Verão 15

851 114 18
                                    

— Mãe... Pai... — chamo suavemente batendo na porta, me recuperando da vergonha — Eu voltei.

(N/A: eu imagino que tenha sido exatamente essa frase que o Geto disse pros pais antes de matar eles... Sei lá)

Nana me alcançou antes que a minha mãe atendesse a porta, ela parecia mais ansiosa em vê-los do que nunca.

A senhora de cabelos brancos curtos na altura da mandíbula e franja proeminente, sendo a única parte de seu cabelo que ainda nasce da cor preta que teve toda a vida.

Ela já tem bastante rugas, principalmente ao redor dos olhos e no canto dos lábios, reforçando como ela sorriu a vida toda. Buscando sempre agradar a todo o mundo... Mesmo que machucasse.

— Meu menino — ela segura meu rosto entre os dedos, com um aperto firme demais. — você e a Naninha cresceram tanto, estão lindos!

Ela me larga e vai correndo e chamando o meu pai, um senhor de cabelos longos, as pontas são pretas da época que ele ainda produzia pigmentos, mas a raiz é bem mais clara, mas acho que agora fica branco de vez.

Sim, meus pais são bem mais velhos que os da Nana. Muito mais.

— Ah, eu sabia que vocês vinham! — meu pai chega com uma cestinha de morangos. Entregando diretamente pra Nana. — Meu filho não dá presentes pra quem ele namora direito.

Eu fiquei com vergonha, mas ao mesmo tempo achei graça.

— Você tá ficando caduco — Resmungo

— Que nada, senhor Muichiro, o Suguru dá os melhores presentes pra mim e pro Satoru, principalmente a presença dele todos os dias — Nana diz sorrindo, mesmo assim logo estava com a boca tingida do vermelho dos morangos.

Conseguindo driblar a situação com os meus pais, voltamos pra casa da Nana, onde a mãe e a tia dela fofocavam com Satoru na varanda enquanto tomavam chá, Satoru parecia estar sabendo de cada barbaridade da vida de cada morador dessa vila.

— Não acredito... — mas ele pula na direção de Nana ao ver os morangos, quase deixando os óculos caírem da cara no momento — Me dá!

Ele tenta pegar e Nana se vira de costas, protegendo a cesta enquanto ri das tentativas do platinado

— Não não, o senhor Muichiro deu pra namorada do Suguru — ela consegue piorar as coisas.

— Então eu posso comer — ele enfia a mão no cestinho e come como se não tivesse  acabado de dizer algo super esquisito com duas pessoas que não sabem de nada presentes!

— Parem de brigar — Puxo a orelha de Satoru Seguro o braço de Nana, puxando os dois escada a cima.

Sou íntimo da família, não fiquei com vergonha disso, o quarto da Nana era um caminho que eu facilmente saberia traçar um mapa.

O quarto da Nana era interessante, as paredes eram papéis de parede verdes bem suaves, com detalhes diferentes em cada parede, a perto da janela tinham listras verticais marrom suave, já na outra era o mesmo verde só que agora eram bolinhas no mesmo tom de marrom, a parede que comportava a escrivaninha infantil velha e a estante de livros que eu sinceramente nunca vi ela lendo, era o mesmo verde e agora com arabescos marrons.
A cama era de casal, os lençóis eram brancos com estampa mínima de flores cor de rosa e muitas almofadas.
O contraste com os cartazes de bandas e desenhos psicodélicos na parede era divertido.

— Nossa, já? — Satoru apoia as costas na porta — nem comeu um moranguinho primeiro

O tom malicioso dele me pegou desprevenido.

Dias de Verão - Gojo/Geto/ LeitoraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora