estão mais lá, mas sim, em um local que não pode ser descrito, como se estivessem em lugar nenhum, mas pudessem sentir o chão em suas patas, embora não estejam entendo a situação, são movidos pelo instinto assassino, que ainda age, atacando o que não podem ver, atacando ferozmente, sentindo que tem algo lá.

Ragnarok: Deuses Contra HumanosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora