Verão 16

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Certo, devo explicações.

Nana e Kiki são filhas de pais gêmeos que se casaram com outros gêmeos... É, a irmã da mãe da Nana se casou com o irmão do pai da Nana.

A Kiki não é especial, não é alguém com restrição celestial, mas também não tem manipulação o suficiente pra ver as maldições.

Quando eramos crianças, eu e Nana víamos coisas e ninguém mais via ou sabia, fazíamos coisas esquisitas e saímos como os possuídos da história... Em grande parte isso foi culpa da Kiki.

Kianna ficava nos espionando quando tentávamos ir atrás de maldições no meio da floresta nos meses de neve, em uma dessas ela foi atacada, foi a única vez que ela pôde ver uma maldição. Nós a salvamos, mas isso foi o suficiente pra que ela contasse para o padre e todos os malucos religiosos da cidade ficassem sabendo, com isso, nos levando ao inferno de memórias ruins das tentativas de exorcismo e nomes de demônios assustadores.

— Guru-chan! — a garota com os cabelos castanhos, um espelho irritante da garota na escada.

— Oi, Kianna-san — Tento me distanciar o máximo possível nessa relação

Mas, malditamente, os olhos grandes e castanhos dela foram bater justamente em Satoru, a reação foi o esperado. Ela ficou tão vermelha que com certeza até a calcinha dela tava molhada.

🍓 - Olha só... Você falando essas coisas.

💧 - Não reclama que eu gostei.

Vocês não estão sabendo de nada.

💧- você fica molhadinho ao me ver também?

Se eu te jogar de cima da montanha, será que o mugen te salva?

— Quem é você? — Ela perguntou quase correndo até Satoru quando ele chega ao pé da escada.

Eu podia sentir meu olho esquerdo piscando de raiva

— Ele é um esquisito que nem nós dois, Kiki — Nana abraça Satoru de um jeito meio possessivo, eu tenho certeza que ele gostou.

Nesse momento eu vi a cara dela desmontar por alguns instantes, o sorriso ficou até meio amarelo.

— Eu não sou esquisito não — Satoru ri e levanta Nana facilmente nos braços, ele não parecia saber de nada, mas também parecia disposto a se exibir.

Ele sempre está.

— Satoru querido — Eu virei a cara na hora pra ver quem já estava tendo toda essa intimidade.

Eu vi que era a mãe da Kiki, ela não tem culpa da filha ser uma invejosa.

— Oi querida — Satoru responde na maior naturalidade enquanto sai levando Nana no colo na direção de onde a tia havia chamado.

— Sator... — eles nem me ouviriam mais.

— Uhm... Que climão — Kiki finalmente parece desmontar a fachada de garota legal pra mostrar a de vadia do mal.

— Do que tá falando, Kianna? — Respiro fundo, eu queria fugir dessa conversa ao mesmo tempo que dava vontade de ouvir.

—Você sempre foi todo afim da... Tonta ali — Ela balança a mão na direção da porta por onde Nana e Satoru sumiram a apenas alguns instantes — aí ela vem apresentar o namorado dela pros pais durante o feriado.

Ela dá um sorriso para me provocar... Parabéns, conseguiu.

— Namorado? — foi a única palavra que saiu da minha boca.

— Vai dizer que eles não namoram, Suguru? — ela ri, desagradável — ainda é um descarado, ele pegou na bunda dela na minha frente.

Eu não conseguia falar... Por que eu não consigo falar?
Meu coração parecia prestes a explodir com a minha falta de ação, até eu mesmo estava indignado, eu nem saia e nem mesmo falava algo pra que ela ficasse quieta!

— Eles devem se agarrar na sua frente enquanto você faz o trabalho de ficar comendo essas coisas esqusitas que vocês veem — ela faz carinha de nojo quando se refere a minha habilidade, eu podia simplesmente fazer ela desaparecer agora, não poderia? Será que alguém ficaria bravo? — deve ser por isso que ela nunca te deu uma chance né... Deve ter nojo.

Eu sabia o que ela estava fazendo! Eu sabia, então por que isso me deixa tão bravo?
O fato de que ela sempre se jogou em mim não era novidade, mesmo que dissesse que tinha nojo e como me achava esquisito. Esse joguinho de humilha e conquista nunca me pegou... Na verdade. Só conseguiu me irritar como agora.

Mas dessa vez... Eu posso simplesmente não aturar, eu posso simplesmente reagir como eu nunca fiz quando precisava morar nesse lugar.

Agarrando ela pela frente da camiseta ridícula verde água que ela usa, eu a joguei contra a parede, reparando como isso podia estar nos sonhos nojentos dela... Ela era uma psicotica nojenta mesmo.

— Realmente... Eles fazem essas coisas na minha frente — o meu aperto não se afrouxa conforme vejo o rosto dela ficar corado. Eu não conseguia visualizar como aquele rosto era parecido com o da Nana, nem um pouquinho.

— Você podia dar o troco... — os dedos dela se esgueiram até o meu peito.

— Eu não preciso — Bato as costas dela mais uma vez contra a parede, deixando claro como isso não tinha nada a ver com um desejo sexual meu por ela ou nada do tipo — afinal... Eu não preciso escolher qual dos dois eu quero... Sabe como é...

Dou um sorrisinho enquanto vejo ela parecer mais assustada.

— A gente mata monstros e as vezes pessoas, sabia? — Lanço uma piscadela pra ela — acho melhor manter essa sua boca nojenta fechada e longe de assuntos sobre a Nana, Satoru ou eu... Estamos entendidos?

Ela concorda, estava um tanto pálida agora.

Sai de perto sem arrependimentos.

🍓 - cre em Deus pai, eu nunca ia imaginar que isso tinha rolado...

💧 - eu ia curtir ver o Suguru bravinho por nossa causa

🍓 - confesso que eu também.

Não vamos falar sobre isso.

Sai de dentro da casa e ouvi uma conversa dos pais da Nana, iria ter alguma coisa no centro da vila e Naomi e Satoru estavam tentando dar uma desculpa para não irem.

— Senhor e senhora Nara — me intrometi no tom delicado de sempre, sorrindo gentil — a gente tá meio cansado por causa dos últimos dias, a gente queria só relaxar... Mas eles estavam com vergonha de dizer isso.

Dou uma risadinha e Coço minha nuca, mentindo deslavadamente.

Eles acreditaram, por isso foram só eles, nos deixando a sós na casa da Nana.

— Nossa, você é um mentiroso tão bom, Suguru — Satoru me abraça por trás na sala quando ficamos sozinhos, eu não desgostava

— Ele salvou a gente de uma festa de gente chata e velha — Nana fica na minha frente, pondo as mãos na barra da camisa trocada que estou vestindo.

Ela levanta até deixar meu abdômen exposto enquanto Satoru beija meu pescoço lentamente, uma lentidão que não fazia bem para o meu psicológico, que piorou quando não eram mais somente as mãos ousadas de Nana que tocavam meu abdômen, mad também sua boca, ela se abaixou e estava passando seus lábios suaves na minha pele, sorrindo quando viu como a minha cara estava vermelha por culpa deles.

Eu quero tomar uma atitude.

Dias de Verão - Gojo/Geto/ LeitoraKde žijí příběhy. Začni objevovat